Capítulo 16

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Como você encontra o seu caminho de volta, no escuro

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Como você encontra o seu caminho de volta, no escuro..?



Eles estavam bebendo em bar de um amigo deles. O dono do bar os conhecia e liberava às bebidas por conta disso, mas tinha que admitir que hoje eles estavam bebendo mais do que o habitual. Já havia passado do estado de lucidez.

- Aí, seu idiota – ele gritou para o amigo. - O que acha da gente ir procurar umas gatinhas ?

O amigo gargalhou em resposta. Estava mais lúcido, porém era o mais idiota. Ele se levantou da cadeira.

- Eu estou falando sério, seu panaca.

Ele foi cambaleando até a porta do bar. O amigo veio ajudando e eles chegaram até o carro estacionado no beco ao lado do bar. Já passava das dez da noite. Até que estavam saindo cedo hoje. Eles estraram no carro e ele ligou o som. Tocava, What You de Evanescence. Então o amigo lembrou que havia esquecido o celular, e também de pagar a conta e voltou correndo para o bar, deixando o outro no banco do motorista, temendo que ele saísse com o carro sem ele.

Ele estava quase cochilando quando ouviu passos.

- Hello, Hello. Remember me ? I'm everything you can't control – uma voz doce cantou a música.

Tentou abrir os olhos, mas o álcool estava forte em seu sangue, e fazia com que seu cérebro trabalhasse incorretamente. Mas ele a reconheceu.

- Ei, gata – riu sozinho, com os olhos quase fechando. - Vem até aqui.

Ela andou devagar até ele e abriu a porta do motorista.

- Eu estava pensando em você, sabia ? - ele continuou com a voz pausada mudando de tom, melosamente difícil de entender.

- Mesmo ? - ela riu.

Então entrou no carro, sentando em seu colo. O garoto sorriu debilmente.

- Gostosa.

Ela revirou os olhos. Não estava a fim de prolongar aquele momento chato. Sentia nojo de tocá-lo, de ouvir a sua voz e sentir seu cheiro de bêbado imundo. Odiava-o.

- Pena que não posso dizer o mesmo de você – ela murmurou.

Ele não havia percebido, mas ela trazia consigo uma faca, e antes que pudesse rir de fato, ela o atingiu no órgão genital.

- É pra você aprender a não ficar se aproveitando de ninguém, seu porco – ela continuou a golpeá-lo.

Era uma pena saber que ele estava tão bêbado que nem havia sentido muito a dor, mas deu de ombros. Entretanto, quando saiu do carro viu o outro se aproximando. Ela havia se esquecido dele.

- Ei! - ele gritou quando a reconheceu. - O que está fazendo aqui ?

Mas então se aproximou do carro e a viu suja de sangue, olhou para o amigo e o viu de cabeça virada.

- O que... O que aconteceu com ele ? - mudou de expressão.

Ela sorriu.

- O mesmo que vai acontecer com você – e então levantou a faca em punho.

Porém este foi mais esperto em correr. Mas para quê ? Apenas para aumentar mais ainda a sua irá e sua sede por vingança em matar ? Ela se pôs a correr atrás dele. Ele estava quase virando o beco para entrar no bar novamente, quando ela conseguiu puxá-lo pelos cabelos e o jogou no chão.

- Sinta a dor que eu senti!

- Você! - ele gritou. - Você o matou. Você matou todos os outros. Você...

- Considere-se morto – se abaixou sobre o garoto, enfiando a faca em sua barriga.

Ela contou todos os golpes que deu nele – profundos e letais -, foram catorze. E os locais: barriga, peito, pescoço, pernas e rosto. Ela estava mais do que suja quando terminou. Ainda o cuspiu e jogou a arma do crime lá mesmo. Sentiu uma onda de calor em seu corpo. Estalou o pescoço. Agora estava satisfeita.

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A lenda de Selene Adams. (PARADA)Where stories live. Discover now