CINCO. Não Foi Bom?

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Medeia se levantou rapidamente do chão da cozinha, deixou de abraçar o corpo suado e musculoso do jardineiro que transpirava masculinidade.

Um esquilo. Nada além de um esquilo que entrou pela porta.

- Por acaso você achou que era a sua filha ou o seu marido que entrava e iria nos dar um flagrante? Já está arrependida? – Joel perguntou se levantando, escondendo novamente o seu pênis dentro da calça suada e surrada.

- Eu não achei nada. Eu... Eu não sei mais de nada.

- Mas foi bom. Não foi? – Joel perguntou a abraçando. Era mais alto do que ela.

- Apenas... Volte para o seu trabalho com as flores lá fora – Medeia pediu e o afastou.

- Não tem razão para você agir assim. Foi exatamente como você queria. Não foi por vingança, nunca pensamos no seu marido traidor em nenhum momento. Foi por nós. Então eu não entendo qual é o problema.

- Não banque o cafajeste malandro agora. Isso não é sexy, não é atraente. É só irritante. Volte ao trabalho, eu já pedi.

- Agora só falta dizer que isso nunca mais irá se repetir. Dizer "obrigado" ou até me ofender oferecendo dinheiro por eu acabar de transar com você ou algo do tipo. E se eu disser que de repente te amo?

- Era só o que me faltava... – Medeia disse para o ar enquanto vestia a sua saia. A sua calcinha já era. Resumida a trapos, rasgada por Joel, aquela besta selvagem e viril em forma de homem incansável.

- Você ainda sentirá tudo isso outra vez. Você vai ver – Joel disse e descaradamente posicionou a mão de Medeia entre as pernas dele, fez com que ela apertasse o seu pênis que era grosso mesmo em repouso.

Medeia o empurrou para fora da cozinha. Ele saiu sorrindo e ela sentia um calor incontrolável, não importava o quanto a cozinha estivesse fresca pela brisa da vegetação ao redor.

- Conte tudo. TUDO! – Noemi implorava ao telefone quando ela conversava com Medeia naquela mesma madrugada.

- Eu não me sinto terrivelmente culpada. Quero dizer... O homem me fez gozar três vezes – Medeia confessou.

- Então não sinta e agora dê a porcaria dos detalhes de uma vez! Conte cada movimento que ele fez. Ele lambeu você? Ele socou até que você atingisse aquele limite da loucura entre não conseguir se decidir entre implorar que ele parasse ou implorar que continuasse?

- Você não acha que esse é o tipo de conversa para menininhas do colegial e não para nós que já temos quase 40 anos? Eu tenho uma filha, pelo amor de Deus!

- É assim que você diz não estar se sentindo culpada? Sua vadiazinha camuflada. Suja se fingindo de limpa... Medeia, a intocada, mesmo quando tomando vara grossa do jardineiro no chão da sua cozinha tão familiar e de ar doméstico.

- Noemi, por que eu ainda falo com você?

- Porque eu digo todas as coisas que você precisa ouvir e ninguém diria se não fosse eu. Engula essa verdade e preste bem atenção... Se você tiver a ousadia barata de me dizer que pretende que esse homenzarrão nunca mais meta com fome insaciável em você...

- Eu não vou dizer coisa alguma. Me dê espaço. Um pouco de tempo. É algo tão difícil para pedir?

Uma semana inteira passou. Por sete dias Joel chegou para trabalhar no quintal e foi embora sem trocar uma palavra com Medeia. Naquele dia ele pareceu um balão inflado de coragem quando adentrou a cozinha com as suas botinas pesadas de couro verdadeiro e estendeu um lindo buquê das suas famosas tulipas amarelas para ela.

- Eu falei que eu sofro de timidez crônica desde que sou criança. Não falei?

- Então foi por isso que você levou todo esse tempo para voltar a falar comigo? – Medeia o perguntou.

- Só vim até você, porque sabia que você não viria até mim. Porque é teimosa.

- E se já tinha tanta certeza que eu não tinha a vontade de procura-lo, porque forçou vir até mim mesmo assim?

- Porque de repente eu te amo. Por que ainda não acredita?

- Meu Deus... Quantos "porquês"! Resumindo: eu já vi o mundo e já vi as pessoas. Eu já vi o suficiente para saber o que vale apenas acreditar e o que não vale.

- Acredite nisso aqui.

Joel jogou as flores sobre a mesa, curvou Medeia sobre a pia. Ele abaixou o vestido dela. Ela não protestou por nem um instante, porque era o que secretamente queria que acontecesse. Joel a penetrou por trás e as suas mãos sujas de terra agarraram os ombros dela. Ela perdeu as forças nas pernas para permanecer de pé quando atingiu o clímax, perdeu os sentidos um pouquinho.

Medeia se encheu de uma alegria revigorante. Os seus dias não eram mais os mesmos. Ela era uma nova mulher. Ria enquanto cozinhava sozinha. Feliz, satisfeita. Quanto ao seu marido, ela nem se importava mais se ele estava morto ou vivo, mas a sua filha Isadora continuava sendo o seu alvo de preocupação e sempre seria.

Naquela manhã, Medeia espiou pela fresta do quarto de Isadora mais uma vez enquanto ela se arrumava só alguns minutos antes que ela saísse para apanhar o ônibus que a levaria até a escola. Ela viu Isadora estufar o seu sutiã com meias, viu quando ela pesou a mão na maquiagem e colocou algumas coisas suspeitas em sua mochila. Era isso. O limite. Medeia não esperaria mais. Nenhuma aventura sexual inconsequente seria o suficiente para alegrá-la e distraí-la o suficiente para que deixasse de se importar totalmente com o bem-estar de sua filha e assim ela decidiu segui-la até a escola.

Enquanto dirigia com lenço azul marinho ao redor da cabeça, óculos escuros, Medeia só pensava no pior. Encontraria sua preciosa filha de 14 anos (15 anos em menos de um mês) usando drogas no pátio da escola ou abocanhando pênis pequenos de jovens ainda na crescente puberdade atrás do refeitório?

Ela estacionou do outro lado da rua. Era a distância suficiente para ver Isadora no amplo pátio gramado da escola na hora do intervalo. Isadora e... Joel. Medeia não podia acreditar no que via. Isadora ria, explodindo em alegria. Joel plantava mudas no jardim da escola e ela apertava os músculos suados do braço dele. Joel e a sua filha? As mãos de Medeia travaram amassando o volante do carro. De repente, em choque, ela não conseguia mais se mover. 

 

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O Jardineiro AmadoOnde histórias criam vida. Descubra agora