Prólogo

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Meu nome é Chloe Northwood. Estou no 3° ano do ensino superior para turismo, adoro viajar e conhecer novos lugares. A professora de História, Amanda, uma quarentona bem legal, nos contava sobre os desastres causados pelo homem na Historia da humanidade. Ela tinha formado grupos para pesquisarem sobre cada desastre que ela fosse falando. Era a vez do meu grupo.

– 26 de Abril de 1986. Era um dia calmo em Chernobyl. Pessoas andavam nas ruas, crianças brincavam na rua, ouviam-se choros abafados de bebês nas casas, enfim... Ninguém esperava o que estava por vir. As pessoas não se dariam conta do que aconteceria na cidade antes calma. - Enquanto ela falava, eu anotava tudo, afinal, sempre tive a letra mais bonita entre todos os meus amigos.

– Foi construída uma usina nuclear, que seria a base econômica da cidade. Dali a energia seria gerada, e transportada por outras cidades vizinhas. Mas algo não ia bem naquele dia. - Ela andava de um lado para o outro. Isso me incomodava.

– Dentro da usina, os operadores realizaram um experimento com o reator 4. A intenção inicial era observar o comportamento do reator nuclear quando utilizado com baixos níveis de energia. Contudo, para que o teste fosse possível, os responsáveis pela unidade teriam que quebrar o cumprimento de uma série de regras de segurança indispensáveis. Foi nesse momento que uma enorme tragédia nuclear aconteceu. A tragédia que mudaria a vida de todos.
Entre outros erros, os funcionários envolvidos no episódio interromperam a circulação do sistema hidráulico que controlava as temperaturas do reator. Com isso, mesmo operando com uma capacidade inferior, o reator entrou em um processo de superaquecimento incapaz de ser revertido. Em poucos instantes a formação de uma imensa bola de fogo anunciava a explosão do reator rico em Urânio-235, elemento químico de grande poder radioativo.
Com o ocorrido, a usina de Chernobyl liberou uma quantidade letal de material radioativo que contaminou uma quilométrica região atmosférica.
Ao terem ciência do acontecido, autoridades soviéticas organizaram uma mega operação de limpeza composta por 600 mil trabalhadores. Nesse mesmo tempo, helicópteros eram enviados para o foco central das explosões com cargas de areia e chumbo que deveriam conter o furor das chamas. Além disso, foi necessário que aproximadamente 45.000 pessoas fossem prontamente retiradas do território diretamente afetado. A cidade foi devastada, todos foram embora em busca de uma vida nova, porém muitos morreram no caminho devido a intoxicação, que corroía o sistema respiratório em alguns dias. Hoje, a cidade está praticamente abandonada, quase ninguém vive mais lá, e Chernobyl apenas é aberta a visitação mediante a aprovação do Exército Ucraniano. - ela finalmente para de falar e se vira em nossa direção. – É sobre isso que irão pesquisar.

– Ah, isso vai ser fácil, professora. - Disse, brincando com a situação, afinal, fazer apenas umas pesquisas e imprimir algumas imagens seria muito fácil.

– Acontece... Que eu já sei que vocês não vão fazer o trabalho.

– Como não, professora? Nós somos responsáveis! - Retrucou Trent.

– Eu não quero que vocês utilizem a internet. Por isso, já falei com as autoridades ucranianas em nome da escola, vocês estão autorizados a irem para Chernobyl amanhã, quero que façam entrevistas com os moradores que ainda vivem lá, e quero fotos. Por favor, sem reclamações. - O sinal toca.

Todos saímos da sala e eu fico pensando em como será legal poder viajar. Mesmo que seja a "trabalho", vai ser bom sair um pouco de Nashville. Confesso que amo o clima daqui, a cultura country e tudo mais, mas vou amar poder viajar com meus amigos e me divertir.

– Parece que a gente se ferrou legal, hein. - Disse Darcy, ela é minha melhor amiga. Nos conhecemos desde pequenas.

– E porque você diz isso, Darcy?

CHERNOBYL: O Medo Mora AquiWhere stories live. Discover now