CHERNOBYL: O Medo Mora Aqui

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"Não olhe pra trás... É isso que ele quer. Está sentindo? Ele está bem atrás de você"

Desconhecido

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As ruas de Chernobyl parecem ser as mesmas. Temos a impressão de estar andando em voltas. Já cansados, nós paramos um pouco.

– Mas que droga, hein. A gente andou, andou, andou... E nada, parece que a gente sempre volta pro mesmo lugar. - Diz George, ofegando.

– Pode crer. Dessa vez a Afrodite tem razão. - Declan limpa o suor da testa.

– Quer parar de me chamar de Afrodite?

– Não dá... É automático. - Ele ri.

– Não vamos desistir agora, gente... Essa tal comunidade ainda não está muito perto de nós, mas ainda podemos alcançá-la. - Motiva Nolan.

– É verdade... A gente tem que achar essa comunidade e dar o fora daqui. - Diz Darcy, já visivelmente cansada.

Trent está suando frio. Ele está ficando pálido. Me aproximo dele e pego em sua testa. Ele está muito febril.

– Você não está bem, Trent. - Digo pra ele, que me olha sério.

– Eu estou bem sim, Chloe... Ainda posso continuar andando. - Ele tosse.

– Você não está bem, como pode querer continuar assim? - Olho pra Nolan.

– Realmente, você não me parece nada bem, Trent.

– Tira esse casaco, você deve estar muito suado. Tem que trocar a roupa. - Digo, tentando tirar o casaco dele, que se recusa.

– Não... Não por favor... - Luto com ele pra tirar o casaco, quando finalmente consigo, não só eu, como todos nós, notamos que o braço dele está em carne viva.

– Puta que pariu... Show, velho... - Declan quase se debruça sobre o braço de Trent.

– Droga... - Diz Briana.

– O que é isso? - Darcy está chocada.

– Deve ter sido na hora em que aquela coisa atacou a gente... - Conclui Nolan.

– Mas que droga... Tá vendo o que você fez, sua porra. - Trent dá um empurrão em mim.

– Ei, espera aí... Eu não fiz nada, eu apenas quis ajudar...

– Dispenso a sua ajuda, Chloe. Tá legal, eu dispenso... O que é, hein? Nunca viram a porra de um braço que tá morrendo? Pois é... Aqui tem um... Eu vou morrer, e não quero que vocês participem disso. - Ele pega o casaco das minhas mãos e veste. Quando menos esperamos, Trent sai correndo.

– Trent, ei... Espera, você precisa de ajuda... Trent... - Digo, quandos todos pegam as mochilas e saem atrás dele.

– Caralho, Chloe, tu tinha que fazer o Trent ficar mal? Mandou malzão, vacilona. - Declan sai correndo atrás dele.

– Gente, eu não fiz nada... Droga - Pego minhas coisas e saio correndo também.

– Trent, espera... - Grita Nolan.

– Me deixem em paz... - Ele entra em um beco.

– Não... Nós vamos ajudar você, para com isso... - Rebate Nolan.

Percebo que os pássaros que estão em cima dos muros do beco começam a voar em disparada. O céu também parece mudar. É quando Trent passa por um portão estreito de ferro com um buraco com uma grade afiada, mas passa normalmente.