Capítulo 3

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➳ ➳ ➳ ➳ ➳ ➳ ➳ ➳ ➳ ➳ ➳ ➳ ➳               Tempo Prolongado
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Acordei pela manhã, novamente com o soar do despertador. Droga, coloquei para a semana inteira. Eu nem percebi que havia pegado no sono. Talvez eu tenha apagado depois de me perder em pensamentos, lembrando da minha vó. Levanto-me extremamente preguiçosa. Sempre gostei de acordar cedo, mas hoje eu queria ficar mais alguns minutinhos na cama, estava tão quentinho...

Caminho até minha cozinha, já alcançando a chaleira, água até a metade e fogo, como toda manhã, eu estava muito afim de um café bem quente.

Minha busca por emprego não havia acabado. Voltei para o quarto e peguei meu celular. Já de volta a cozinha, liguei o celular e não havia nada. Entrei em meu e-mail e outras coisas para verificar se algo me havia sido enviado.

Nada. Como sempre.

Deixei o celular na mesa quando percebi que a chaleira apitava.

Após passar o café, sentei-me à mesa e percebi que hoje era o meu penúltimo dia aqui, caso eu não arrumasse um emprego. Sinceramente, eu estava de mãos atadas, nunca se passou pela minha cabeça ficar em uma situação dessas. Era humilhante. E o problema era que eu não poderia fazer nada, a não ser arrumar um emprego. Limpei uma lágrima solitária que eu nem havia percebido que derramei e respirei fundo. Não iria ficar me lamentando se tudo o que aconteceu até hoje foi por minha própria culpa. Falta de aviso não foi, disso você pode ter certeza.

Tomei fôlego mais uma vez e esmurrei a mesa, decidida a não me render, não foi dessa maneira que Dona Bina me criou. Todos passamos dificuldades na vida, e agora chegou a minha vez.

— Eu vou arrumar um emprego e sair  merda, ou não me chamo Charlotte Higgins!

Dei a última golada em meu café e peguei meu celular, caminhei até a sala e liguei a TV, deixando no canal de notícias. Adorava saber como São Paulo estava e às vezes algumas notícias de emprego apareciam. Liguei meu celular e imediatamente liguei o Wi-Fi do vizinho. Busquei novamente por vagas, mas toda vez que ligava as pessoas diziam que a vaga já havia sido preenchida.

Mas que merda. Por que não tira a porra do anúncio cacete!

Respirei fundo para não acabar arrancando os cabelos, parei de mexer no celular no instante que ouvi na TV a repórter dizer que a empresa Sartori estava precisando de uma secretária para o Senhor Sartori. Peguei o controle atrapalhadamente e tentei aumentar o volume.

— Merda de controle! -bati o controle na mão e rodei as pilhas gastas para aumentar o volume.

Assim feito, dei a total atenção para o que a repórter dizia.

" Os irmãos Sartori, donos da rede de empresas mais famosas no mundo acaba de inaugurar sua sede na cidade mais populosa no Brasil. Jason Sartori declarou em nota que: Todo bom empresário necessita de uma secretária e que ele não ficaria de fora do caso e que abriria vagas para que algumas se candidatassem,mas apenas aquelas que se mostrarem eficientes no trabalho". Para as que se interesaram, entrem no site da empresa e enviem seus currículos, só serão chamadas aquelas que forem selecionadas por um dos irmãos."

Meu Deus. Seria uma chance? Uma oportunidade?

Eu deveria enviar meu currículo? Acho que ele é muito bem qualificado para o serviço mas não sei se conseguiria trabalhar em uma empresa tão grande como a Sartori. Todavia, resolvi tentar, não me custaria nada e afinal, na minha condição desesperadora, eu não tinha muitas opções.

Descrente de que conseguiria o emprego, enviei meu currículo para a empresa. Já trabalhei como secretária antes mas foi apenas em uma empresa de materiais de construção, e acabou não dando muito certo.

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