Capítulo 30

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                            MINHA
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O copo de Uísque agora me fazia companhia, eu estava em minha casa e olhava a cidade pela grande janela de vidro. Eu ainda estava inconformado com Charlotte, depois de tudo, como ela pôde fazer isso comigo, sabendo que eu não me dava bem com o meu irmão?!

Eu aguardava o telefonema de Carlos, que me passaria a localização exata de onde Jonathan estaria com a minha morena. Eu iria atrás de Charlotte até no inferno, mas ela não ficaria com ele, preciso dizer a ela quem ele é de verdade.

O sangue fervia em minhas veias, meu maxilar doía de tanto travá-lo, meus olhos estavam vermelhos de raiva e ansiedade. Logo, meu celular tocou:

- Senhor, eles estão em uma casa de praia, não muito distante da região, a que o senhor frequenta em dias de folga.

Apertei minhas mãos em punhos e estalei o pescoço.

O filho da puta além de estar com a minha mulher, está na minha casa de praia!

- Certo, estou indo pra lá.

Desliguei o celular e o coloquei no bolso, tomei as chaves do carro e desci até a garagem. Andei pelas ruas à noite, tendo um deja vu, relembrando a mesma situação em que eu estava a anos atrás.

Debbie. Meu noivado. Jonathan.

É um sentimento inexplicável, e eu não admitiria perder minha mulher para ele novamente. Depois de uma hora cheguei em frente à casa de praia onde estavam Jonathan e minha mulher. Era quase uma mansão, eu vinha para esta casa em dias de folga, quando precisava sumir, relaxar. Estacionei o carro embaixo de uma árvore, estava escuro, não dava para ver o carro mesmo se passasse do lado dele. A casa possuía quase todos os cômodos de vidro, não era fumê, porém não era possível ver tudo o que havia lá dentro. De repente, vi Charlotte andando pelo primeiro andar, onde ficavam a cozinha e a sala. Ela sorria.

Deus, ela sorria perfeitamente.

Uma música agitada estava tocando, ela dançava, jogava as mãos para cima, balançava os cabelos. Meus olhos estavam fixados nela, em cada movimento, em cada jogada de cabelo, em seu sorriso, seu corpo. Eu estava enlouquecendo. Minhas mãos começaram a suar enquanto eu as mantinha firme no volante. Charlotte estava me deixando maluco, eu pirava na dela, aquele jeito bruto e descontraído, Charlie não tinha medo de falar o que vinha à sua cabeça, era especial, linda, capaz de deixar qualquer cara a seus pés, e foi exatamente isso o que ela fez comigo.

Saí de meus devaneios quando vi Jonathan surgir atrás de Charlotte, ele tocou sua pele morena que eu tanto amava tocar, mexeu em seus cabelos negros macios, compartilhou da risada dela, tocou seu rosto, e quando vi Jonathan aproximar seu rosto para beijá-la ela se afastou, colocou uma de suas mãos no peito de Jonathan e deu um passo para trás. Olhou pelo vidro, para mim, como se estivesse me vendo, como se soubesse que eu estava ali.

Mas isso é impossível! Não dá para me ver, para saber que eu estava ali.

A escuridão e a cor preta do carro ajudavam na camuflagem, não era possível que Charlotte estava me vendo. Ela continuou a olhar pela janela e sorriu, um sorriso pequeno, mas grande o bastante para eu saber que ela ainda me queria, que me preferia. Comecei a rir, vendo Jonathan olhar pela janela sem entender nada, claramente ele não estava me vendo.

Charlotte girou os calcanhares e subiu para o segundo andar da casa. Jonathan ficou parado, estático, ainda sem entender o que havia acontecido. As mulheres nunca o recusavam, então para ele, levar um fora de Charlotte era algo inédito. Ele olhou pela janela mais uma vez, desta vez prestando mais atenção, cerrou os olhos para tentar ver melhor mas não conseguiu ver nada. Jonathan foi atrás de Charlotte, subiu as escadas e sumiu de minhas vistas.

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