Capítulo 52 | Bônus

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               AMOR DOENTIO
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JONATHAN

Eu sempre fui o tipo de cara que trazia problemas, e isso não era novidade para ninguém. Na escola, quando era moleque, eu era sempre zoado por ser pequeno e aparentar ser mais frágil do que meu irmão, que, ao contrário de mim, sempre fora alto e tinha cara de poucos amigos. Era sempre assim: eu era zoado e não gostava de deixar barato, então partia para cima dos moleques, mesmo sabendo que iria apanhar. E depois, as professoras falavam para o meu irmão e então ele ia lá brigar com eles. Às vezes na hora do recreio e/ou depois da aula. Eu dizia a ele que podia me defender sozinho, que eu também sabia brigar, mas Jason sempre quis se mostrar, ser o mais forte de nós dois, e aquilo estava me enchendo o saco! Então deixei que Jason se ferrasse sozinho.

Ele não queria ser o bonzão de tudo? Então que se foda sozinho!

Comecei a arrumar briga com os moleques do ensino médio, enquanto Jason e eu ainda estávamos no ensino fundamental. Eu provocava até sentir que eles estavam em seus limites, e então, corria para chamar Jason. Ele apanhava muito, e já estava virando rotina, até sermos trocados de escola. Mamãe e papai ficavam uma fera com Jason, e, por tudo se repetir na nova escola, ele apanhava em casa e ficava de castigo. Eu comecei a gostar de ver Jason ser punido, de vê-lo sofrer um pouco. Era bom, pois abaixava o ego dele.

Não me encare mal, não sou esse sujeito cruel que todos pensam. Embora fosse insano, eu também amava. Eu havia colecionado muitas transas ao longo do tempo, inclusive, com a ex-noiva de Jason: Debbie. Na real, Debbie sempre fora safada. Fora a primeira namorada de Jason e a primeira noiva. Ah, como ele a amava... Debbie trocava olhares comigo desde a primeira vez em que pisou em nossa casa e fora apresentada à nós. Era bonita, e eu me interessei fácil por ela. Tinha curvas lindas, que deixaria qualquer cara louco. Nós então começamos a nos pegar. Bastava ela ir para a nossa casa que transávamos. Não era a primeira vez que eu havia trepado com ela. Era gostosa e, com certeza, não era virgem como dizia a Jason. Ele, até então, nunca tinha transado com nenhuma mulher, nem mesmo com Debbie, pois a mesma, assim que me conheceu, trepava somente comigo. Eu era bruto e sabia que era desse jeito que ela gostava. Foi então, que decidi acabar com aquela enganação.

Afinal, não seria justo com o meu irmão deixar a noivinha dele o apunhalando pelas costas, não é?

Foi com o propósito de terminar o noivado daqueles dois que eu disse a Jason que acordaria sua noiva em seu quarto. Mas Debbie não estava dormindo, pelo contrário, me esperava com uma lingerie por baixo do vestido. Aquela era sua despedida de solteira, e nada mais justo do que comemorá-la comigo. Fiz de tudo em Debbie para que demorasse e Jason sentisse nossa falta. Logo, não demorou muito para isso acontecer, e foi então que tudo se acabou.

Jason sumiu por muito tempo, até eu ter notícias de que ele estava no Brasil, tinha construído empresas, e aquilo significava dinheiro. Viajei para o Brasil atrás de meu irmão e amei o país. Era muito rico, principalmente de belas mulheres. Não eram como as do Estados Unidos. Eram naturais, o corpo cheio de curvas e como um bom gringo eu aproveitei o máximo. Implorei perdão a Jason e enchi a cabeça dele com um monte de merda sentimentalista, que eu sabia que ele cederia. No entanto, Jason havia feito um amigo, do qual insistia em chamar de irmão. Scott Daniels. Nunca o suportei, mas também nunca mexi com o cara, pois saíra da própria boca de Jason que Scott era da pesada e eu claramente não iria cutucar onça com vara curta.

Jason me aceitou em sua empresa depois de algum tempo. O cara tinha coração mole e eu sabia que seria fácil convencê-lo. Até que uma coisa se passou em minha cabeça: eu deveria ter as minhas próprias empresas também. Mas não queria ser como Jason, afinal não teria paciência para começar tudo do zero e ainda esperar a empresa me render lucro. Foi então que pensei em empresas fantasmas. Era um negócio sujo e perigoso, tinha que ser bem arquitetado para não desconfiarem. Fiz alguns contatos. Algo que eu realmente precisava se desejava que minhas empresas crescessem. As empresas foram evoluindo, mas, como um dos principais donos, eu precisaria entrar com um investimento também, foi então que comecei a desviar dinheiro da Sartori para as minhas empresas, e estava tudo indo tão bem até uma mulher aparecer: Charlotte Higgins.

A mulher mais linda que já vi em toda minha vida.

A vi pela primeira vez no táxi, estava saindo dele. Nunca a tinha visto pela empresa, e, com o anúncio para recrutar novas secretárias, eu liguei os pontos e vi que ela era uma entrevistada. Eu subi até a sala de Jason, com o intuito de espiar a morena, mas fui abordado por uma das recepcionistas da empresa e não tive como negar uma rapidinha com ela em minha sala.

Depois trepar com a recepcionista subi até a sala de Jason e invadi, ela já estava de saída. Contestei que era ainda mais linda de perto, e com certeza despertava coisas em mim que eu nunca havia sentido antes. Com o passar do tempo, fui me interessando ainda mais por ela. Charlotte me intrigava, e eu tinha uma fissura por ela. Até o dia do acidente. A levei para a minha casa e foi como ganhar na loteria.

Eu tinha ela todinha para mim. Comecei cheirando seus cabelos, e, devagar, fui tirando peça por peça de sua roupa. Beijei sua boca carnuda que eu tanto desejava e tirei fotos suas. Eu as colocaria no quarto mais precioso de meu apartamento.

Eu desejava Charlotte, mas era incapaz de abusar dela. Com ela eu queria diferente, não a forçaria a nada, ela era linda demais para ser tratada daquele jeito. E, foi ali, a olhando deitada em minha cama que eu comecei a amar Charlotte. Eu a amava. Mas, aos poucos, vi Charlotte se afastar de mim e se juntar a Jason.

Aquilo não era justo.

Jason já tinha amado uma mulher na vida, ele já sabia o que era aquele sentimento, sabia o quanto era bom, e eu nunca tinha sentido aquilo por nenhuma mulher antes. E me doía ver a mulher que eu amava ficar com o desgraçado do meu irmão. Não. Não me doía. Aquilo me trucidava!

Foi então que comecei a seguir Charlotte para qualquer lugar que ela fosse. Eu tirava fotos suas, fotos da minha Charlotte, minha...

Eu sonhava com ela, sonhava com a nossa vida juntos. Nos imaginava casados, com filhos. Era o sonho que eu estava disposto a realizar. Mas Jason não estava me deixando realizá-lo.

Não era justo.

Eu a estava perdendo. A estava perdendo para Jason. Cada vez que eu a olhava eu via um brilho apaixonado em seu olhar, que eu deveria estar sendo o motivo. Mas não. Era por Jason que ela estava apaixonada. Quando dei por mim, eu já estava colecionando fotos suas em meu quarto especial. Eu sempre ia pra lá chorar e tocar suas fotos, era a única forma de tê-la por perto. As vezes eu as rasgava e me arrependia depois.

Eu fiz de tudo para Charlotte ser minha, a tratei como nunca tratei mulher alguma antes. Eu havia sido gentil, amável, romântico, como deveria ser. Mas mesmo assim ela preferia Jason.

Jason. Jason. Jason. Sempre esse filho da puta no meu caminho!

Eu a amava tanto que meu peito chegava a doer. Eu a seguia para todo lugar que ela fosse.

Até que, sem me dar conta, eu estava tão dependente que cheguei a ameaçá-la. E meu coração ficou ainda mais dilacerado quando soube que ela estava grávida de Jason. Eu quis matá-la. Ela e ele. Foi então que eu vi que o amor não valia a pena, e que também não valia a pena apostar em alguém que não dava a mínima para você. Foi então que invadi a casa de Charlotte e instalei as câmeras. Debbie e Samanta me ajudaram. Eu as havia encontrado e ambas choravam por causa de Jason. Fizemos um acordo, elas queriam destruir Charlotte e Jason, e eu também. Tínhamos isso em comum, além delas gostarem das nossas transas. Mas mesmo que eu tivesse Samanta e Debbie em minha cama, nenhuma supria o meu desejo por Charlotte, e era ela que eu enxergava toda vez que estava em cima de qualquer mulher.

Era ela.

Era Charlotte.

Destruir mais um noivado de Jason foi a minha meta. O ver no fundo do poço, assim como Charlotte, que também pagaria por me fazer sofrer.

Mas apesar de tudo, a única coisa que eu queria no final das contas era amar. Ter o amor que não era meu, e que nunca fora designado a mim.

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Como prometido!!

Me digam o que acharam do capítulo. Espero que tenham gostado!! :)

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