"Desculpa?"

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Talvez eu tivesse sido muito dura com ele, mas só talvez.

Mexi a panela com uma colher de madeira, que continha chocolate. Escuto a porta abrir e nem preciso olhar pra saber que é Sofia.

Pego a panela e vou pro meu quarto sem dizer nada.

-Emburradinha!.- exclamou entrando no quarto e se jogando na cama.

-Briguei com o Guilherme.- Disse sem contato visual e ela se senta.

-Por aquelas coisas que estavam acontecendo?. Olha se for, é normal.- Fala convicta.- E ainda mas que o Guilherme está passando por isso tudo.

É, realmente.

-Vou conversar com ele.- Falo pegando o celular mas ela toma de minhas mãos e eu a olho incrédula.

-Agora você vai me escutar, depois você liga pra ele.- assenti dando de ombros.- Não é só vocês que brigam, você acredita que Felipe estava metido de novo naquela corrida sde carros e motos, argh.- Ela fala bufando.

-Tem certeza?.- Pergunto.

Sofia odiava essa corrida porque realmente era bem perigosa e ela não queria nem ver o Felipe perto. Mas depois que ele prometeu não correr mais, acho bem difícil ele ter voltado, porque umas das coisas que Felipe não faz é quebrar promessas.

-Tenho.

-É, não ta fácil pra ninguém.- disse.

Nós duas ficamos em silêncio.

-Eu quero que você me ajude.- disse e ela ergueu as sobrancelhas.- quero fazer algo para Guilherme. Porque realmente ele não tem culpa de nada, só de algumas coisas, mas eu reconheço que fui egoísta e só pensei em mim.

Disse tudo rapidamente e Sofia bate palminhas.

-Então, vem comigo.- Ela me puxa e nós vamos até o estacionamento.

-Olha, eles que costumam fazer essas coisas, mas agora é sua vez.

Eu realmente não estava entendendo nada.

Depois de alguns minutos ela parou em frente a uma loja que vendia coisas de enfeites e várias outras coisas.

-Você é genial.- Disse já entendendo tudo.

Descemos e compramos cartolinas vermelhas, flores, bombons e canetas coloridas.

Trabalhei até as doze da tarde. E desde ontem que não falei com o Guilherme.

Já eram quase cinco da tarde quando eu e Sofia voltamos do centro e eu pedi que ela enrolasse o Guilherme pra ele sair do escritório. A surpresinha ia ser lá. Então ela ligou pra ele.

-Guilherme meu amor.-Falou ao telefone.- O que eu quero? Assim você magoa sua priminha.- Revira os olhos.- Queria que você viesse aqui, é importante. Está ocupado?.-Fez uma expressão negativa pra mim.- Mas é rapidinho, já já você está de volta.- Ela deu pulinhos.- estou te esperando.- desligou e me encarou.

-Ele vem agora?.- perguntei.

-Vem, então corre pra lá.

Peguei as coisas e fui o mais rápido que pude. Sofia me ligou pra dizer que ele havia chegado e que quando eu acabasse aqui era pra avisar.

Peguei o elevador e esperei impaciente até chegar o andar do escritório dele.

-Srta. Melany?.- Sendy fala assim que o elevador se abre.-Guilherme não está.

Penso em dizer tudo a ela, mas acho melhor não,  então ponho em prática meu lado atriz.

-Tudo bem então, vou esperar na sala dele.

De primeiro ela me olhou como se não aprovasse muito minha decisão mas viu que eu não iria mudar de idéia.

-Tudo bem, eu vou avisa-lo que...

-Não, não precisa.-Dou um sorriso amarelo.- Não avisa pra ele, quero fazer uma surpresa.- pelo menos essa parte era verdade.

-Está bem.-Colocou o telefone no lugar.

Abri a porta e antes de entrar tive que lembrar de novo.

-Não avisa.- disse sorrindo e ela retribui balançando a cabeça como se ja tivesse entendido.

Entrei rapidamente. Estava me sentindo como naqueles filmes de ação, só faltou a roupa toda preta.

Então lá vamos nós.

Peguei os corações vermelhos cortados (mal cortados) por Sofia, e vou pondo um por um no vidro enorme que tinha atrás de sua cadeira, bela vista de Orlando por sinal. Jogo alguns bombons em sua mesa, e acendo algumas velas de cor, pra né, ficar mais romântico. Sofia manda uma mensagem dizendo que ele já tinha saido e que não conseguiu segura-lo por mais tempo. Me apresso pra pegar a plaquinha que está escrito "desculpa", seguro ela e pronto, só falta o bendito chegar.

Já estava praticamente de noite e vista bonita é o que não faltava.

Esperei mais alguns minutos até que ouço alguém falar com Sendy e eu me levanto rapidamente, ai deus, meu coração.

Então ele entra, com a camisa social por fora da calça, as mangas arregaçadas e os cabelos em uma bagunça maravilhosa. Me apaixonei de novo.

Ele olha tudo atentamente e depois sorri.

Levanto a plaquinha, meio sem graça.

-Eu que te peço desculpas meu amor.

Eu que faço tudo, e quem chora sou eu, injustiça.

Ele me abraça forte.

-Eu te amo.-Sussurra.

Ele se fastou e pôs uma música,  não uma música qualquer, e sim a melhor.

Ed Sheeran - thinking out loud

De repente todos os problemas sumiram, só haviamos nós dois ali.

Pegou minha mão delicadamente e nós começamos a dançar no ritmo da música,  lento e sem dizer nada.

-É com você...-Sussurra em meu ouvido.

-O que?.- pergunto curiosa.

-É com você que eu quero me casar, acordar todos os dias ao seu lado, contruir uma família,  passar o resto da minha vida ao seu lado.

Para de chorar Melany, já ta bom por hoje.

-Te amo muito.- digo acariciando seu rosto.- Eu amo tudo em você, seus defeitos e suas qualidades. E sabe de uma coisa? Eu quero brigar mais vezes com você, pra no fim sempre ter uma reconciliação dessas.

Sorrio e ele me beija.

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A melhor reconciliação que você respeita ♥♥♥

Gente, comentam o que vocês estão achando pelo amor de Deus, não sejam leitores fantasmas.

Beijos.

O Garoto da Sala ao Lado 2Where stories live. Discover now