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Hey, Galerii!!
Obrigada a todos que estão acompanhando, comentando e votando. <3
Para quem gostou, salve na sua biblioteca para saber quando haverá novo capítulo.
Boa leitura, bjx.
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Era sexta-feira e nem eu fui falar com Anny e nem Anny veio falar comigo. Nós pegávamos o mesmo ônibus para ir à escola e para voltar, porém não trocávamos uma palavra desde segunda, nem olhar para mim direito ela olhava.

Contudo, o pior era ver ela toda hora com o Miguel já que não estava comigo. Eles passavam o intervalo em uma mesa juntos com outros alunos do terceiro ano e, na maioria das vezes, Miguel passava a mão por cima do ombro dela e ficava abraçando-a de lado, como ele estava fazendo agora.

-Miguel deve estar morrendo de sede. - Bruno disse tirando-me dos meus pensamentos.

-O que? Por que? - Perguntei sem entender.

-Porque você está secando tanto o Miguel e a Anny que deve ter dado até sede neles. - Ele falou e eu o olhei irritado.

-Nada a ver, eu nem estava olhando!

-Claro que não, só deve saber de cor qual a roupa da Anny hoje. - Ele ironizou.

-Vai se fuder! Não ligo se Anny está com o Miguel, com o Papai Noel ou sei lá quem.

-Você devia pedir desculpas para ela...

-Eu não!

-Henry, você passou a semana estressado por conta dessa briga...

-Não estou estressado!

-Ah não está? - Bufei. Sim, eu estava estressado. E Bruno usando a ironia só me estressava mais. -Só estou tentando ajudar, você devia pensar com calma. - Ele finalizou.

-Como pensar com calma com uma pessoa que estressa-me, Bruno?

-Cara, ela te estressa mais que te alegra? - Bruno perguntou e eu me calei.

Anny irritou-me no momento em que a conheci, mas depois ela foi muito gentil. Apesar dela me irritar dessa vez, ela tinha motivo, e comparando as vezes que ela me irritou e as vezes que ela me fez bem, Anny era como meu anjo.

-Bruno? - Falei depois de um tempo em silêncio.

-Fala, cara.

-Vou pedir desculpas, obrigado! - Falei batendo na mão dele.

-Boa cara, mas agora o sinal já tocou, então depois do treino você pede. - Ele disse levantando-se da mesa indo para a sala, acompanhei-o.

                                 •••

As últimas aulas passaram lentamente até o treino. Eu não vi Anny durante nenhuma delas, então tive que ir treinar sem pedir desculpas.

Quando cheguei no treino Miguel estava conversando com o treinador, ele estava avisando que sairia mais cedo. Sorte minha, não precisaria aguentá-lo até o final.

O treino começou e eu estava péssimo, não acertava nenhum passe. O treinador gritava comigo, mas a única coisa que passava pela minha cabeça era como eu pediria desculpas a Anny.

-HENRIQUE! - O treinador gritou para mim, e foi ai que eu vi a bola vindo em minha direção, tarde demais. A bola acertou minha cabeça em cheio. Bruno riu.

-Ai... - Gemi passando a mão no local onde a bola bateu.

-HENRIQUE! - O treinador gritava vindo em minha direção. - Você está muito distraído, então vai treinar só o físico hoje!

-Como assim, treinador? - Perguntei.
-Cinco voltas correndo no campo! - Ele respondeu ríspido.

-O que?

-Você quer seis?

-Mas treinador...

-Eu ouvi sete? - Me calei e comecei a correr.

Tinha como o dia piorar? Na verdade, a semana estava horrível e só piorava a cada dia que passava. Sempre que eu tinha essas semanas horríveis o meu passeio de sexta-feira com Anny animava-me. Sempre um lugar novo e assuntos novos.

Enquanto eu pensava correndo, vi Anny chegar no campo de futebol. Isso só pode significar uma coisa, certo? Que igual a mim ela, percebeu que estávamos sendo infantis e decidiu esperar o treino acabar para sairmos igual toda sexta-feira, certo? Não!

Não, porque quando Anny chegou no campo Miguel despediu-se do treinador e foi de encontro a ela. Ela não estava lá por mim, ela estava pelo motivo da nossa briga.

E depois de ver essa cena, uma onda de raiva dominou meu corpo e eu, realmente, desisti de pedir desculpas. Se ela não sentia falta, por quê eu deveria? Foi tão fácil ela trocar nossas sextas-feiras juntos por uma com o Miguel.

Não terminei o treino, ia direto para casa quando Bruno lembrou-me de passar na sala do conselho estudantil para comprar os convites para o baile. Sim, deixei para a sexta-feira, um dia antes do baile para comprar os convites. E como estava de péssimo humor paguei sem nem chorar o preço.

Como toda desgraça para mim é pouco, tive que ir em uma loja para comprar o smoking sozinho, e lembrei que Anny iria comigo se estivéssemos no mínimo conversando. E apesar da moça da loja fazer alguns comentários sobre como eu ficava em cada smoking, não era a mesma coisa, Anny tinha comentários que eram únicos, sem serem únicos. Era como se quando ela falava algo que, talvez, fosse normal, eu prestava mais atenção.

-Credo, estou parecendo o Bruno. - Comentei para mim mesmo enquanto entrava em casa.

-Filho? Chegou cedo na sexta, de novo. - Meu pai disse.

-É, não saí com Anny, de novo. - Falei colocando a sacola com o smoking no sofá e suspirando alto.

-O que houve, filho? Por que não saiu com ela? - Meu pai perguntou guardando seu jornal.

-Porque ela está... por que ela tem... é difícil explicar, pai. - Falei. -Estamos brigados, e a explicação é tão... tão... boba e não sei o porquê não nos resolvemos. - Meu pai riu pelo nariz. Por que caralhos ele estava rindo?

-Tudo vai resolver-se, filho, mas você vai ter que dar o primeiro passo, se você for o errado ou se ela for importante. - Meu pai disse e bufei.

-Pai, tudo podia ser mais fácil, não?

-Sim, poderia, mas aí não seria vida. - Ele falou e saiu da sala, deixando-me sozinho.

Me, she & themOnde histórias criam vida. Descubra agora