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Hey, Galerii!!
Obrigada a todos que estão acompanhando, comentando e votando. <3
Obrigada por lerem até aqui e espero que gostem do último capítulo de "me, she & them".
Boa leitura, bjx.
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Já faziam cinco meses desde que Anny tinha viajado. Cinco meses em que toda sexta-feira eu saia da escola e ia direto para casa, para ligar para ela.

Cinco meses nos quais peguei diferentes meninas, e tentei seguir em frente. Cinco meses que em toda sexta-feira, quando eu perguntava se Anny estava namorando, eu sentia o medo de que ela tivesse arrumado alguém. No começo era difícil, mas depois de um tempo acostumei-me, e agora, até torço um pouco para que ela arrume alguém.

Eu ganhei o concurso e meu livro está a caminho de ser publicado. Com essa vitória decidi que irei fazer letras na faculdade, assim, garantindo um contrato com a editora.

Nessa sexta-feira eu não teria como falar com Anny, já que era o último dia de aula e após o colégio eu iria encontrar-me com um moço da editora para assinar o contrato. Ela também disse que não conseguiria falar comigo porquê tinha algo do intercâmbio para fazer, então teríamos que deixar para depois.

Eu estava no centro da cidade, perto de alguns prédios muito bonitos. Iria assinar o contrato dentro do mais bonito, que era o prédio da Editora. Tirei uma foto e mandei por mensagem para Anny. Ela me respondeu depois de alguns minutos:

Anny: Olha que cafeteria legal do lado! Quando eu voltar quero tomar café nela.

Eu: Acho que vou fazer isso depois que eu acabar aqui.

Anny: Invejoso! Boa entrevista, idiota, tenho que fazer umas coisinhas, bjx!

Ri com a mensagem e entrei no prédio. Demorei duas horas lá dentro. Assinar contratos é muito chato.

Quando sai, só pensava em ir para casa, mas quando vi a cafeteria do outro lado da rua, não resisti.

Adentrei o local com calma e logo senti o cheiro de café forte. Fui até o balcão, pedi uma xícara de café preto e sentei-me em um banco próximo. 
O lugar era algo que Anny gostaria.

Não estava lotado, deveriam ter umas sete pessoas que eram clientes. O cheiro era bom e o habiente confortável, com poucas luzes.

Eu esperava meu café enquanto lia qualquer coisa no meu celular, até que a moça entregou-me a xícara acompanhada com um pote.

-Com licença, moça. Isto não é meu. - Falei mostrando o pote de um tipo líquido amarelado.

-É sim, uma moça que pediu para entregar junto ao seu café, é mel. - Ela disse e tudo girou. Mel? Só uma pessoa toma café com mel.

-Moça, onde está a moça que mandou você entregar o mel junto? - Perguntei.

-Atrás de você, Henrique. - E claro que eu reconheceria a única pessoa que me chama de Henrique. Então, atrás de mim, estava Anny. - Surpresa! - Ela falou sorrindo e eu não me controlei.

Levantei-me e fui até ela quase que correndo. Eu tinha muitas perguntas, mas tudo que eu precisava naquele momento era sentir ela.

Passei meus braços pela cintura dela e a girei no ar. Era um misto de saudade e alegria, e o calor do momento me tomou até que parei de abraçá-la e a beijei.

Sim, eu a beijei.

Mas não, não foi o que eu esperava.

Não que Anny beijasse mal, longe disso, mas não foi o que eu achava que seria. Não senti borboletas no estômago, não senti prazer ou algo do tipo. Só me senti, estranho, me senti errado.

Era o que eu achava que queria, beijar minha melhor amiga, mas ali, no momento, apenas me senti estranho. Era como se não fosse para mim beijar ela.

E naquele momento eu percebi que não era para eu beijar ela. Não porquê eu não a amasse, já que eu amava Anny. Não porquê ela beijava mal, já que ela não beijava mal.

A verdade é que eu amava Anny como amiga, e estava ficando todo confuso com isso. Anny era perfeita, literalmente, perfeita. Ela não tinha nada demais, mas era perfeita. E por ser perfeita, ela era a perfeita amiga.

Parei nosso beijo estranho e ela abriu os olhos lentamente.

-Mas que porra você acabou de fazer? - Anny sussurrou e eu ri pelo nariz.

-Não sei, agi pelo momento. - Falei.

-E agora? - Ela disse.

-Fingimos que não aconteceu, ou falamos sobre eu ter achado que gostava de você?

-Prefiro fingir que não aconteceu.

-Também. - Falei e a abracei. -Agora, como veio parar aqui?

-Vim visitar minha família, estou de férias. Cheguei hoje de manhã, mas como você tinha aula e tinha que assinar o contrato, estava esperando na sua casa até você me mandar a foto. - Ela falou e eu sorri.

-Quanto tempo vai ficar?

-Provavelmente, um mês.

-Dá pra aproveitar bastante. Vamos começar com um café? - Falei e ela sorriu.

-Com mel, com certeza.

Eu é Anny ficamos ali sentados conversando até que uma menina entrou na cafeteria, olhou para mim, sorriu e foi em direção ao balcão. Sorri de canto.

-Sempre vamos ser você, eu e elas, certo? - Anny falou sorrindo.

-Até você encontrar um ele ou alguns eles. - Falei bebendo meu café. - Ou até eu encontrar uma ela.

-Você já tem a mim. - Ela disse exagerando e eu ri.

-Você me colocou na friendzone! - Falei e ela riu.

E ficamos ali conversando como bons amigos até tarde, porque era isso que éramos. Amigos, eu e ela, melhores amigos. Sempre, me, she & them.

Me, she & themWhere stories live. Discover now