Capítulo 8

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Pedro, Ana e Gregório encontravam-se em frente ao enorme paredão de rochas onde a trilha terminava. Os primeiros pingos de chuva da tempestade que se formara começavam a cair. Os raios e trovões intensificaram-se, e os três começavam a preocupar-se com as grossas nuvens que enxergavam no horizonte.

- E agora? – gritou Gregório, tentando vencer o rugido dos ventos que assolavam a região.

- Não sei! Procurem por alguma pista! – Pedro gritou de volta.

Ana e Gregório passaram a vasculhar com os olhos e as mãos cada centímetro quadrado de rocha.

Gregório estava nervoso.

- Encontraram alguma coisa? – gritou.

- Não – foi a resposta em uníssono.

Os três continuaram procurando freneticamente. Em dado momento, Gregório gritou.

- Ei, encontrei algo aqui! – seu grito saiu abafado por causa da tempestade, que já caía forte.

Ana e Pedro correram à posição de Gregório. Encontraram-no agachado, analisando algo na rocha.

- Ei, o que tem aí? – perguntou Ana.

- Dá uma olhada. Olhem o que achei escrito aqui – respondeu Gregório.

Os dois agacharam-se para verificar. Uma inscrição quase invisível em um canto oculto atrás de uma moita. Ana, protegendo os olhos com a mão estendida, leu:

- "Para aqueles que aqui chegaram, Matamouros cobrirá de glórias. Porém ainda há o caminho estreito, e os quatro elementos terão de ser feitos pelo eleito".

- Que diabos é isso? Eleito, quatro elementos, caminho estreito? Gregório gritou vencendo a fúria da tempestade.

- Sei lá! E fala de um "caminho estreito"! Que será isso? – Pedro quase não conseguia falar.

O rugido da tempestade aumentou. A fúria dos ventos impedia-os de caminhar.

- Procurem uma passagem nas rochas! – Ana sugeriu.

Gregório pôs-se a procurar com os olhos. Nada.

- Não estou encontrando nada! – gritou em desespero.

Ana e Pedro em ritmo frenético se puseram a puxar as rochas. Quem sabe alguma delas não revelaria alguma passagem oculta? Porém por mais que os esforços fossem feitos, não conseguiam mover nem um milímetro.

- Não adianta, não é por aí! – gritou Gregório.

- Ah, tá, e o que o bonitinho sugere? – Ana desdenhou.

Gregório fingiu não perceber o tom de deboche.

- Tenho uma ideia, venham até aqui! – Gregório chamou.

Os amigos olharam.

O Portador estava novamente agachado em frente à rocha da inscrição.

- Lembram-se da primeira parte da frase? "Matamouros cobrirá de glórias"? Pois bem, ele já cobriu a gente! – Gregório ria enquanto tentava articular as ideias.

- Do que está falando? – Pedro estava impaciente.

Gregório deu um passo para trás, apontando com um dedo a mesma rocha anterior e olhando para cima. Ana e Pedro olharam para onde a ponta do dedo do rapaz indicava.

Foi então que perceberam.

Um entalhe minúsculo indicava Santiago Matamouros pisando em uma serpente com o pé direito e apontando com a mão direita uma direção. Era exatamente para onde Gregório olhava. Ana e Pedro olharam para o mesmo lugar. Não havia nada ali, exceto duas árvores grossas, com aparência de serem muito antigas, cobrindo os três com suas folhas frondosas.

O Templo da Magia (Reinos em Guerra - Livro 1)Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin