8º "Coharil"

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Audrey nunca ficara triste ao final de uma viagem. Desanimada e junto de sua mãe, foram pegar as malas no ônibus.

A menina conseguira realizar o pedido da mãe ao fazer as malas, sobre pegar o máximo de pertences possíveis, tanto que quem as visse passando, provavelmente acharia que toda aquela quantidade de bagagem seria para as duas e até, talvez, para uma terceira pessoa. Impossível julgar que duas grandes malas de rodinhas, duas mochilas e uma bolsa de costas, seria apenas para uma pessoa – sem considerar a bolsa da mãe.

Na área de embarque e desembarque, Laís chamou um táxi. O percurso foi um tanto quanto longo, pois demoraram quase 20 minutos para alcançarem uma estrada de terra e quase mais outros 20 minutos passando por ela, para chegarem ao destino, cujo era um hotel fazenda. O lugar era lindo e enorme. Do lugar onde o táxi as deixou, o primeiro lugar visível era a cabana triangular da recepção, formada por madeiras transversais. Ainda era possível enxergar diversos chalés mais ao fundo.

Por mais afastado da cidade que aquele lugar fosse, Audrey não podia acreditar que seria ali. Ela e Laís chegaram lá com muita facilidade. Aparentemente, qualquer um poderia chegar naquele lugar.

Sem questionar, a garota seguiu sua mãe para a recepção. O lugar era comum; nada indicava que se encontravam em uma escola e que principalmente era voltada a treinar poderes.

— Em que posso ajudar? – perguntou a recepcionista esbelta, de longos cabelos pretos e muito sorridente.

— Por enquanto, quarto 214 – respondeu Laís

A recepcionista continuou a se comportar normalmente. Conferiu uma certa lista em uma prancheta e apenas pegou a chave do quarto mencionado pela mãe em uma gaveta sob a mesa que sentava e as conduziu em direção aos chalés.

Durante o caminho, Audrey observou um campo hípico, onde havia alguns cavalos cavalgando, uma mini fazendinha, com algumas ovelhas, galinhas e cabras e uma larga piscina, onde algumas pessoas se encontravam para se banharem. Pessoas que Audrey considerava hóspedes. Aquele lugar definitivamente era um alojamento para as pessoas passarem suas férias, viajarem, se divertirem. Só com o que foi observado pela garota, apontava para essa indicação. E tudo que viu era apenas uma parcela do que havia naquele hotel. Dava para ser muito mais explorado.

Passaram em frentes aos chalés, um próximo ao outro e viravam para uma rampa em descida, onde se via mais chalés. Um dos primeiros, logo antes de começar a descida, era o 214.

Parecia ser um alojamento qualquer e modesto. Cortinas cobriam todas as janelas, impedindo que quaisquer pessoas de fora conseguissem ver algo lá dentro. Havia duas camas de solteiro dispostas. As mulheres ajeitaram seus pertences em um canto e Laís foi a primeira a sentar em uma cama. Audrey a acompanhou, sentando ao lado. Sua mãe lhe abraçou de lado, e deu um beijo em sua cabeça, cuja permanecia encostada em seu ombro.

— Falta uma semana pra suas aulas começarem – explicou Laís. – Vou poder ficar com você até lá. Depois, vou te levar onde ocorrerão as aulas e vou ter que ir...

Uma leve facada passou pelo coração de Audrey.

— As aulas então não são mesmo aqui – compreendeu a filha, não querendo mentalizar a ideia de ficar sem sua mãe. – E por que estamos aqui? E por que já tivemos que vir?

— Eu não sei ao certo explicar como tudo funciona. Só sei que é recomendável, por questões de segurança, que o transferidor de poder – sua garganta travou, antes de prosseguir – "suma" duas semanas após a fusão. E que o herdeiro já vá para escola, porque lá existe algo que vai controlar toda a energia diferenciada que vocês têm. Já era pra você estar lá, mas como aqui muitas pessoas têm poderes e é bem próximo da escola, uma semana aqui é válido para você ficar. Digamos que você está tendo o contato suficiente, por uma semana, para ficar bem.

Elementos DiversosWhere stories live. Discover now