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Giulia

Quando terminei de fazer minha higiene matinal eu estava disposta a contar tudo para o Wesley, e sim, ele deveria saber, pelo menos era o que eu achava, nem sabia por onde começar.

Encontrei os pais da Natália na entrada do hotel, eles iriam à delegacia logo cedo, queria acompanhar, porém disseram que seria melhor se somente os pais fossem por enquanto, insisti e usei todos os argumentos possíveis, não deu certo, então aceitei e aproveitei para dar uma volta pelas ruas.

— Eu vou dar uma volta enquanto isso, avise-me se acontecer qualquer coisa! — Disse minutos antes de sair do Hall do hotel. A rua parecia calma, poucas pessoas, poucos carros passavam, era muito tranquila aquela manhã. O céu aparentava estar nublado, prestes a chover, melhor tempo na minha opinião (principalmente quando se está em casa sem preocupações em mente).

A fome "bateu" forte e lembrei que não tinha tomado o café.

Droga! Eu estou morrendo de fome! Cadê a lanchonete que eu não acho nessa m*rda?! Se é que tenho dinheiro - Pensei.

Coloquei minhas mãos no bolso de trás da calça e por sorte (o que não acontece) tinha lá o suficiente pra tomar pelo menos uma xícara de café com leite.

Espero que dê pra passar a fome de ogro

Caminhei mais um pouco e eu parei no momento que vi a lanchonete, de cara já parecia muito bom, entrei no estabelecimento e encarei um pedaço de torta se "exibindo" pra mim.

Ai torta, não faz isso comigo não, você sabe que eu não resisto ao teu charme

Logo peguei a fila para pedir um pedaço da torta e um refrigerante (que belo café da manhã). Fui atendida imediatamente e só faltava esperar sair, espero que demore apenas um segundo, na hora que estou com fome... pareço mais a onça. Esperando, esperando e esperando, até que chegou, mal via a hora de devorar aquilo tudo, olhei em volta do lugar só por curiosidade, era muito bonito e aconchegante, ainda bem que o preço está em conta! Senão...

E acabei vendo algo que me fez lembrar alguém, algum conhecido, apertei os olhos para ver com mais clareza, e era realmente ele, o Wesley... como o mundo é pequeno! Ele se localizava sozinho na mesa, olhando para a janela, deixando seu gostoso café quente esfriar, parecia pensativo. O que eu mais precisava nesse momento é ter que falar com ele, e dizer o quão filho da puta foi, mas não era o caso, e se eu fosse me envolver na treta, daria o maior barraco que já tive.

Peguei o prato com o pedaço de torta e o copo tamanho médio de refrigerante, andei o mais rápido que pude, sentei-me na cadeira sem permissão, pus o que estava segurando em cima da mesa e cruzei os braços.

— Oi, cunhado, ou ex? — Disse e tirei dentro do seu transe, ele rápido encarou assustado.

— Gi... Gi... Giulia? — Claramente tentava se recordar.

— Não, o papa, é claro que é Giulia, eu, ridículo!.

— O que faz aqui?! — Perguntou.

— O mesmo que você, ué, comendo essa bela torta — Coloquei o garfo com o alimento até a boca.

— Sabe o que estou falando, não seja cínica!.

— Sobre a Nath, sua atitude foi horrível! Acreditando numa mentira! Não sabia que era tão burro e cego a esse ponto, se... — Ele me interrompeu.

— Se for falar sobre isso, é melhor eu indo, nem gaste seu tempo! Fui! — Se levantou impaciente.

— Não terminei! — Levantei rápido e peguei em seu braço — Eu preciso conversar realmente com você, depois paro de te perturbar! Sério — Pensou alguns segundos e resolveu voltar a se sentar.

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