1º capítulo Princípio dos tempos

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    Algumas damas jovens apreciaram sua beleza, pois ele era alto, com cabelos longos e negros, tinha uma cor de pele pálida, olhos negros, bigode, cavanhaque e um bom porte físico, mas o mais comentado era o olhar encantador que possuía. Quanto aos cavalheiros, queriam saber quem era, o que fazia e a que se dedicava. Segundo o Conde, ele era neto de um filho bastardo de Vlad Tepes e veio tomar posse de sua herança, dedicava-se ao comércio e a treinar guerreiros.

    Entre todos os nobres, um lhe chamou a atenção, conhecido por Dom. Marek Popescu, um senhor robusto, mas muito elegante na maneira de se vestir. Durante a conversação fez um comentário meio desagradável, alegando que, apesar de ter passado mais de um século, a semelhança dele com o retrato de Vlad Tepes era grandíssima, somente se diferenciavam na maneira de cortar o bigode e a barba e, de uma maneira satírica, comentou que tinha herdado algo mais em comum.

– O quê? – perguntou Drácula de um jeito garboso.

    Rindo de maneira pomposa, contestou:

– Criar guerreiros para lhe servir e seguir os passos de seus antepassados.

    Vlad não respondeu, mas, de uma maneira bem elegante, sorriu e anunciou que havia chegada a hora do baile e que tocaria uma canção. Esperava que todos desfrutassem da festa.

    Aproximou-se do "Cravo" – Instrumento Musical, muito similar ao atual piano, e tocou uma belíssima canção da época. A noite foi longa e divertida, e tudo transcorreu perfeitamente. No dia seguinte, sua festa foi notícia por todo o território da Romênia, e sua reputação se expandiu por todos os povoados. O plano foi um sucesso e, de agora em diante, Vlad ressurgiria das sombras, cumprido as metas que foram interpostas por Lúcifer.

    Em muitas ocasiões, Drácula era convidado para certos eventos que ocorriam nas casas dos senhores da alta sociedade, para debaterem questões políticas, entre outros assuntos de grande interesse econômico e social. Na maioria das reuniões, ele não podia estar presente devido a outros propósitos. Sempre mandava Roberto Gallus, um vampiro de alta categoria. Ele era de cor pálida, alto, olhos verdes e cabelo cor de fogo, que sempre o ajudava manter as aparências. De todos os seus discípulos ele era o mais fiel e um verdadeiro amigo, pois tinha várias habilidades úteis:

 O poder de se tele transportar – mover-se entre duas localizações de uma maneira instantânea, manifestando-se através de ondas, podendo levar outros consigo.

 Hipnose – Consegue hipnotizar as pessoas para obrigá-las a fazer o que ele quiser. Esse dom todos os vampiros possuem, principalmente para se alimentarem, seduzindo suas vítimas.

Desaceleração Molecular: Esse poder tem a capacidade de diminuir a velocidade de moléculas até que parem de uma maneira temporal.

Uma bela noite de lua cheia, quando Vlad e seu fiel amigo saíram para caçar, depararam-se com um conjunto de pessoas andando por um caminho escuro, iluminado somente pelo brilho da lua, o qual dava acesso a uma aldeia. Era o lugar perfeito, estavam sozinhos no meio da montanha e ninguém saberia quem os havia atacado. Quando ambos estavam prestes a executar o que já haviam planejado anteriormente, uma rajada de ar fez com que eles adiassem o ataque naquele momento, mas isso foi o tempo suficiente, para repararem que um dos integrantes do grupo havia desaparecido do conjunto.

Quem tinha se distanciado era uma jovem, que por causa daquele repentino vento, perdeu seu chapéu pelo caminho e, quando regressou alguns passos para pegá-lo, ao erguer a cabeça, ela os viu.

Naquele breve momento, a linda jovem ficou sem ação, mas o mais inquietante é que Vlad tampouco reagiu. Seu amigo, ao perceber que algo estranho ocorria, utilizou seu poder de desacelerar a molécula. Fechou o punho direito e, com um simples giro, o tempo parou de maneira instantânea. Foi o suficiente para se tele transportarem a um lugar onde os olhos da moça não os pudessem alcançar.

Tudo ocorreu em questão de segundos, mas para a jovem foi em questão de minutos. Quando o tempo continuou seu percurso natural, eles já não estavam ali, e a última lembrança dela era que havia dois indivíduos diante de seus olhos que ela já não via. Quando não os encontrou, chegou a pensar que estava imaginando coisas, mas antes de retomar o caminho, observou ao redor e tampouco viu nada, somente as árvores, mas para sua maior tranquilidade acelerou o passo, até alcançar seus companheiros.

continua

Obs : 740 palavras

Degustação "Divina Paixão"Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt