O senpai está a fim de você

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Alissa estava muito atrasada para encontrar as meninas, o que não é novidade. Quando virou a esqueda em uma das milhões de estatuas que enfeitam os corredores ela viu a Lu e a Carol esperando por ela, mas elas não estavam sozinhas. Não querendo atrapalhar a conversa ela esperou um pouco distante até que o menino com quem elas estavam falando notasse a presença dela e sorrisse.

-Você está muito atrasada, se eu me atrasar por sua causa vai ter que me pagar em mangá. – A Carol avisou irritada.

-Eu vejo vocês depois então. Tchau. – O menino se despediu antes de ir embora.

-Até mais. – As meninas responderam antes de puxar a Alissa em direção a aula de feitiço.

-Quem era esse? – A Alissa pergunta durante o caminho.

-Era o Henrique, ele é do segundo ano, nos conhecemos no salão comunal ontem. – Responde a Lu.

A Alissa ficou com um pouco de inveja da capacidade de fazer amizade das meninas, ela ainda não tinha conseguido se aproximar de ninguém da Sonserina, apesar de alguns grupinhos já terem se formado.

Na saída da aula aquele mesmo menino estava do lado de fora da sala parado como se esperasse alguém. Quando as meninas saíram ele se aproximou.

"A minha aula acabou mais cedo, então acabei esperando vocês para irmos almoçar."

Esse tipo de comportamento não é muito comum para um menino que não quer nada então a Alissa logo imaginou que ou ele era gay ou estava a fim de alguma das meninas.

-Você já teve aula com esse professor Flitwick Henrique? – A Lu pergunta.

-Eu ainda tenho, ele é de boa contanto que você faça o dever de casa, mas é difícil conversar na aula dele porque ele é super quieto e consegue ouvir qualquer coisa que você falar com aquelas orelhas enormes de anão dele. – Ele respondeu e depois eu uma olhada em volta muito dramática, como se estivesse com medo de que professor esteja atrás dele.

-Exatamente, ele não deixa nem a gente conversar em paz, tem que respeitar nossa privacidade. – A Carol respondeu brincando.

-Pelo menos dá para enviar bilhetes, afinal é a aula de feitiços. – A Alissa responde também brincando.

-É mesmo, você já sabe fazer isso? – O Henrique pergunta surpreso.

-Foi o primeiro feitiço que elas me ensinaram. – A Alissa responde apontando com a cabeça para as meninas.

-Elas não, foi a Carol quem ensinou a gente, não me culpe pelo seu ingresso no mau caminho. – A Lu se defende e todos eles riram.

-Do jeito que vocês falam eu até pareço uma má pessoa. – A Carol finge que está ofendida.

-Claro que não Carol. – A Lu diz tentando anima-la.

Quando eles chegam na porta do salão principal o Henrique segura o braço da Alissa para que fique um pouco para trás.

-Tudo bem se eu te mandar um bilhete então? – Ele pergunta.

-Para que? – A Alissa pergunta sem perceber o que ele quer dizer.

-Nenhum motivo especial, é legal falar com você. – Ele responde sem graça.

-Tudo bem. – Mesmo assim ela não percebeu o que o menino queria dizer, a Carol e a Lu já tinham ido para a mesa da Lufa-lufa e estavam com aquela cara de "você vai me contar depois". A Alissa foi até a mesa da Sonserina sem pensar muito no assunto.

Depois das aulas quando ela estava voltando para o salão comunal da Sonserina encontrou as amigas paradas na entrada das masmorras.

-Vocês não deviam estar aqui, podem ser azaradas por estarem muito perto da entrada. – A menina não estava brincando, algumas pessoas da Sonserina são muito cruéis, são elas que mantém a má fama da casa.

-Não se preocupe com isso, fala pra gente o que foi que ele te disse antes do almoço. – A Lu pergunta animada.

-Só perguntou se podia me mandar um bilhete, mas ele ainda não mandou. – A Alissa respondeu simplesmente.

-O senpai está tão a fim de você Ali. – A Carol falou rindo.

-Eu não sei a história toda, mas as meninas disseram que ele esperou na saída da aula de feitiços por você. – A Bia diz com um sorriso malicioso.

-Ele não estava esperando vocês? Eu nem o conheço direito. – A Alissa respondeu confusa, era difícil para a menina aceitar que um garoto poderia estar esperando justamente ela.

-Não ele estava esperando você, ele só veio falar com a gente do nada no salão comunal, provavelmente porque sabe que somos suas amigas. – A Carol esclarece.

-Ele parece um fofo, você devia dar uma chance. – A Bia diz.

-Vocês devem ter entendido errado. – A Alissa diz ainda sem entender.

-Sei, nós né. – Diz a Bia com um sorrisinho no rosto.

-Eu preciso ir fazer o dever, vejo vocês amanhã. – A Alissa diz antes de sair correndo para a entrada do salão comunal da Sonserina.

Na manhã seguinte ela recebe um bilhete durante o café da manhã e esperava encontrar a letra da Carol ou da Bia, mas era a de um menino e estava assinada como Henrique.

"Bom dia, qual a sua última aula hoje? Podemos vir juntos para o salão principal?"

A Alissa vira o bilhete várias vezes, tentando ter certeza se era para ela mesmo, mas ai lembra que o feitiço leva o bilhete direto para o destinatário, não tem como estar errado. A única forma disso ser uma brincadeira é se outra pessoa usou o nome do Henrique para mandar o bilhete.

"É poções, mas eu tenho essa aula com a Bia então nós viremos juntas."

Ela mandou o bilhete de volta e tentou ver a reação do rapaz ao recebe-lo, se não foi ele que mandou, iria ficar confuso ou algo do tipo. Na mesa da Lufa-lufa, Henrique pega o bilhete e lê, ele levanta a cabeça e encontra o olhar da Alissa que vira bem rápido. Ele não parecia surpreso então o bilhete devia ser dele mesmo. Na saída do salão principal Henrique vai atrás dela e coloca a mão em seu ombro.

-Podemos conversar? – Ele pergunta envergonhado.

-Claro. – A Alissa responde tentando não parecer em pânico.

Eles vão andando pelo pátio, que costuma estar mais vazio que os corredores durante dias frios como aquele.

-Você não gosta mesmo de mim? – O Henrique pergunta.

-Claro que não, eu nem te conheço. – A resposta da menina é bem clara.

-Você é bem direta. – Ele responde chateado.

-Desculpe, mas é verdade. Quem sabe quando nós nos conhecermos melhor, se você ainda gostar de mim. – Ela responde sem jeito.

-Então eu ainda tenho uma chance? – Ele pergunta sorrindo e segura a mão dela.

- Por que eu? – Ela responde à pergunta dele com outra.

-É difícil explicar, mas eu gosto de você. Vou esperar até você me dizer sim. – Ele tenta explicar.

-Espera sentado porque de pé cansa. – A menina responde antes de ir embora para a aula.

Minha vida em HogwartsWhere stories live. Discover now