A taça das casas

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Não foi nenhuma surpresa quando a Grifinória ganhou a taça de Quadribol, ainda mais com a Bia como apanhadora. Normalmente a disputa acabava ficando entre a Grifinória e a Sonserina, porque as outras duas casas não são tão competitivas. A Lufa-Lufa é amigável demais e a Corvinal pensa demais, o que atrapalha durante o jogo.

As meninas não ficaram chateadas por suas casas terem perdido, se bem que poderiam ter passado muito bem sem que a Bia ficasse relembrando os grandes momentos da final a cada cinco minutos. Agora o último grande evento do ano é a entrega da Taça das casas no último dia antes de retornarem para casa.

Segundo os marcadores de pontos quem levaria a taça seria a Corvinal, um feito que não era alcançado a muito tempo, mas a diretora é conhecida por dar pontos de última hora, principalmente para favorecer a Grifinória, não que alguém vá levantar esse tópico durante as discussões. As quatro amigas estavam se dirigindo para o salão principal depois de passarem o dia já sentindo falta umas das outras, mas prometeram se escrever durante o verão para contar qualquer coisa que aconteça ou só jogar conversa fora.

Alissa avistou o senpai conversando com alguns colegas e avisou as meninas para irem na frente, elas concordaram, mas não sem darem risada e desejarem boa sorte. A garota havia decidido aceitar o pedido de Henrique, não havia um motivo para negar e ele prometeu que a faria feliz, isso era tudo o que uma garota poderia querer.

-Oi.

-Oi. - Ele se virou sorrindo e avisou os amigos que iria na frente para o Salão Principal.

-Já acabou o ano né. - Ela comentou um pouco envergonhada.

-Sim, mais um ano, se bem que pra você ainda é o primeiro né?

-Isso ai, eu pensei bastante e decidi aceitar o seu pedido, se você ainda quiser claro. – Ela para e olha para ele.

-Claro que eu quero. – Ele se abaixa para dar um selinho nela, os dois já estavam juntos a algum tempo, mas ela nunca havia dado uma resposta direta, eles apenas ficavam escondidos pelos corredores do castelo. Agora eram oficialmente um casal.

Henrique pegou a mão dela e os dois se dirigiram para o Salão Principal para aproveitar o último banquete antes da volta para casa.

-Eu vou te escrever durante as férias tudo bem? A gente pode marcar de sair junto, podemos ir ao Beco Diagonal ou qualquer outro lugar que você queira. – Ele comentava alegremente.

-Parece ótimo, podemos ir juntos e comprar o material para o ano que vem. – Ela responde, sem perceber que ele tinha outras intenções.

-Claro isso também. – Ele responde sorrindo.

-Até amanhã então, a gente se vê no embarque provavelmente. – Ela diz quando eles cruzam as portas do Salão.

-Até amanhã. – Ele acena para ela que andou em direção à mesa da Sonserina.

O discurso de final de ano foi meio chato, apesar da voz poderosa da Professora McGonagall ecoar por todo o Salão, ela não disse nada que eles já não soubessem. Agradeceu pelo ano calmo que tiveram, incentivou os alunos a se esforçarem mais no ano seguinte e não parar de estudar durante as férias. Lembrou que é proibido usar magia fora da escola e desejou uma volta segura para casa.

Depois disso foi a parte que estavam todos realmente esperando, o salão já estava decorado de azul, levando a crer que a Corvinal levaria a taça. O professor Flitwick estava praticamente quicando de emoção na sua cadeira, parecendo um anão depois de tomar muito energético ou talvez tivessem colocado algo nas calças dele. Alguns pontos de última hora foram creditados, claro, mas dessa vez não só para a Grifinória. Mesmo assim não foi o suficiente para impedir a vitória da Corvinal.

Por um lado as amigas ficaram felizes, afinal não haveriam discussões sobre a legitimidade da vitória nem nada do tipo e elas não teriam que se preocupar com alguém se gabando no ano seguinte, mas por outro as quatro estavam decepcionadas pelas suas respectivas casas não terem ganhado.

A comida estava deliciosa como sempre e Alissa não pode deixar de pensar como iria sentir falta de tudo isso durante as férias, o ambiente, a comida, as aulas, as amigas, este era realmente um momento mágico de sua vida. Infelizmente como tudo o que é bom dura pouco, logo a comida foi retirada e os monitores começaram a esvaziar o Salão para que todos fossem dormir. Alguns inclusive assustavam os novatos avisando que se eles perdessem o trem os fantasmas do castelo tinham permissão para come-los. Claro que ninguém acreditava... muito.

Só por garantia a Alissa colocou três despertadores para o dia seguinte, assim ela com certeza acordaria mesmo que as outras meninas do dormitório esquecessem de acorda-la. As malas já estavam feitas na ponta da cama, então na manhã seguinte só foi preciso tomar um último banho quente e colocar as roupas de trouxa. Algumas pessoas preferem voltar de uniforme ainda, mas ela não gosta de se trocar no trem então estava usando apenas o manto da Sonserina por cima das roupas comuns.

Por sorte as quatro amigas conseguiram uma cabine privada na volta para casa e puderam aproveitar a viagem para observar as paisagens e conversar animadamente sobre qualquer tipo de bobagem.

-Eu não acredito que vou ficar quase três meses sem poder montar numa vassoura e se eu esquecer como é que se faz? E se eu for expulsa do time no ano que vem por causa disso? – Bia começou o seu monologo depressivo, já imaginando o pior cenário possível.

-Você está preocupada com isso? Como eles esperam que eu viva sem magia, fazer as unhas, arrumar o cabelo, limpar o quarto, arrumar as roupas. Magia é útil demais, não é justo fazerem a gente esperar até os dezessete anos. – Lu reclama e as outras apenas concordam com a cabeça.

-Sei como se sente.

-Mas no seu caso é mais fácil né Carol, sua mãe pode usar magia por você. – A Alissa lembra.

-Isso é verdade, mas você acha que ela usa? Que nada ela quer é me ver sofrer como uma trouxa enquanto faço as tarefas de casa, minha vida não é muito diferente da de um elfo doméstico, mas eu tenho roupas bonitas. – Carol reclama.

-Você está exagerando. – Alissa meio afirma e meio pergunta.

-Quem dera. – Carol responde.

-Mães, pelo menos elas são todas iguais, bruxas ou não. – A Lu fala ganhando vários acenos de cabeça em concordância.

-Falando em mães, o que aconteceu entre você e o Henrique ontem? Agora vocês são um casal? – A Bia pergunta com um sorriso meio assustador.

-Sim, somos, ele disse que vai me levar para comprar o material do ano que vem no Beco Diagonal. – Alissa responde um pouco preocupada.

-Isso não é bom? – Pergunta a Carol.

-É, só espero que ele não tenha mudado de ideia até lá. – Alissa responde.

-Que nada, ele te ama, vai dar tudo certo você vai ver. – A Bia afirma animada.

-Só reserva um tempinho do seu dia para nós também, ai vamos todas juntas no Beco Diagonal. – A Lu sugere.

-A gente marca durante as férias. – A Carol responde, mas no final das contas isso nunca aconteceu e cada uma acabou indo em um dia diferente comprar o material.

Minha vida em HogwartsWhere stories live. Discover now