Must be Love on the brain - Jenlisa

Whos this girl?

*Povs Lisa*
Mais um dia nesse trabalho horrível. Eu ja não aguentava mais isso. Só me sujeitava a isto, para ter dinheiro. Para ter dinheiro para ajudar nas despesas de casa, e minha família. E quem sabe, um dia ir para Universidade. Eu gostava imenso de estudar teatro. Esse sempre foi meu sonho, sabe?
Mas sonhos só se concretizam com dinheiro nesse mundo, e isso é algo que me falta nesse momento.
Kai: Que está fazendo, garota? Esperando que os clientes se vao embora? Se mexe!
Kai falou agressivamente, do outro lado do bar. Kai era meu patrão. Só o homem mais nojento à face da terra. Para ele, tudo o que importava nesse mundo era dinheiro. E para ele ter isso, não se importava de pisar o resto do mundo. Ele tratava-nos como escravas. Trabalhávamos horas extra, sem receber um tostão a mais. Obrigava-nos a usar roupas "sexy", Só para seduzir os homens que por ali passavam, e consumirem no bar. Ele falava, que era "tudo parte do negócio". Mas eu aceitei. Não havia outra forma, eu precisava da grana.
Jisoo: Ele hoje está especialmente mal humorado, é melhor nos despacharmos.
Jisoo falou enquanto acabava de lavar uns pratos. Jisoo era minha colega de trabalho, e minha melhor amiga. Conheci-a há 2 anos quando comecei trabalhando cá, e graças a Deus. Não teria aguentado tanto tempo aqui sem ela. Bom, sem ela e Rosé, minha outra melhor amiga. Elas as duas alegravam meus dias e me faziam sentir menos sozinha.
Rosé: A noite mal começou e eu já estou cansada de ouvir a voz dele. Nem sei como vou aguentar.
Rosé falou no meu ouvido, antes de levar umas bebidas no tabuleiro até uma mesa com 3 homens.
De repente, vejo 2 homens se aproximarem do bar. Deviam ter talvez uns 35 anos. Me olham de cima a baixo, e fazem o mesmo a Jisoo. Sinto automaticamente meu estômago dar voltas.
Lisa: P...Posso ajudar?
Falei gaguejando, depois de ser observada um bom tempo, e ao ver que eles nos encaravam em silêncio.
Xxx: Talvez.
Um deles falou me encarando com um sorriso cínico. Honestamente, me senti aterrorizada. Jisoo percebeu o meu desconforto e aproximou-se de mim, encarando os caras de frente. Ela era sempre mais corajosa que eu.
Jisoo: Vão desejar alguma coisa?
Ela falou num tom autoritário, como se não tivesse medo de nada. Eles ganharam uma expressao mais seria, talvez nao esperando esta atitude de Jisoo. Mas não perderam o ar intimidante que tinham. O outro homem que ainda não tinha falado até agora, aproximou-se do bar.
Xxx: Sim. Vão ser 2 whiskys, com gelo. Por agora.
Jisoo: Tudo bem.
Jisoo falou voltando-se de costas para eles, e me agarrando no braço.
Jisoo: O que eles fizeram Lisa?
Ela falou no meu ouvido, enquanto preparava as bebidas.
Lisa: Nada, bom... eles só...ficaram nos encarando imenso tempo. Eu perguntei se eles iam desejar alguma coisa, e um deles apenas respondeu "talvez" e continuou me encarando profundamente... De uma forma muito assustadora Ji, você não imagina.
Jisoo: Calma, Lisa... Você não trabalha aqui há 2 anos? Sabe que de vez em quando aparecem estes anormais, mas eles não podem fazer absolutamente Nada, porque estamos num sítio público, e chamamos a polícia.
Jisoo tentou me falar calmamente ao ouvido, enquanto enchia os copos de whisky.
Lisa: Mas... e se eles me seguem até casa? Não sei...eu...eu...tou com medo, ji...
Falei mais uma vez olhando para trás. Eles continuam nos encarando, sussurrando e com sorrisos suspeitos. O medo só se instalava mais em mim.
Jisoo: Lisa, me ouve: Eu prometo que não vai acontecer nada, sim? Se você quiser, eu te acompanho até casa... ou melhor, Rosé trouxe o carro hoje, ela nos leva até casa. Mas não fique assim, okay? Não fique assustada, se não eles ainda fazem pior... Qualquer coisa eu e Rosé estamos aqui, sim?
Ela fala agarrando na minha mao e lhe dando um beijinho ao de leve, e me dá uma breve piscadela de olho. Eu sorri levemente, para ela ficar mais calma.
Ela leva os whiskys e os caras apenas agradecem, sem dizer mais grande coisa. Mas eu sei que eles estavam aprontando alguma.
De repente kai chama jisoo, e ela vai até uma mesa do fundo, onde ele estava sentado conversando com outros caras.
Quando me apercebi, estava sozinha com eles. Entretanto, um deles me chama. Tentei respirar fundo, e agir confiante, como Jisoo fazia. Mas porque é que comigo era tão difícil porra?
Lisa: Vão…desejar mais alguma coisa?
Xxx: Sim… 2 cervejas.
Um deles falou.
Xxx: e você.6
O outro disse quase de repente, e meu corpo parou. Não estava acreditando no que tinha ouvido.
Lisa: Me…me desculpe?
Xxx: Nada. É o que você ouviu, e para agora.
Ele repetiu pausadamente, com aquele sorriso cínico, e um olhar de psicopata. Lembrei de me manter calma. Contei até 10, e apenas respondi serenamente:
Lisa: 2 cervejas a sair.
Voltei costas e agarrei num copo para encher a cerveja. Respirei fundo mais uma vez e contei até 10. Voltei minha mente a segundos atrás... Eu tenho a certeza do que ouvi, não estou louca. O pânico instalava-se aos poucos. Senti algo molhado na minha mão. A cerveja já derramava pelo meu braço.
Parei a máquina e enchi a outra cerveja. Quando vi já estava suando dos nervos. Quando agarro nas 2 cervejas, percebo que os 2 caras já não estavam no balcão, mas sim sentados numa mesa. Então vou calmamente até a mesa deles, e pouso as 2 cervejas calmamente.
Lisa: Espero que esteja do vosso agrado.
Quando me vou voltar, ouço um deles dizer.
Xxx: Está, imenso… - ele fala bebendo um gole de cerveja – Sabe o que também estaria do meu agrado? – ele inclina-Se um pouco para a frente, de modo a ficar mais perto de mim – você.
E nesse momento ele me agarra na perna, e sobe a mão pela minha saia. Algo arde dentro de mim. O terror e o pânico instalam-se. Fico imóvel. O meu sangue quase deixa de correr quando ele me toca e vai subindo a mão pela minha coxa. Quando finalmente ganho consciência, solto um grito enorme. O suficiente para o bar todo ouvir.
Xxx: Você tá louca?
Ele grita tirando as maos automaticamente de mim. Só vejo kai, jisoo, e rosé a correrem em direção a nós. Elas aperceberam-se logo pela minha cara que se tinha passado algo de grave.
Rosé: Que aconteceu Lisa?
Rosé fala me dando a mão e Jisoo aproxima-Se de mim também, como formando uma barreira a minha volta.
Eu apenas escondo minha cara no pescoço de Rosé, enquanto tento encontrar o ar para respirar.
Kai: O que raio acabou de acontecer? Alguém me explica?
Kai falou irritado.
Xxx: Sua empregada, desatou aos gritos que nem uma louca, como se tivesse visto um bicho! É melhor controlar isso Kai, ou vai perder clientela…
Kai: Isso é verdade? Porque você gritou, hum?
Kai fala de modo agressivo para mim. Eu queria falar, mas faltava-me o ar. Eu queria contar o que tinha acabado de acontecer, mas faltava-me a coragem.
Rosé: Vá lá Lisa, fala o que aconteceu…
Rosé falou enquanto me acariciava a bochecha.
Tremi um pouco, mas falei tão rápido e de repente num surto de coragem.
Lisa: Aquele homem… tentou abusar de mim.
A cara de toda a gente foi completamente chocada. Meu mundo caiu, e no momento que disse aquilo, senti-me 10 vezes mais aterrorizada do que já estava. Até Rosé e Jisoo ficaram espantadas por uns segundos. Só me lembro de cair nos braços de Rosé, quando as minhas lágrimas já não se continham.
Xxx: Isto…isto é mentira, Kai. Ela está a inventar. Conheces-me há anos, não me digas que vais acreditar na empregada…
Jisoo: Hey calma aí… A “empregada” tem nome. E tu vais manter o respeito, porque aqui não és mais que ninguém.
Jisoo fala irritada, sem um pingo de medo na voz, se aproximando do cara. Essa garota não tem medo de nada… Mas ela não pode fazer isso, ela arrisca-Se a ficar sem trabalho por mim… não posso deixar que isso aconteça.
Lisa: Ji, para, por favor, não importa…
Falei agarrando em seu braço, enquanto ainda estava abraçada a Rosé.
Jisoo: Não, importa sim. Este homem, não é ninguém para falar assim com você. Além de que, ele não vai sair daqui impune. Ele te fez mal.
Xxx: Eu fazer mal? Eu não fiz mal a ninguém menina… (mas não é que não me apeteça)…
Ele fala a última parte baixinho no ouvido do outro cara, mas todos conseguimos ouvir.
Rosé: Hey, Eu ouvi isso! – Rosé se separa num instante dos meus braços falando - E eu não tenho medo de você! Mas não pense que se safa desta… eu sei muito bem o que você tentou fazer à minha amiga! Se você lhe toca com um único dedo, eu juro que eu…
Xxx: Você o quê? Acha que está mesmo em posição de fazer ameaças?
Ele se aproxima de Jisoo e Rosé, deixando as duas a pouca distância. Ergue os seus músculos, tentando impor a sua presença. E tenho de admitir que era intimidante. Ele era bem mais alto do que as 2, mas nenhuma deu um passo que fosse para trás.
Kai: Vamos lá acalmar… - Kai entrometeu-se, metendo- se entre ele e as garotas – você está falando, que esse homem aqui, tentou abusar de você…sexualmente?
Aquela frase dita por Kai fez-me entrar num transe psicológico. Eu simplesmente não acredito que isso tava acontecendo.
Todos olhavam para mim. Já sentia as atenções do bar todas em mim, toda a gente tinha formado uma roda à nossa volta. Eu tinha as palavras presas na garganta. Estava um completo silêncio, e todos os olhares postos em mim, à espera da resposta.
Lisa: S…sim…
Foi tudo o que consegui falar, quando senti mais uma lágrima me escorrer pela cara.
Xxx: Eu não acredito, sua vadia, me explica onde eu abusei de você, hum?
Num milésimo de segundo ele se aproxima de mim e me pega pelo braço com toda a força possível, me esmagando o pulso.
Jisoo e Rosé estavam preparadas para saltar em cima dele, enquanto Kai ficou sem reação…Mas de repente, um estrondo ecoou pela sala. O estrondo vinha da porta de entrada. Toda a gente se virou para ver o que era, incluindo o cara, mas sem nunca me largar o braço.
Quando ele se afasta, dou de caras com uma visão que fez meu mundo parar. Era bem capaz de ser, o ser humano mais bonito que eu já tinha visto, mesmo de relance. Era… uma garota. Se assim o posso dizer. Uma garota, com a cara de um anjo. E algo brilhava realmente em sua volta, como uma aura, como se ela não fosse bem deste mundo… me pergunto se sou a única vendo isso… Mas o facto, é que a partir do momento que a vi, todas as outras pessoas desapareceram.
Ela se baixou para apanhar as coisas que tinham caído ao chão. Sua mala caiu ao chão, e derramou tudo o que tinha dentro. Daí o estrondo.
Quando ela se levantou, ficou confusa e envergonhada por ter todo o mundo olhando para ela. Até que, seu olhar se cruzou com o meu. Posso dizer sinceramente, que faíscas se espalharam pela sala toda. Não sei como o bar não ardeu. Seus olhos castanho chocolate, da mesma cor de seu cabelo, vidraram completamente nos meus. Não conseguia decifrar o seu olhar, mas havia algo nele… puro magnetismo. Nenhuma de nós conseguia interromper a troca de olhares, até que sinto alguém puxar-me e abanar-me com força.
Xxx: Me fala cadela, onde é que eu te toquei, hum?
Ele falou perto de mim, podia sentir o hálito a bebida. Fazia tanta força, que quase esmagava meus ombros.
Rosé: Tira as patas de cima dela!
Rosé falou empurrando o cara com toda a sua força possível, e Jisoo deu-lhe uma pancada no peito para ele se afastar. Até que o conseguiram empurrar para um metro de distância.
Finalmente consigo respirar. As meninas me aconchegam automaticamente em seus braços.
Xxx: Mas o que é isto? Você vai deixar isso acontecer, Kai? As empregadas baterem na clientela?
Kai que até agora se encontrava mudo e chocado com o que se tava a passar, finalmente abriu a boca para falar.
Kai: Eu não sei, Bodja, eu acabei de ver você agarrando agressivamente minha empregada também. Em quem eu devo acreditar?
Esse tal de Bodja, olhou para Kai indignado.
Kai: Eu não acredito Kai, você que me conhece há anos, prefere acreditar na nojenta da criada?
Jisoo: Repete lá isso, seu canalha!
Jisoo solta-se e quase se lança na direção dele, mas eu consigo segura-lá e puxa-la para trás.
Kai: Acabou! Acabou essa confusão! Eu não quero saber quem tem razão! Vamos esquecer isso, e cada um vai à sua vida!
Kai fez finalmente sua voz ouvir-se. Toda a gente do bar olhou para ele. Inclusive a garota que tinha entrado à pouco tempo. Que pelos vistos, tinha ficado a assistir à cena de longe, completamente paralisada.
Kai: Bodja, vou te pedir que saias do bar agora, os ânimos estão muito quentes.
Ele falou olhando na nossa direção, ao ouvido do cara. Rosé e Jisoo fuzilavam-no com o olhar. Eram capazes de mata-lo, se pudessem.
Bodja: O quê? Estás a expulsar-me do teu bar? Eu conheço-te há anos…
Eles foram-se afastando de nós e a conversa tornou-se mais difícil de ouvir. Todo o mundo ainda nos encarava, pois tinham parado o que estavam a fazer para assistir à briga. Até que se começou a ouvir de novo barulho de fundo, e as pessoas foram  regressando ao normal, embora pudesse ouvir as pessoas comentarem nas mesas o que se tinha acabado de passar.
Eu ainda estava em estado de choque.
Rosé: Lisa, você está bem? Olha para nós…
Ouvi Rosé pedir e desviei o olhar, ainda com lágrimas a me escorrer, para ela.
Lisa: Eu…estou.
Falei ainda com uma grande dor interior, e a me relembrar do que se tinha passado há segundos atrás.
Jisoo: De certeza? Ele magoou você? Fala com a gente...
Jisoo falou afastando uma mecha de Cabelo da minha cara, que colava com as lágrimas.
Lisa: Não, ele… não chegou a magoar-me…
Rosé: De certeza? O que é isso em seus pulsos? Estão tao vermelhos Lalisa… Ele Machucou você!
Rosé falou passando as mãos cuidadosamente em meus pulsos. Sua expressão era muito assustada, e Jisoo ficou em panico ao ver as marcas em meus pulsos também.
Jisoo: Meu Deus… Vamos Lisa, nem pense que isso vai ficar assim! Nós temos de fazer alguma coisa para tratar disso!
Jisoo falou me puxando em direção a cozinha.
Lisa: Eu estou bem, a sério!
Falei tentando disfarçar a dor. Já doía o suficiente, e se fizessem alguma espécie de curativo podia doer mais.
Rosé: Nem pense! Você está realmente ferida, isso não pode ficar assim!
Rosé falou no mesmo estado de pânico que Jisoo. Olhei para meus pulsos. Realmente não era uma boa imagem de se ver. Recordei-me de imediato do momento de há pedaço. Meus pulsos a serem esmagados. O ar sumindo. Sinto lágrimas de novo escorrerem.
Rosé: Lisa, meu Deus, não chore!
Rosé falou envolvendo logo seus braços à minha volta. Ao mesmo tempo que me abraçava com força, fazia carinho em meu cabelo. Jisoo logo apareceu e me abraçou também.
Jisoo: Já passou minha linda, nós estamos aqui, calma…
Ela me aconchegou forte e Rose fez o mesmo. Se não fossem elas, não sei o que seria de mim. Elas eram quase minhas irmãs mais velhas, e tentavam me proteger de todo o mal do mundo. E eu me sentia segura ao pé delas. Eu não conseguia trabalhar aqui se elas não existissem. Provavelmente estava morrendo de fome na rua.
De repente, sinto uma presença a nos observar. Alguém parado em frente a nós. Espreito por cima do ombro de Rosé e… não podia acreditar… era a garota que entrou pela porta à pouco. Não pensei que fosse possível, mas… ela era ainda mais linda de perto.