Cap 13 - Its killing me

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Chaeyoung: Lisa? Vai-me explicar o que se está passando?
A voz da ruiva interrompeu meus pensamentos. Como haveria de explicar o que se estava passando? Nem eu ao certo sabia bem o que estava acontecendo. De um momento ao outro Tae-hyung me beija, e Jennie está mal por minha causa?
Lisa: Eu não sei Chae... mas eu preciso de encontrar Jennie.
Não aguentava mais um minuto sem ver a morena. A minha pulsação tinha disparado quando vi seu olhar cravado em mim e Tae-hyung.
Lisa: Vem comigo.
Peguei no braço de Chaeyoung e arrastei-a na direção que Jungkook tinha indicado. Tudo o que precisava era de encontrar os olhos castanhos de Jennie neste momento. Sabia que algo não estava certo.
Corri furando a multidão, procurando Jennie inutilmente. A feira estava demasiado cheia e o ar parecia encurtar-se cada vez mais. A cada minuto de busca sem resultado meu nervosismo aumentava. Não era normal ela desaparecer assim.
Chaeyoung: Porque você não lhe liga?
Lisa: É, eu acho melhor...
Agarrei no celular e marquei o número de Jennie. Rezava com todas as forças para que ela atendesse. Ao fim do quarto toque comecei perdendo as esperanças, até ouvir a voz de fundo "o número o qual marcou não está disponível".
Chaeyoung: Tem calma, está tudo bem com ela, você vai ver.
Rosé falou sorrindo e passando a mão no meu ombro. Mas eu tinha um mau pressentimento. Cada vez mais a hipótese de Jennie sentir algo por mim tornava-se mais real. E tudo na minha cabeça fazia perfeito sentido agora. Só queria explicar-lhe que...aquele beijo não significou nada para mim. Queria falar-lhe que desde que ela apareceu, esteve secretamente em minha mente. Que me estava apaixonando por ela, lentamente e inevitavelmente. Mas me faltava a coragem.
Rosé: Veja, Jisoo está ali!
Rosé me puxa pelo braço e atravessamos uma boa parte da feira furando a multidão. Conseguia ver Jisoo ao longe sentada num muro, ao lado de uma barraca de cachorros quentes. Quando meus olhos alcançam Jennie em seu ombro, com o cabelo à frente da face, percebi que lágrimas escorriam de seus olhos. Foi como um murro no estômago. Jisoo foi a primeira a aperceber-se de nossa presença.
Jisoo: Hey... está tudo bem, ela só está enjoada, foi da roda gigante, né Jennie?
Jisoo falou abraçando Jennie, até que a pequena me olhou de relance. Mas aí foi óbvio. Quando nossos olhares se encontraram, foi como se uma flecha furasse meu coração. Eu nunca tinha visto seus olhos tão escuros, e tão inchados. Lágrimas ainda percorriam seu rosto. Um olhar bem pesado, de sofrimento me atingiu. Ela rapidamente os desviou tentando evitar o contacto visual entre nós.
Jennie: Sim...
Falou simplesmente. Eu congelei, sem saber o que fazer.
Jennie: Podemos ir para casa, por favor?
Jisoo: Tudo bem, eu já estou cansada para falar verdade.
Rosé: Já? Mas ainda agora chegamos?
Jisoo: É melhor irmos, Rosé.
Jisoo falou lhe dando um olhar significativo e Rosé calou-se, olhando de novo para Jennie. Ela apenas concordou, percebendo que se passava alguma coisa.
Chaeyoung: Tudo bem, eu vou chamar os garotos. Você vem Lisa?
Lisa: Ahm, eu, ahm... vou ficar aqui com Jennie.
Falei olhando para ela dando um passo em frente. Só queria abraçá-la neste momento, mesmo sabendo que no fundo tinha sido eu a causar esta dor.
Jennie: Não, não é preciso. Jisoo está aqui comigo.
Ela cuspiu as palavras como fogo, sem uma única vez me encarar. Acho que nunca tinha sido tão fria falando comigo.
Lisa: Mas...eu quero.
Jennie: Mas não é preciso.
Suas palavras saiam como facas afiadas. Tentava olhar em seus olhos, que estavam fixos no Horizonte, sem qualquer expressão. Ela parecia feita de pedra neste momento.
Lisa: Tudo... tudo bem.
Neste momento sentia lágrimas formarem-se em meus olhos. Precisava de sair daqui urgente. Virei costas sem saber o que fazer. Já sentia lágrimas percorrendo minha face. Só queria estar sozinha.
Chaeyoung: Hey, espera Lisa!
A ruiva correu atrás de mim me agarrando.
Chaeyoung: Você vai me explicar que é esse mau ambiente entre você e Jennie?
Lisa: Não é... Nada. Eu preciso de chamar meu irmão para ir para casa. Você vem?
Chaeyoung: Você vai para casa hoje? E seu pai?
Lisa: Bem, eu ahm... não vou para casa, vou passar a noite no hospital com minha mãe.
Tudo o que precisava era de minha mãe neste momento. Do seu conforto. Do seu carinho. De esquecer toda essa situação de hoje. Estava incapaz de enfrentar Jennie neste momento.
Rosé: Tudo bem, eu te deixo no hospital e coloco seu irmão em casa.
Rosé falou simplesmente.
Despedimo-nos dos garotos. Tae-hyung me olhou confuso na hora da despedida, mas tentei evitar prolongar o contacto a todo o custo.
A viagem até ao hospital foi estupidamente silenciosa. Rosé é Jisoo iam à frente enquanto que eu, Jimin, e Jennie íamos atrás. Jennie olhava serenamente pela janela vendo a chuva cair. Só Deus sabe a vontade que eu tinha de a agarrar contra a parede quando estivéssemos sozinhas, e esclarecer de uma vez essa situação. E o que eu ia falar? Que merda, eu não sabia o que falar. Parecia sempre tão fácil falar com ela mas neste momento... neste momento nada parecia fácil.
Chaeyoung: Aqui estamos.
Chaeyoung falou parando em frente à porta do hospital.
Jimin: Mana, leva aí estes churros que comprei para a mãe, ela vai adorar.
Jimin falou sorrindo me entregou os churros.
Lisa: Okay, um bocadinho de vez em quando eu acho que não faz mal.
Jimin: Claro que não. Me liga se precisar de alguma coisa. Até amanhã.
Jimin falou me dando um beijo na testa.
Lisa: Até amanhã mano.
Rosé: Até amanhã Lisa.
Rosé falou sorrindo e Jisoo fez o mesmo. Jennie continuava sem falar nada, olhando o Horizonte. Neste momento sentia-me a enlouquecer. Não aguentava ver Jennie desse jeito comigo, doía demasiado.
Lisa: Até amanhã, Jennie.
Engoli em seco. A morena me olhou de relance, como se acordando do seu trance psicológico.
Jennie: Até amanhã, Lisa.
Falou num tom quase inaudível. Saí do carro correndo entrando pelos corredores do hospital a dentro. Sentia-me a sufocar a cada minuto que passava.
A enfermeira, becky, me deu boa noite notando minha presença e falou que minha mãe tinha acabado de jantar. Subi até ao seu quarto apressadamente só desejando abraçar minha mãe.
Mãe: Boa noite, querida. Já tinha tantas saudades...
E de um momento a outro me joguei em seus braços. Apertei-a com tanta força, só querendo chorar.
Mãe: Hey, que se passa filha? Fica 2 dias sem vir aqui e me abraça como se não me visse há 2 meses?
Minha mãe falou rindo. Comecei a pensar em tudo o que aconteceu desde que não vinha visitar minha mãe. As marcas dadas por meu pai em meu corpo, Jennie me abraçando naquele dia e fazendo os curativos. Seu convite para ir morar com ela, e o quão bom era adormecer em seu lado. E de um momento para o outro, perdi meu apoio. De um momento para o outro, tudo parecia estranho e sem sentido. Meu peito ardia demasiado.
Mãe: Filha, que se passa? Porque está chorando tanto?
Minha mãe falou assustada limpando as lágrimas que insistiam em sair.
Lisa: Nada eu só... Assisti um filme triste antes de vir para aqui, é isso mãe.
Menti forçando um sorriso.
Mãe: Ah, eu já falei para você não fazer isso. Assiste comédia, bem melhor filha. Rir é o melhor remédio.
Ela falou fazendo carinhos em meu cabelo.
Lisa: É, tem razão. Vou passar a assistir.
Falei enxungando as lágrimas forçando de novo um sorriso.
Lisa: De qualquer modo, Jimin mandou isso para você.
Entreguei o saco com churros.
Mãe: Logo eu que estou tentando manter a linha com comida de hospital? E seu irmão manda isso... Aquele caçulo... Pode falar para ele que tá de castigo por fazer a mãe engordar...
Lisa: Ahaha, coma e cale-se...
Falei deitando a cabeça nas pernas de minha mãe, esforçando-me para prestar atenção ao que passava na televisão, mas meus pensamentos rodavam à volta dos eventos desta noite. Minha mãe acabou por adormecer.
A ansiedade me matava quando olhava para o telemóvel e a minha vontade era ligar para Jennie e falar tudo o que me viesse à cabeça neste momento. Por mais mal que corresse. Só queria que ela falasse comigo. Porque a falta de comunicação e frieza de um momento ao outro me estavam matando. A razão falou mais forte que a emoção. O silêncio manteve-se e faltou-me a coragem para lhe falar tudo o que sentia. Então apenas suspirei fundo na esperança que quando acordasse amanhã este dia não tivesse sido real.

Must be Love on the brain - JenlisaWhere stories live. Discover now