Cap 2

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*Pov Lisa*
Ela… estava em frente a nós, com um olhar envergonhado encarando o chão, como se quisesse nos falar alguma coisa.
Eu separei-me das meninas e foi então que elas também notaram sua presença.
Jisoo: Hey, você…precisa de alguma coisa?
Jisoo foi a única capaz de falar, ao ver que ela queria falar mas estava meia atrapalhada.
Xxx: Oi, desculpem interromper, eu só… eu queria, saber quem trabalha aqui…
Ela falou meio gaguejando. Parecia um pouco nervosa… talvez pela cena toda de à pedacinho, quem não estaria? Mas até seu ar timido e envergonhado lhe tornavam ainda mais fofa... Eu só me pergunto, porque estava reparando tanto nessa garota?
Jisoo: Nós trabalhamos aqui… O que precisa?
Xxx: Bom, eu… queria saber se estão à procura de empregados, vim me candidatar a um lugar… Disseram-me que podia procurar emprego aqui…
Todas nós ficamos surpreendidas. Nunca esperava que ela viesse aqui para isso…Primeiro porque Kai nunca nos falou que queria mais empregados, pelo menos de momento… e depois, porque ela parecia demasiado novinha para trabalhar num sítio desses.
Rosé: Bom, eu acho que não estamos precisando de ninguém de momento, mas sempre pode experimentar falar com o nosso patrão… Eu posso ir chama-lo…
Rosé falou esboçando um pequeno sorriso enquanto procurava por Kai na multidão com os olhos.
Rosé: Ele deve ter ido lá para fora, já volto…
Rosé falou sorrindo, apertando minha mão. Antes de ir pude ler em seus lábios “Calma, eu já venho tratar de você”.
Então ficamos apenas nós as 3. Mas nesse momento chamaram Jisoo para ir servir uma mesa, e ela teve de me deixar sozinha com a tal garota.
Ainda sentia réstias de lágrimas me escorrerem e minha maquilhagem toda borrada, mas tentei disfarçar ao máximo e sorri levemente para a garota. Ela retribuiu o sorriso encarando o chão timidamente. Porra que sorriso nossa senhora. Essa garota era perfeita, sem exageros. Parecia saída de um conto de fadas da Disney ou algo assim.
Ela se aproximou levemente de mim encostando-se ao balcão.
Xxx: Então, você trabalha aqui há quanto tempo?
Lisa: Eu? Trabalho aqui… 2 anos mais ou menos...
Tentei falar calmamente. É impressão minha ou ficava meia nervosa falando com ela? Não, não pode ser… deve ser da noite, que foi uma loucura, e ainda não consegui acalmar os meus nervos.
Xxx: Ah, já tem algum tempo, sim… e você gosta?
Lisa: Se eu gosto? – senti uma risada sarcástica escapar sem eu conseguir evitar – Sabe, eu consigo imaginar muita coisa que eu gosto, mas esse trabalho não é uma delas… Afinal, quem gosta de empregos né?
Ela deu uma pequena risadinha. E posso só dizer, que era coisa mais fofa do mundo? Tão espontânea, doce...Ela própria parecia que tinha saído do país dos sonhos ou algo assim.
Xxx: Ahaha, você tem razão… Empregos são chatos mas…são precisos? É, ninguém pode viver do ar…
Lisa: Pois não, acredite eu já tentei…
E ela caiu mais uma vez na gargalhada, percebendo logo que era brincadeira. Meu Deus, como era bom ouvi-la rir… Foi sem dúvida o ponto alto desta noite, se bem que qualquer coisa seria depois da noite de merda que tive…
Xxx: De qualquer modo… - a morena disse tentando ainda recuperar o ar – Sou Jennie… e você?
Ela falou estendendo a mão para me cumprimentar, com um largo sorriso nos lábios. Porque é que eu tinha a sensação que ele se ia tornar um hábito na minha vida?
Lisa: Lisa…
Estiquei a mão para cumprimenta-la. Mas quando as nossas mãos se tocaram, um choque desceu pelo meu corpo. Foi uma autêntica descarga elétrica. Como se passasse eletricidade de repente em minhas veias, e ligasse qualquer coisa em mim que parecia estar apagado desde que nasci. Uma sensação impossível de explicar. Ambas afastamos as mãos devido ao choque, sem saber o que tinha acabado de acontecer.
Olhei em seus olhos, e seu olhar era impercetível. Parecia meio confusa e assustada, tal como eu.
Rosé: Bom aqui está meu patrão… Kai, aqui está a garota que queria falar com você…
Ouvi a voz de fundo, era Rosé. Mas ainda não tinha recuperado do choque de há bocado. Nem Jennie parecia ter… Jennie… seu nome soava tão bem em minha mente… Porquê?
Rosé: Lisa! Lisa, você ta me ouvindo?
Senti Rosé me abanar os ombros e finalmente voltei à realidade.
Lisa: Oi?
Rosé: Kai precisa da Chave da dispensa, para poder conversar mais à vontade com a… Me desculpe, qual é seu nome?
Jennie: Jennie…
Ela falou ainda meio perdida, parecia meio fora deste mundo. Os nossos olhares estavam presos um no outro, nenhuma de nós conseguia desviar nem que tentasse com todas as forças do mundo. Parecíamos compelidas por alguma força exterior. Conseguia vê-la ainda a esfregar a mão devido ao choque que levou. Até eu acho que ainda sentia eletricidade dentro do meu corpo.
Rosé: Lisa? Você tá me ouvindo? A chaves!
Rose abanou-me mais uma vez. Levei a minha mao à bolsa de forma automática, tirando a chave e entregando a Kai, mas sem nunca tirar os olhos de Jennie.
Kai: Vamos então?
Jennie: Sim…
Jennie falou ainda hipnotizada nos meus olhos, sem mexer um músculo.
Kai: Então vamos, não tenho muito tempo e daqui a pedaço já vamos fechar…
Kai falou voltando à sua forma rude de falar, dando um pequeno encontrão enquanto passava por jennie e se dirigia à dispensa, o que fez finalmente nossos olhares cortarem contacto.
Rosé: Hello? Terra chama Lisa! Que raio se passa com você?
Rosé finalmente cortou meu transe mental.
Lisa: Na…Nada.
Rosé: Como nada? Eu te conheço, não minta para mim Lalisa Manoban.
Ela falou com um tom sério e autoritário. Mas como raio eu ia explicar o que acabou de acontecer? Ia dizer o que? Que sinto algo muito estranho cada vez que essa garota estupidamente linda, que conheço à 5 min, se aproxima de mim? Que quando lhe toquei ambas sentimos um choque?
Rosé: Lisa, você claramente não está bem… é por causa do que aconteceu com aquele homem, não é?
E assim que Rosé me falou nisso a memória veio outra vez à minha cabeça. Que horrível memória. Olhei para meus pulsos e ainda estavam vermelhos, como se o sangue ali tivesse deixado de circular. Mas quando minha mão tocou na de Jennie, é como se tivesse passado uma energia em que tudo passou a circular outra vez. Aliás, com aquele choque, tudo circulou em meu corpo muito mais do que alguma vez tinha circulado na minha vida.
Jisoo: Oi garotas… Lisa, você está melhor?
Pude ouvir Jisoo perguntar passando a mão em meu ombro.
Lisa: Eu… eu, não sei…
Falei passando a mão em meus pulsos e ambas repararam.
Jisoo: É verdade… seus pulsos, eles ainda doem?
Lisa: Um pouco…
Rosé: Vamos tratar disso então querida…
Rosé falou me dando suavemente a mão e me puxando ate atras do bar, e Jisoo seguiu.
Rosé: Chichó, você tem pomada em sua mala?
Jisoo: Tenho sim, tinha uma queimadura até há uns dias e andei deitando… Quer que va buscar?
Rosé: É melhor…
Rosé falou examinando meu pulso. Ela tirou um curso de primeiros socorros, e eu também. Sempre quisemos fazer voluntariado, mas este trabalho ocupava nosso tempo todo. E para dizer a verdade, neste momento dava jeito um trabalho com salário.
Rosé: Coloque os braços debaixo de água.
Rosé falou abrindo a água fria. E então eu obedeci. Merda, como aquilo ardia. Não consegui esconder a dor através da minha expressão.
Rosé: Porra, ele magoou mesmo você… Aquele canalha nojento… se eu o vir mais uma vez, juro que o mato.
Lisa: Rosé, para! Você não sabe do que ele é capaz... Ele ia me… me... estuprar.
Finalmente a palavra saiu, e doía tanto dize-la.
Rosé: Por isso mesmo! Ele merecia arder no inferno, só por querer magoar você! Meu Deus Lisa, ele chegou a te fazer alguma coisa?
Rosé falou assustada, olhando para todas as partes do meu corpo procurando vestígios de alguma coisa.
Lisa: Não ele só… agarrou na minha perna, e subiu a mão até por baixo da minha saia, e foi aí que eu gritei…
Rosé: Que besta horrível! Que raiva, sério…
Lisa: Eu já estou bem Chae, sério…
Chaeyoung era o nome verdadeiro de Rosé. Rosé era apenas sua alcunha desde criança.
Rosé: De certeza? Você não quer vir para minha casa hoje, Lisa? Descansava melhor, eu sei que sim…
Rosé falou isto devido ao facto do ambiente em minha casa não estar dos melhores. Aliás, nunca foi. Meu pai é alcoólico e desde que nos mudamos da Tailândia para aqui para a Coreia, piorou. Todas as noites bebe, e grita em casa. Ele já não tem consciência das coisas. Minha mãe? Minha mãe adoeceu gravemente, há coisa de uns meses. O diagnóstico foi de uma pneumonia forte, mas isso com a nossa ajuda ela conseguiu curar. Bem a nossa, minha e do meu irmão. Ás vezes não sei o que seria de mim sem ele. Mas entretanto, descobriram células cancerígenas no sangue dela. Ou seja, Leucemia. Minha mãe foi internada há um mês, porque já não era mais possível ela ficar em casa. E ultimamente, Minha vida é casa – trabalho-hospital- casa, e assim sucessivamente. Então porra, Minha vida é uma merda, honestamente falando… Não podia estar pior. Entre ter um pai alcoólico, uma mãe doente, e um patrão filho da puta, eu não sei o que era pior.
Mas eu detestava dar trabalho às outras pessoas. E Jisoo e Rosé cuidavam de mim como da própria vida. Ultimamente com o que se tem passado, ainda mais. Mas eu não gosto de ser um fardo na vida delas, então eu tento não dar trabalho.
Lisa: Não é preciso, mas obrigada, Chae.. você já fez muito mesmo…
Rosé: É sério! Você vai passar essa noite no hospital com sua mãe outra vez hoje?
Lisa: Não, Jimin vai lá estar hoje…
Eu e meu irmão fazíamos turnos para ver quem ficava com minha mãe.
Rosé: Então vem para minha casa! Você precisa de dormir, eu sei que você já não dorme bem há umas noites… E seu pai! Você quer mesmo passar a noite em casa sozinha com seu pai? Vá lá Lisa…
Rosé fechou a àgua da torneira que já corria há muito tempo. Eu não tenho a certeza disto, eu não queria ser um fardo para Chaeyoung. Para nenhuma delas, e eu sinto que já era.
Jisoo: Tenho aqui a pomada…
Jisoo chega e vê que eu estava meia cabisbaixa enquanto Rosé olhava para mim impaciente.
Jisoo: O que se passa?
Rosé: Lisa não quer vir dormir a minha casa esta noite… era o melhor para ela, nós sabemos que ela já não consegue dormir bem há imenso tempo.
Jisoo: Sim, especialmente depois do que aconteceu esta noite… va lá Lisa, oiça a Chae, não seja teimosa…
Jisoo falou aplicando cuidadosamente a pomada em meus pulsos.
Lisa: Vocês não têm de ir trabalhar ou whatever? Estamos aqui na Boa, mas o bar está aberto, e com clientes…
Rosé olhou em volta.
Rosé: Só estão 3 mesas e estão todas servidas.
Rosé ripostou de volta, e eu revirei os olhos.
Rosé: Vá lá Lisa, venha… Ainda por cima amanhã é Quarta feira, nossa folga, podemos dormir até tarde… Eu posso fazer wafflesss para o pequeno almoço!
Ela falou cucuteando meu ombro, me causando um pequeno sorriso.
Lisa: Ai tá bem, que chata! Vou só avisar meu irmão e ligar à minha mãe para desejar boa noite…
Rosé: Yeah!!! – Rose falou dando pulinhos- E você Chichó, quer vir? Era uma girls night!
Jisoo: Penso que minha mae não se importava, só uma noite não há mal…
Jisoo vivia só com a mãe. O pai abandonou-as com quando ela era mais nova e sempre foi criada só pela mãe. A mãe era sua única referência. Bom a mãe e a avó, que felizmente ainda sabia cuidar bem dela sozinha. Só que acabavam por depender apenas de Jisoo financeiramente, pois a reforma da avó dela era baixa e sua mãe era desempregada.
Então liguei ao meu irmão avisando que não ia para casa. Ele disse que não havia mal, e que eu fazia bem em arejar a cabeça. Também falei com a minha mãe. Apesar da voz cansada, parecia bem. Disse-lhe que estava morrendo de saudades. E estou, apesar de a ter visto ontem. Eu não sei o que seria de mim sem ela. Aliás, eu não sei o que vai ser de mim sem ela. E pensar nisso acaba comigo.
Rosé: Entao, como correu?
Rosé chegou-se ao pé de mim interrompendo meus pensamentos.
Lisa: Tudo bem, eu vou para sua casa.
Rosé: Que bom! Jisoo também vai… Vai ver que te vai fazer bem…
Rosé falou acariciando minha bochecha e eu sorri levemente.
Rosé: Como está sua mãe?
Lisa: Ela parecia bem… Cansada, mas bem. Só me queria despachar ao telefone, para me divertir com vocês e isso… ela manda beijinhos para vocês.
Rosé: Oh que querida, manda beijinhos pra ela também… Um dia tenho de ir la fazer uma visita…
Lisa: Ela ia gostar muito…
De repente vejo meu patrão Kai e Jennie saírem da dispensa. Eles aproximam-se de nós.
Kai: Onde está Jisoo?
Rosé: Ela foi servir uma mesa agora, porque?
Kai: Vá chama-la. Preciso de falar com vocês 3.
Kai falou sempre com seu tom autoritário. Rosé foi correndo chamando Jisoo, e enquanto isso pude trocar uns olhares com Jennie. Ela parecia seria, talvez por estar ao lado do meu patrão. Mas quando ele não olhava ele me deu um leve sorriso. Meu Deus,  porque ela era tão linda?
Jisoo: já estou aqui chefe.
Jisoo falou meia ofegante. Estávamos as 3 meias confusas. Que raio queria ele falar conosco a esta hora?
Kai: Bom, era só para informar, que a partir de hoje têm uma nova colega de trabalho. Dêm as boas vindas à Jennie. Vão-lhe ensinar tudo o que ela precisa de aprender. Agora eu tenho de ir. Bom trabalho.
As 3 ficamos estupefactas. Fomos apanhadas completamente de surpresa. Eu nunca diria que a garota ia conseguir o trabalho. Embora lá no fundo, eu quisesse mesmo que ela ficasse. Não sei porquê, mas tinha imensa vontade de conhecê-la melhor. Eu só não sei como é que o Kai a aceitou.
*Pov Jennie*
E aqui estava eu, prestes a ingressar num novo emprego. Eu ainda nem sei bem como ele me aceitou. Talvez foi por eu tanto suplicar, e dizer que precisava mesmo deste trabalho. E que não me importava de fazer horas extra sem receber mais por isso. Dei-lhe a entender que faria de tudo para ter esse trabalho. E ele la acabou por ceder.
Além de que, estava feliz não só por ter conseguido o trabalho, mas também pela oportunidade de conhecer melhor essa garota… Lisa. Algo nela me despertava tanta curiosidade… Desde o momento que a vi, senti uma conexão impossível de explicar. Quando nossos olhares se cruzaram, eu simplesmente não conseguia tirar os olhos. Isso nunca me tinha acontecido com ninguém. E depois vi que ela parecia estar com problemas. Aquele homem, com um ar hostil e perigoso, a agarrava violentamente. Eu queria correr e ajuda-la, mas a verdade é que não a conhecia de lado nenhum. E suas amigas pareceram tomar conta do recado. Aquele homem afastou-se dela, e quando me fui aproximar, vi que ela parecia fragilizada, chorando nos braços das amigas. Então elas notaram minha presença, e eu falei o que me veio à cabeça.
Mas meu Deus, ela era tão linda. Aquela pele pálida, seus lábios rosados perfeitamente desenhados em sua face, e seu cabelo fininho loiro pelos ombros... Ela era de certeza estrangeira. Não tinha ar de ser de cá da Coreia. Enfim, ela parecia uma boneca Barbie, honestamente. Mas da primeira vez que a vi, parecia uma boneca Barbie jogada de lado e maltratada. Isso me machucou imenso, presenciar aquela cena. Eu não sei porquê, eu nem a conhecia. Mas a verdade é que machucou. Eu só não tive coragem de falar isso para ela, então quando eu falei com ela, fui buscar os assuntos mais sem sentido.
Mas ela era tão engraçada… mesmo tendo uma experiência horrível há bem pouco tempo…ela parecia, tão simpática e querida… me deixou há vontade falando com ela, apesar de ter conversado tao pouco. E depois, quando eu ia apertar sua mao, aquele choque surgiu. Que raio tinha acontecido? Até agora ainda não percebi. Me assustei, e ela também parecia assustada. Foi algo tão estranho, mas… não foi de todo mau. Foi como, se acendesse uma luz qualquer dentro de mim, se passasse energia… Mas que raio eu tou falando?
Rosé: Oi, Jennie, cê ta bem?
Uma das garotas falou acenando a minha frente. Uau, eu devia estar perdida nos meus pensamentos há imenso tempo.
Jennie: Sim, Sim, eu estou… Bom como já devem ter percebido eu sou a Jennie, e estou muito feliz por trabalhar aqui...
Lisa: Isso passa…
Pude ouvir Lisa dizer. Wow ela realmente era uma garota negativa, em? Mas depois dessa noite, até é compreensível.
Rosé: Não ligue a Lisa. Bem vinda. Meu nome é Chaeyoung, mas pode me chamar Rosé.
A garota ruiva falou se apresentando, e eu apertei sua mao. Ela parecia muito legal, e era bonita.
Jisoo: E eu sou Jisoo.
A outra garota de cabelos negros se apresentou sorrindo e me estendendo a mão. Eram ambas simpáticas e bonitas. Mas Lisa… Lisa era mesmo linda. Parecia saída de um filme ou algo assim… Pergunto-me se ela tinha noção do quão era linda.
Rosé: Lisa, você não se vai apresentar?
Lisa: Eu já a tinha conhecido há uns minutos atrás…
Lisa falou sorrindo docemente para mim. Meu Deus, aquele sorriso era capaz de matar. Muito fofo mesmo.
Rosé: Muito bem, então você quer aprender as coisas aqui? Lisa te pode ensinar…
Lisa: Eu?
Lisa falou quase num pulo. Será que ela não queria estar comigo?
Jisoo: Sim, eu e Rosé vamos acabando de servir os clientes enquanto. Algum problema?
Lisa: Não, não… tudo bem.
Ela falou gaguejando. Ela parecia… nervosa?
Rosé: Okay, então nós vamos andando, pode começar…
Rosé falou puxando Jisoo e ambas foram até ao centro do bar e às mesas servir.
Lisa: Então… você tem alguma experiência?
Lisa falou pegando num pano e limpando a bancada.
Jennie: Bom na verdade eu só trabalhei na loja de flores da minha mãe. Eu nunca trabalhei num café.
Lisa: O quê? E Kai te deu o trabalho mesmo assim?
Saiu-lhe de repente, mas sei que não fez por mal.
Jennie: Shiu – falei tapando sua boca por impulso, e senti formiguinhas na palma da minha mão. Ela arregalou os olhos. Retirei logo a mão… que sensação estranha… Mas de novo, não era má - Ele não sabe… ele pensa que eu tenho experiência… por favor não conta para ele…
Falei quase lhe suplicando com os olhos.
Lisa: Oh claro que eu não vou contar, esteja descansada… É só que, assim eu vou ter de ensinar tudo muito bem para você, e você vai ter de esforçar o dobro para aprender. Não podemos deixar que ele descubra q você não tem experiência…
Jennie: Tudo bem, eu vou me esforçar imenso, eu prometo. Eu faço o que for preciso…
Lisa: Muito bem. Vamos começar por tirar café.
Lisa falou e nos dirigimos até à máquina de café. Ela me explicou como se fazia, mas quando foi minha vez de fazer, saiu tudo errado, e acabei por derramar café. Eu não podia ser mais desajeitada e ter mais azar. Mas ela parecia ter tanta paciência comigo, ela era realmente muito simpática. Me ensinou para aí umas 4 vezes até eu acertar. Eu já estava tao envergonhada, mas ela disse que não havia mal.
Depois me ensinou a tirar cerveja e sumos de pressão. Aquela máquina tinha algo contra mim, só pode… cada vez que eu ia tirar, eu clicava para a máquina parar e ela só parava uma eternidade depois. Conclusão: Acabei com as mãos todas sujas de cerveja. Mas eu e Lisa só caímos na gargalhada. Eram tantas tentativas falhadas, que nós já não conseguíamos fazer outra coisa se não rir. Incrível como apesar de eu a conhecer apenas a horas, senti que já a conhecia à séculos…Havia qualquer coisa que eu não conseguia explicar.
Eu já falei que ela tem um sorriso lindo? O sorriso mais lindo que eu já vi… e sua gargalhada era… tão fofa e melodiosa… Eu não sei porquê estava reparando em todos estes detalhes nela.
Estávamos mais uma vez perdidas no olhar uma da outra, mas rindo imenso, até que sinto uma sombra parar ao nosso lado.
Kai: Ainda bem que gosta da sua nova colega, Lisa. Já vi que estão muito divertidas, mas será que estão trabalhando o suficiente? Depois verei isso. Verei se você realmente ensinou o que tinha de ensinar para a novata. Por agora vamos fechar, pode começar a arrumar tudo.
Ele falou com uma voz fria e autoritária, depois se afastando e saindo do bar. Já só estavam 2 pessoas na mesa, é já pareciam estar a preparar-se para ir embora também.
Jennie: Wow, ele é sempre assim?
Lisa: Hm, maldisposto e avarento? Só 90% do tempo…
Lisa falou com ironia, me fazendo rir levemente.
Rosé: Bom, mas que dia – a garota ruiva falou recebendo o pagamento dos últimos clientes- Estava a ver que nunca mais se iam embora, não vejo a hora de ir para casa…
Jisoo: Ai somos 2… Não vejo a hora de me deitar…
A outra garota falou chegando com a ruiva ao nosso pé.
Jisoo: Oh oi, ainda aqui está? Já é tão tarde…
Ela falou se dirigindo a mim reparando na minha presença.
Jennie: Bom sim, Lisa esteve-me ensinando as coisas aqui do bar…
Rosé: Até agora?
Rosé falou. Bom, passou uma hora e meia desde que eu soube que tinha esse emprego. Realmente tinha ficado algum tempo aqui a aprender, mas o tempo nem parecia ter passado. Estava tao divertida com Lisa que nem dei por isso. Apenas riamos e conversávamos sobre coisas iam surgindo, nada de mais. Mas fiquei com a impressão que ela era uma garota super simples e engraçada. Ela tinha qualquer coisa, eu não sei o que, que eu realmente gostava.
Lisa: Sim demoramos algum tempo, é que Jennie afinal não tem exp...
Não lhe deixei acabar a frase, sabendo o que ela ia dizer, lhe dando um leve encontrão.
Jennie: Não tinha maneira de voltar a casa antes da meia noite, é isso! Entao fui fazendo tempo…
Falei e elas me olharam desconfiadas, mas esqueceram o assunto. Lisa também me olhou confusa, mas depois percebeu que eu não queria que ninguém soubesse que eu não tinha experiência.
Jisoo: Bom vamos arrumar isto então para fechar!
Jisoo falou e começamos arrumando tudo. Em 15 minutos já tínhamos tudo arrumado e nos preparávamos para sair.
Rosé: Bom nós vamos para aquele lado, tenho o carro estacionado atrás do prédio… Precisa de uma carona?
Jennie: Não é preciso, meu autocarro deve chegar dentro de minutos, mas obrigada!
Rosé: É sério! Não precisa de ir de autocarro, me fala só onde você vive…
Jennie: Bom eu vivo a 4 quarteirões daqui, Rua daeul.
Rosé: Eu sei onde fica, não é muito longe da minha casa! Eu posso levar você…
Jennie: De certeza que não incomodo?
Rosé: Claro que não, vamos!
Rosé falou se dirigindo ao carro e Lisa e Jisoo iam também connosco. Ela tinha sido realmente muito simpática. Aliás, todas elas eram. Apesar de as ter conhecido hoje, algo me dizia que tive imensa sorte nas colegas de trabalho. Ao menos isso.
*Povs Lisa*
Chaeyoung ofereceu-se para dar uma carona a Jennie, e eu tenho de admitir que fiquei feliz por isso. Eram mais uns minutos que podia estar com ela. Eu não sei, mas essa garota tinha qualquer coisa de especial. Eu só não sei dizer exatamente o que era, e porque queria passar mais tempo com ela.
A viagem até à casa de Jennie foi tranquila. Jogávamos conversa fora como se já nos conhecêssemos há anos. Descobri que ela tem um irmão, Seokjin. Também fez referência à mãe, que era florista e tinha uma loja perto daqui. Estranhamente não ouvi nenhuma referência do pai. Talvez seus pais fossem separados ou algo assim…
Rosé: Bom cá estamos, onde fica sua casa?
Jennie: É mesmo aqui nesse prédio.
Olhei em volta e apercebi-me que ela até vivia num bom sítio. Havia algumas casas e um prédio nessa Rua, que era o dela. O prédio parecia de construção recente, tinha 4 andares, e não era muito grande. Os apartamentos do rés do chão tinham Jardim, e os de cima varanda. Parecia realmente uma zona agradável…
Jennie: Bom obrigada pela carona, nos vemos na Quinta?
Jisoo e Rosé: Sim, até logo!
Elas responderam em coro oferecendo um sorriso.
Jennie acenou para elas antes de abrir a porta do carro. Antes de sair, ela tocou em minha mão. Um choque surgiu pelo meu corpo. Mas este era interno, e só eu senti. Seus dedos estavam frios e me fizeram também arrepiar.
Jennie: Adeus, Lisa.
Ela falou desta vez mais baixinho, de modo que só eu consegui ouvir, e com aquele sorriso de bonequinha que faz qualquer um parar e olhar.
Lisa: A-adeus, Jennie…
Disse meia gaguejando. Não sei como aquilo me saiu assim. Tentei manter-me com postura por fora, mas por dentro ainda estava recuperando o ar.

Must be Love on the brain - JenlisaWhere stories live. Discover now