Capítulo vinte e seis

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Henri mora no décimo andar e o seu apartamento é simplesmente lindo. Assim que ele abre a porta para mim e me espera atravessá-la, meu queixo quase bate no chão. O lugar é sinônimo de luxo. A sala por onde entramos é enorme, com um sofá de couro no centro, de frente para uma TV superfina gigante e um tapete muito peludo cobrindo quase todo o chão. Parece muito confortável. O chão é todo de madeira na sala e no corredor que dá para os quartos e a cozinha. A iluminação (que já estava ligada) é toda feita por um lustre enorme que pende do centro da sala, brilhando como diamantes. Até mesmo o cheiro da casa se parece com os cheiros artificiais de lojas de roupas, capazes de conquistar os clientes assim que eles entram no estabelecimento.

– Nossa! – Digo, impressionado.

– O que? – Ele diz sorrindo, enquanto fecha a porta.

– O seu apartamento é muito bonito, Henri. Foi você mesmo que decorou?

– Não... – ele hesita por um instante – foi a Renata que escolheu tudo. Eu não tenho tanto bom gosto para decoração. Para mim, só uma cama e uma tv está de bom tamanho.

– Ah sim! – Respondo. Além de sua noiva ser linda e poderosa, ainda tem um ótimo gosto para decoração. Continuo correndo os olhos pelo lugar, olhando vários enfeites em e porta-retratos com fotos de pessoas, as quais eu não consigo reconhecer de longe. Henri passa por mim e vai andando na frente.

– Vem P.O. Vamos para a sala de jantar, depois eu te mostro o resto da casa. Estou faminto!

Também estou com muita fome e não penso duas vezes em seguí-lo para a sala de jantar. Na minha casa não existe uma sala de jantar, eu tenho uma mesa na cozinha onde faço as minhas refeições. Henri parece viver em um luxo no qual nunca me imaginei. O que me faz pensar em quão bem pode ganhar um piloto de avião particular. Henri anda sempre com roupas caras, relógios e cordão de ouro. Tem um carro muito bacana e uma moto monstra. Nem parece que ele é o empregado mas o dono da empresa que contrata um piloto particular.

Chego na sala de jantar com ele e fico impressionado com a decoração japonesa do lugar. Há uma mesa de vidro quadrada no centro da sala, uma tábua redonda giratória no centro e dois locais arrumados, um em cada ponta da mesa, com esteira de bambu, pratos, hashi e molho shoyu. Por cima da mesa está um lustre vermelho típico de restaurante japonês, o resto da iluminação está fraca, deixando o centro da mesa o lugar mais iluminado. Fico um pouco triste por ter que ficarmos em lados opostos da mesa, mas feliz ao mesmo tempo, já que não vou perder a concentração e poderemos conversar melhor.

– Senta aí. Vou pegar a comida. Já está tudo pronto. Eu que fiz, não repara. – Ele diz sorrindo e vai para onde deve ser a cozinha.

Me sento e espero com as mãos entrelaçadas em cima da mesa, apoiadas pelo cotovelo. Depois de um minuto ele vem com uma barca de madeira gigante, cheia de variados tipos de comida japonesa. Minha boca se enche de saliva. Ele coloca a comida na tábua giratória no centro e se senta no seu lugar.

– Bom.. Podemos começar! – Ele diz sorrindo, pegando o seu hashi e se servindo de molho shoyu.

Hummm... Parece estar delicioso. – Digo animado, enquanto faço o mesmo.

Pego o meu primeiro shushi (um simples para começar), molho no shoyu e depois coloco na boca. O gosto está sensacional. Henri deve ser um ótimo cozinheiro. Olho para ele, que está me olhando sorrindo com seu hashi segurando um sushi perto da boca.

– O que foi? – Pergunto, assim que engulo o sushi que estava mastigando.

– O que você achou? Está bom? – Ele pergunta, comendo seu sushi logo depois.

Piloto (Amor sem limites #1)Where stories live. Discover now