•Imagine Nash Grier•

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- Papai, estamos perto? - escutei, não a primeira vez, meu filho perguntando no banco de trás.
Olhei para (S/n) que me olhava sorrindo, e a mesma respondeu nosso filho com um aceno o fazendo feliz, mesmo que a casa de praia ficasse á uma hora dali. Nós três iamos passar um final de semana numa praia, já que estavamos passando as férias na Australia e toda a família ama praias.
(S/n) e eu somos casados a cinco anos e temos Benjamin, nosso filho de recém completos três anos,nosso casamento passou por uma grande crise nesse ano e tenho a coragem para dizer que tudo sim, foi culpa minha, minha mulher nunca deixou de fazer algo para me agradar ou ao nosso filho, sempre empenhada em ser uma boa esposa e mãe, conseguia mesmo que sem ajudar cuidar de uma casa e ainda ser bonita, então, quando pisei na bola a coisa ficou feia.
Eu nunca seria capaz de trair (S/n), mas a troquei pelo trabalho, passava noites e mais noites no escritório, esqueci várias coisas importantes no primeiro ano de estudos do nosso filho, esqueci datas especiais, como nosso aniversário de casamento. E eu sabia que ela era de se chatear fácil, quando chegava em casa ela sempre tinha tudo pronto para me agradar e eu nem sequer agradecia, eu só percebi o estrago que tinha feito quando me pediu divórcio, assim do nada, na mesa de jantar com Ben nos olhando e se perguntando o que era aquilo, eu senti meu coração parar um pouco e a implorei por uma nova chance, afinal, eu era o culpado e tinha que fazer de tudo para ela ficar 
comigo, eu a amava, eu a amo e sempre quero ter minha família perto. Então a prometi um passeio 
nas férias de verão que na verdade se tornou a realizar nossos maiores sonhos, como levar Ben na praia, o menino era acostumado a ficar naquela cidade sem graça que é new york, acho que na sua vida inteira Ben só viu o céu azul e com o sol bonito umas cinco vezes, contando com hoje. 
Me concentrei na estrada acelerando um pouco, já estava ficando e a estrada era curta, pois de um lado era cheio de pedras e para o outro a imensidão do mar. Meu celular começou a vibrar no bolso e eu olhei para (S/n) que estava olhando para algo escrito na sua agenda, eu sou viciado em trabalho e só de imaginar que deve ser algum empresário querendo contato meus dedos caçavam para atender, mesmo que aquilo pudesse causar um briga.
- Alô? - atendi chamando a atenção da minha mulher que me olhou bufando.
- Eu mandei deixar o o celular em casa! - ela quase gritou e eu a mandei calar a boca só mexendo os lábios e voltando a atenção para a estrada.
- Senhor Grier, sou eu Yum da empresa japonesa de cosméticos - a mulher falou e eu mexi na minha memória logo lembrando que elas queriam um espaço no programa que passava a tarde na rede de TV na qual eu era dono.
- Ah! Sim sei, claro, como está? Então, como estamos no meio de um mundial e estão todos dando atenção a copa do mundo não acho muito inteligente jogar vocês de uma hora para outra falando coisas que ninguém, pelo menos agora, querem saber - escutei Ben perguntando mais uma vez se já estávamos perto e daquela vez me deu raiva, (S/n) respondeu e sorriu para ele que concordou, eu sabia que ela estava com raiva por causa dos seus braços cruzados e a atenção no que tinha fora do carro - então podíamos jogar uma propaganda falando um “em breve” e aí vai chamar atenção para o lado feminino que com certeza deve está revoltada com todas os canais falando de futebol.
- Claro! Bem pensado, mas isso vai custar mais eu creio - falou do outro lado da linha e eu tentei me lembrar dos cálculos que fazíamos quando o assunto era propaganda.
- Sim, a propaganda é de um preço até muito bom nos horários normais, mas no horário nobre é bem carinha, porém posso afirmar que chama bem mais atenção.
- Então fechado Grier, queremos isso e a propagando no horário nobre, estamos em uma boa época de negócio na Ásia e nas Américas só falta a Europa e sei que seu canal é o melhor transmitido para mais de 30 países - sorri entusiasmado, amava ser elogiado quando o assunto era minha rede de TV, já que me jogava tanto naquilo.
- Oh obrigado, fico agradecido por me escolher entre tantos outros canais e posso te garantir que não vai se arrepender! - sorri.
- Certo, quando nós encontramos? - olhei para minha mulher mais uma vez e mordi os lábios - preciso de estar tudo pronto até julho!
- Olha, eu estou tirando umas férias com minha família e pretendia ficar um mês - senti o olhar de (S/n) em mim e fechei os olhos com força, eu não podia perder uma oportunidade daquelas era o maior negócio de todos, eu poderia até comprar uma mansão maior para nós e até uma para meus sogros - mas nós podemos resolver isso em breve.
- Ótimo lhe ligo na quarta, uma boa noite - desligou sem esperar minha resposta, fiquei com o celular ainda no ouvido um pouco antes de guardar no bolso novamente.
- Olha, eu sei que vai ficar com raiva, mas…
- Mas porra nenhuma! - ela gritou assustando tanto quando a mim e a Benjamin, nunca xingava na frente dele - Eu to cansada disso Nash, cansada! É a primeira vez que tiramos uma feiras em família, nosso filho já tem três anos e nunca tem uma lembrança boa dos país juntos e você já começa a desistir quando mal começou?
- Mas é o melhor negócio que eu peguei nós últimos tempos! Sabe da crise que passamos - explodi também alternando meu olhar entre a estrada e ela.
- Foda-se, eu nunca te peço nada! Só isso e ainda me nega? Você disse que ia mudar! - gritou fazendo o ar do carro ficar quente.
- Eu vou mudar (S/n)! Mas isso não quer dizer que vou deixar meus negócios para realizar a droga dos seus sonhos.
- A droga dos meus sonhos? - olhei para ela e agora já via lágrimas - Eu só quero ficar perto da minha família e longe da loucura do dia a dia e você acha isso uma droga?
- Sim, uma droga! Eu não preciso de você para realizar a droga dos meus sonhos, e você sonha sempre tão pequeno por isso sempre brigamos por quê eu sonho grande, eu quero o mundo! - gritei batendo no volante.
- Então o seu sonho de ser bilionário vale mais que nós? - ela falou agora baixo e eu a olhei nos olhos 
- O dinheiro vale mais que nós, sua família? - o tempo pareceu congelar no seu olhar tão triste, abri minha boca para responder, mas fui cortado pelo meu filho. 
- PAPAI - o grito me assustou a tempo de ver o caminhão que estava na minha frente, desviei com tudo a tempo de ver que estávamos caindo naquele grande azul do mar, tentei segurar o rosto de (S/n) que já tinha batido no vidro quando senti o carro afundando.
Tudo ficou escuro ao meu redor por um momento antes de sentir a água entrando pelo meu nariz quando tentei respirar, abri meus olhos e primeiro só enxerguei água, o carro encheu rápido pelos vidros aberto, já que Ben tinha implorado para sentir o vento mais quentinho, tirei meu cinto e meu corpo flutuou um pouco, olhei para lado vendo minha mulher desacordada e o sangue que saia pela sua cabeça era levado pela água, olhei para Ben e ele também estava desacordado, tentei tirar o cinto dela, mas estava emperrado ou sei lá.
Meu ar já estava acabando e eu não sabia o que fazer, as duas pessoas que eu mais amava estavam morrendo e eu teria de escolher entre salvar um, eu queria muito tirar minha mulher dali, mas sabia que se ela acordasse e descobrisse que eu não salvei nosso filho e o deixei morrendo em baixo de água, ou ela se matava ou entrava em depressão profunda, ela era tão família, sem mais tempo consegui tirar o cinto da cadeirinha do meu filho o pegar nos braços e abri a porta do carro nadando para a superfície, quando respirei pela primeira vez comecei a tossir de um jeito exagerado, meu filho também, vi que estávamos um pouco longe da areia e nadei o mais rápido possível até lá, me jogando junto com Ben, as pessoas que talvez presenciaram o acidente correram para perto descendo as grandes ladeiras.
- Minha… M-minha - não conseguia falar pois a falta de ar ainda me matava, apontei para o mar e comecei a chorar - minha mulher está no carro - falei para o homem alto que me olhou assustado e saiu correndo entrando no mar, dava para ver onde o carro estava já que os faróis estavam ligados, algumas pessoas me ajudaram e eu escutei o barulho da ambulância, procurei por Ben e o vi no colo de alguma mulher corri até ela e peguei meu filho para ter a certeza de que ele estava bem.
- Filho? Fala com o papai, por favor - sua cabeça só fez descansar no meu ombro, tamanho era a falta de ar - fala comigo.
- A mamãe morreu? - perguntou com a voz fraca e olhou para o mar na nossa frente, da onde aquele homem ainda não tinha saído.
- Não, ela não pode nos deixar aqui - falei sentindo as lágrimas caindo sem parar.
- Moço a ambulância - a mulher apontou e tentaram me levar.
- Não, eu não vou sair daqui até ele tirar minha esposa! - gritei chorando e elas me olharam com pena, pegaram Ben pois ele estava num estado pior, seu rostinho estava inchado e um ferimento na perna.
- Não papai, não me deixa - ele gritou estendendo as mãos para mim que não neguei, o segurei no tempo que as pessoas começaram a gritar alguma coisa.
Olhei para atrás a tempo de ver o homem, que devia tudo nesse momento, sair com minha mulher nos braços caindo logo em seguida na areia, como também fiz. 
- Fica aqui ta bom, elas são tias legais, vai no médico para ele cuidar dos dodóis e eu prometo que já já vamos estar juntos de novo tá? -
Ben me olhou com os olhos cheios de lágrimas e concordou indo para o colo da mulher que o levaria para a ambulância.
Quando olhei para (S/n) novamente ela já estava com mais de três médicos em sua volta, corri com muita dificuldade até ficar um pouco perto.
- Ainda existe batimento, por mais que seja mínimos, mas ela está sem respirar e logo vai morrer - um gritou e eu senti meu mundo perder as formas, lembro de ter gritado alguma coisa e tentar ir para perto do seu corpo, mas alguém me segurou, escutei o grito de Ben dizendo que queria ficar perto de nós dois antes de desmaiar.
Pisquei meus olhos umas três vezes antes de conseguir abrir meus olhos verdadeiramente, sabia que estava nos hospital pelo barulho dos aparelhos e o soro que tinha bem ao meu lado, olhei para o teto e fechei meus olhos com força.

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