Sobrevivente 03

16 4 2
                                    

Caminhando pelo chão de terra, os policiais de Snock Hills ouviam os barulhos se intensificando cada vez mais e ficando mais assustadores. Gritos, ordens, explosões, tudo isso quebrava a tranquilidade da madrugada do delegado.

Do lado esquerdo, um pouco distante, puderam ver um movimento. A porta ao fundo se escancarou e um soldado saiu gritando dela, tropeçando em seu próprio pé e caindo de bruços. Sua pistola voando longe. De repente, uma horrível criatura pulou em cima do homem, arrancando sua cabeça com uma só mordida. O corpo ainda se mexia, como uma galinha, mas depois de poucos segundo ficou inerte.

- Mas o que é aquilo? - Perguntou Velloso, olhando perplexo.

- O detetive tinha razão: nós estamos em perigo. - Murmura o velho policial. Até que apareceram outros monstros semelhantes e notaram a presença do pequeno grupo. Sem perder tempo, já se encontravam indo em direção aos policiais. - CORRAM!!! - Gritou, correndo com sua escopeta numa mão e apontando para uma outra porta, logo à frente.

Os outros não pensaram duas vezes. Conseguiram alcançar o objetivo, porém os bichos eram dotados de agilidade e rapidez, ficando, num piscar de olhos, quase colados ao grupo.

Trevor foi o primeiro à entrar, seguido por Corey o Gordo e Maria Monte. Gusttavo, no entanto, não conseguira ser veloz o suficiente e a porta travou na sua vez. O homem tentou desesperadamente fazer com que aquele pedaço de aço abrisse, mas foi em vão. Enquanto o resto apenas assistia àquela cena. Ele olhou para atrás e no mesmo instante desapareceu da janela, quando dois Frons arremessaram-se contra ele e um terceiro logo após, batendo com força na porta. Não dava para ouvir, mas todos podiam imaginar os gritos do colega. A janela é atingida por um longo respingo de sangue, que foi escorrendo com o passar dos segundos.

A mulher encontrava-se abalada e o Gordo paralisado, quando Harper interrompeu o silêncio. - Não havia nada a gente pudesse ter feito. Precisamos continuar, não é seguro aqui!

Continuaram pelo corredor D12. Um longo, frio e iluminado corredor. Depois de avançarem alguns metros, mais uma grande criatura surgira de uma das janelas do laboratório. Criando um enorme barulho. Todos se assustaram. Ela, então, começou a persegui-los.

A policial Monte, resolveu virar-se para atirar no inimigo, entretanto, as três cápsulas 9mm não surtiram efeito algum, apenas o deixou com mais ódio. O Fron soltou um grito animalesco e atingiu com força a mulher, com seu antebraço.

O golpe fora tão forte, que Maria sentira suas costelas quebrarem e ela fora arremessada contra um armário de vidro, jazido no local. Com o impacto, suas costas e sua cabeça, quebraram a porta, cortando-a em inúmeras partes, inclusive uma artéria importante em seu pescoço. Quando caíra no piso, que logo ficara sujo com a poça de sangue que se formava ali, ela já estava fraca, segurando seu pescoço com as mãos, na esperança de estancar o sangue e parar a hemorragia, mas era tarde. Não satisfeito, o monstro ignorou os dois homens e foi para cima da mulher, lançando mordidas violentas em partes aleatórias de seu corpo, fazendo com que Maria tivesse uma morte absurdamente dolorosa.

Os olhos de Harper já estavam inundados de lágrimas, contudo, ainda mantinha a pose firme e seu foco em fugir daquele inferno. De vez em quando puxando o braço de seu parceiro, para dar impulso. Já estavam cansados, mas não possuíam o luxo de pararem. Ele pegou seu rádio e o aproximou da boca. - Central, o grupo MPC já era! A base militar tá sob ataque e o alerta é nível 5! Precisamos retirar todo o povo da cidade imediatamente. Repito. Retirar o povo da cidade imediatamente! - Berrou no aparelho. Pausou por alguns momentos para dar uma longa inspirada, já que corria e falava ao mesmo tempo. - Brian... Se você pode me ouvir. Cuide de minha filha por mim. Não deixe que esses filhos da puta encostem nela. Você é o único que eu confio pra isso. - Falou com um tom depressivo.

- Copiado... - Respondeu uma voz feminina no rádio. Aparentava estar com pressa. Talvez já estivesse executando a ordem de seu superior.

- Eu tô com medo, parceiro... - Confessou o Gordo, quase sem fôlego. - Isso tudo não parece real. E a minha mãe, Trevor? Quem vai ajudá-la!?

- Calma, cara, eu não vou deixar que nada aconteça contigo. Só faça o que eu mandar, entendido? - Falou o delegado, puxando seu amigo para mais perto. O segundo homem não respondeu. - Entendido!?

- Sim, senhor.

Após mais alguns minutos de corrida, ultrapassando a porta que encerrava o D12, indo além da ala H e chegando perto do hall. Os dois amigos depararam-se com um grupinho de Frons, que devoravam alguns soldados de uma só vez. Frearam rapidamente, mas não tão rápido para despistarem os monstros.

- São muitos. - Comentou o Gordo.

- Eles vão nos cercar, não vamos conseguir. - Disse Trevor pensativo. - Não juntos. Vamos nos separar. Você corre e eu os distraio.

- Que? Não vou te abandonar, Trevor. Não quero que se sacrifique por mim. - Negou o parceiro.

- Corey, faça logo o que eu tô mandando, não temos tempo. Você tem a sua mãe, ela precisa de você!

- E você tem a Lauren. Ela também precisa de você! Não seja idiota, seu velho!

Os monstros se aproximavam velozmente.

- Não precisa se preocupar comigo, eu vou ficar bem. Só preciso que você vá pra eu montar a minha rota de fuga! Se não quiser que eu morra, me obedeça, Riggins!

Demorou mais alguns segundos para a hesitação de Corey passar. Até que o homem correu freneticamente na direção oposta, olhando de relance para trás de vez em quando.

Quando a primeira criatura estava perto, o delegado Harper firmou seu braço esquerdo (que apoiava a sua arma), e disparou no meio do rosto dela, quando estava pulando para cima dele, que por conta da pressão, sua cabeça explodiu e foi voltada para trás e caindo por cima de seus colegas de raça.

O mesmo fez com os outros dois. Um pulou e o outro não. O que pulou, foi atingido no peito, causando um enorme estrago em seu torso. Já o que resolveu atacar por terra, Trevor desviou, fazendo-o com que passasse direto e atirou bem no meio de suas costas. Outros três vieram e o homem também deu conta. Portanto, quando os dois últimos investiram contra ele, sua munição da escopeta acabou e o resto dos cartuchos estavam no carro. O delegado largou a arma no chão, ao lado do cadáver de um Fron e puxou seu revólver, uma Taurus 608 .357 magnum.

Disparou uma vez, mas errou. Disparou simultâneas, acertando alguns, deixando-os mais fracos e lentos, porém não eliminando-os como o desejado.

- Só pode estar de brincadeira. - Resmungou, girando o tambor. Tarde demais. O único que restara, pulara em cima dele, levando-o ao chão e jogando todo o peso de seu corpo nele. Tentava incansavelmente morder o rosto de Trevor, mas ele afastava as mandíbulas feiosas do bicho com as mãos em seu pescoço. Quando percebeu sua escopeta ao lado. Aguardou um momento de cessão do inimigo e rapidamente puxou, com a mão direita, a arma e a pondo na garganta do animal e segurando em cada ponta, para aliviar todo o esforço.

Por trás daquele pesado e fedorento corpo, pôde ver a figura de um soldado, chegando perto lentamente. Subindo mais o olhar, viu que o guarda mirava seu fuzil no monstro e preparava-se para atirar, mas aquelas balas não iriam acertar somente o monstro.

- NÃO FAÇA ISSO!!! - Gritou, no entanto, o homem já havia deitado o dedo no gatilho.

Trevor Harper se foi.

Antes que pudesse parar de atirar, o soldado da base, foi atacado de surpresa por outros Frons, que o devorou vivo.

A Fuga de Morbor StateWhere stories live. Discover now