[8] special place;

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Taehyung disse que me iria levar a um sitio especial e eu estava com medo.

Talvez fosse por ele saber disso mesmo que tenha esperado tantos dias, para que eu pudesse 'recuperar'.

A verdade era que eu não tinha recuperado, nem sabia se alguma vez iria recuperar, mas mesmo assim eu ia onde ele quisesse. Afinal eu ainda procurava respostas.

O que me intrigava era o porquê de Taehyung não me dizer simplesmente tudo de uma vez, era muito mais fácil e eu poupava sofrimento.

Ainda não tinha percebido o objetivo dele em arrastar as coisas e a razão de me levar a sítios diferentes todas a vezes, mas a verdade era que me estava a destruir. Saber que eu era um idiota com Jimin sem me aperceber era um peso muito grande mas Taehyung parecia querer continuar a massacrar-me e eu queria perceber o porquê. Se calhar ele odiava-me mesmo e a sua maneira de o mostrar era esta, de forma subtil fingindo estar a ajudar-me mas na realidade estar a matar-me aos poucos, e posso dizer que desta forma dói muito mais.

Estava confuso e a minha cabeça doía quando me levantei da cama e olhei para a mensagem de Taehyung, ele iria me buscar e iríamos juntos ao tal sitio que dissera.

Eu já tinha voltado ao trabalho então a minha semana tinha sido um inferno, digamos que ser secretário de procurador não é dos trabalhos mais divertidos e tratar de toda aquela papelada no escritório era stressante até demais, fora aquela que tinha de levar para casa e terminar.

Olhei para o relógio e confirmei que eram 10:34 da manhã, ainda era cedo visto que Taehyung só me viria buscar á tarde ( eu disse-lhe que podia ir sozinho se me desse o endereço mas ele não quis ) mas mesmo assim não era costume eu acordar tão tarde num sábado, sempre acabava por ter de me levantar antes.

Suspirei e rebolei na cama sentindo o vazio no colchão. Tudo era melhor quando a cama parecia mais pequena, mas agora ela é grande demais e nela há espaço para mim, para a culpa e para as saudades, acho que as molas não aguentam tanto peso assim.

Ganhei forças não sei onde e levantei-me do quentinho dos lençóis espreguiçando-me em seguida e esfreguei os olhos numa tentativa de despertar.

A casa estava demasiado silenciosa e isso fazia, estranhamente, a minha dor de cabeça aumentar.

Quando entrei na cozinha, Bolt, o nosso - agora só meu - cão, veio até mim num passo mais lento. Ele não era velho mas tinha estado triste e mais parado nos últimos tempos. Baixei-me até chegar ao seu tamanho e acariciei o seu pelo castanho claro e macio.

- Então rapaz? - fiz festinhas nas suas orelhas grandes - Também sentes a falta dele hm? - falei triste e Bolt pareceu entender-me pois latiu e encostou a cabeça nas minhas mãos, como que pedindo mais carinho, deitando-se no chão e olhando-me com olhinhos de cachorrinho, no seu sentido mais literal possível. Isso fez o meu coração aquecer. Jimin era muito amado e com certeza faria falta a muita gente, até a Bolt. Senti os olhos a arder com o pensamento e com os dedos limpei os pequenos vestígios de lágrimas que se encontravam neles.

Sorri triste para o animal e larguei-o deixando-o deitado no chão. Dei-lhe ração e mudei a água, tal como fazia todas as manhãs e de seguida sentei-me á mesa para tomar a primeira refeição do dia.

Aproveitei para adiantar algum trabalho também e fui buscar a papelada deixada a meu cargo e que precisava urgentemente de terminar, já que não me foi possível fazê-lo durante a semana.

Enquanto trabalhava, senti Bolt entre os meus pés, aconchegando-se neles e fazendo uma bolinha de pêlo quentinha. Olhei para baixo quando senti o conforto de ter o animal perto de mim. Tê-lo ali era, de certa forma, ter um pouco de Jimin ainda vivo e eu ainda podia ouvir a voz dele a suplicar-me durante meses para termos um cachorro em casa. Ele adorava animais e eu, pelo contrário, achava que eles só iriam sujar tudo, mas estava enganado, agora eu sabia o quão bom era sentir o amor de um bichinho destes. Eles, pelo menos, eram sempre leais e não nos faziam sofrer.

Pus a mão debaixo da mesa dando carinho ao cão mais uma vez, senti-o mexer-se com o toque e sorri levemente.

(...)

Eu olhava pelo vidro do carro, vendo tudo "a correr" lá fora e mais uma vez perdendo-me nos meus pensamentos. Taehyung guiava a meu lado e a viagem seguia silenciosa, mas não muito constrangedora.

Desviei o olhar para o moreno que mantinha um olhar atento sobre a estrada. Devo confessar que senti uma leve atração naquele momento, ele com certeza era um homem bonito e atraente, ainda para mais enquanto conduzia e franzia levemente a sobrancelhas mostrando a sua concentração, mas rapidamente afastei isso da minha mente, sacudindo a cabeça. Taehyung pareceu notar isso pois olhou para mim.

- Ansioso? - perguntou.

- Um pouco - respondi sincero desviando a atenção para ele mas voltando logo de seguida a observar a estrada.

Ouvi o moreno soltar uma risada baixa.

- Afinal onde é que vamos? - indaguei, a curiosidade tomando conta dos meus sentidos.

- Calma stressadinho, já vais ver....

Suspirei e encostei-me mais no banco, cruzando os braços. Não estava amuado, só nervoso.

Passaram uns minutos de viagem, Taehyung cantarolava uma música qualquer que passava na rádio e com os dedos batucava no volante seguindo o ritmo da mesma. Olhei para onde nos estávamos a aproximar e franzi o cenho.

- Taehyung? - chamei confuso.

- Sim? - ele entrou no local com o carro, indo para o estacionamento.

- Porquê que estamos num hospital?



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desculpem pelo capítulo chato ;(

Now I Know Why He Loved You - FANFIC  Onde histórias criam vida. Descubra agora