Now I Know Why He Loved You - FANFIC

[2] the truth;

Sentei-me na cadeira confortável daquele café. Era a hora combinada e eu esperava o tal de Taehyung.

Observei detalhadamente o estabelecimento. Era tudo muito aconchegante e em tons de pastel, o cheirinho suave a café pairava pelo ar e entrava pelas minhas narinas deixando-me nostálgico. Tudo naquele lugar era lindo, desde a decoração á montra recheada de doces. Os tons suaves das paredes transmitiam-me uma certa calma. Não admirava que Jimin gostasse tanto deste sitio.

Vi Taehyung aproximar-se da minha mesa. Vê-lo mais informalmente fez-me perceber que ele era realmente bonito.

Ele sentou-se à minha frente e sorriu triste. Não retribuí.

－ Então, quem és e de onde conhecias o Jimin?

－ Conhecia-o do trabalho. － o tom dele era sério e triste ao mesmo tempo. － Era seu colega, trabalhávamos juntos na revista.

Um nó formou-se na minha garganta. Mais uma vez, senti-me intrigado, pela sua aura, pelo seu jeito de falar, por ele como um todo.

－O facto de seres colega dele não justifica teres dito que o amavas, suponho? － a ironia era um mecanismo de defesa, sabia-o claramente, tinha a noção do quanto ele me deixava nervoso.

Ele suspirou e inclinou-se, apoiando os cotovelos na mesa e aproximando-se de mim.

－ Olha, eu não digo que o que eu fiz foi correto mas não pude evita-lo, eu realmente era, e sou, louco pelo Jimin...

－ O que queres dizer com isso? - franzi o cenho, desconfiado. As emoções estavam lá, presas no meu peito que batia rápido, mas não alterei o tom de voz.

－ Nós éramos apaixonados um pelo outro － ele falava com um tom moderado mas firme. Neguei com a cabeça, não acreditando no que ele dizia. Eu e Jimin íamos casar, nós amávamos-nos. Ele era a única coisa que eu tinha de certo na minha vida.

－ Não acredito nisso － respondi eu simplesmente, convicto do que dizia.

－ Lamento muito Jungkook, não queria que as coisas fossem assim...－ suspirou － Eu sei que sou culpado e errei em ter-me envolvido com ele mas não pude deixar de me render aos seus encantos. Ele era, e é, a pessoa que eu mais amei na minha vida.

Taehyung era uma pessoa expressiva, do tipo que demonstra o que sente através dos olhos. Soube que falava a verdade, o meu lado observativo e instintivo disseram-me isso, mas eu conscientemente decidi que aquilo não era real, então refugiei-me na minha mente, assumindo o papel de espectador novamente. Logo, na minha condição de espectador, não poderia - nem saberia - reagir ao que ouvira, por isso fiquei-me por apenas continuar a encará-lo.

－ Eu neguei os meus sentimentos ao inicio porque sabia que ele era comprometido － Taehyung continuou － mas quando ele começou a aparecer ao trabalho triste e muitas vezes o apanhava a chorar, tive de me aproximar outra vez, ele precisava de alguém.

Senti uma angústia perante estas palavras. O Jimin chorava, por minha causa, dizia ele. Este pormenor incomodou-me especialmente mas ainda não tinha decidido acreditar nele.

－ Não sei o que procuras, Kim Taehyung, － comecei eu, com mais expressão na voz － nem o que queres de mim, mas devias ter vergonha.－ estava irritado, furioso e sentia-me atacado. － Eu enterrei o amor da minha vida ontem, achas que é hora para uma merda destas?

－ O vosso relacionamento já não estava bem Jungkook. Ambos sabiam disso. － Taehyung falou logo em seguida, quase interrompendo-me, enquanto me olhava sereno, com pena, e odiei-o por isso.

－ E o quê que tu sabes sobre nós, ah? Não sabes nada! Eu nem sei se estás a falar a verdade! － aumentei o tom, mas logo o amenizei de novo. － Não me contactes de novo nem venhas ter comigo, não quero saber dessa história.

Estava pronto a ir embora, a ignorar o que tinha ouvido e, principalmente, a fingir que não tinha, no fundo, acreditado nele. Sentia-me magoado, melancólico e, acima de tudo, perdido.

Perante o silêncio de Taehyung que apenas me encarava, levantei-me com a maior calma que consegui e virei costas para caminhar até à saída.

Mas então ouvi a sua voz.

－ Tu sabes sequer o porquê dele se ter suícidado, Jungkook? － ele falou mais alto, devido á distância a que eu já me encontrava. Parei de andar e permaneci de costas para ele durante uns segundos até me virar.

Tentei falar mas nada saía. Eu realmente não percebia o porquê de ele ter tirado a sua própria vida. Eu amava-o tanto, isso não era suficiente para ele?

－ Tu não sabes nada sobre mim! － falei rispido e fui embora daquele sitio que, se outrora me trouxera calma, naquele momento, só me perturbava.