Estava descansando em sua cama, quando a solidez do mundo a sua volta se desfez, e começou a cair no vazio infinito.
Já viveu aquilo tantas vezes, que já não se importava mais com a sensação de ser a única coisa que existia, e não ser nada, ao mesmo tempo. A sensação de perder todos os sentidos e direções, e a impotência resultante.A queda foi longa como sempre, até que, como todas as outras vezes, seus pés tocaram um chão que não podia ver. E seu corpo lentamente recuperou o peso original.
Para a maioria, era o bastante. Perder completamente sua capacidade de ver, sentir, ouvir e falar... Era o que bastava para que qualquer um entrasse em pânico. Mas... Só para a maioria.
Ele respirou fundo, colocou as mãos nos bolsos da calça, e começou a andar, pelas terras perdidas na escuridão, onde ninguém entrava sem permissão.Enquanto ele se distanciava de seu ponto de origem, sua própria existência absorvia a escuridão a sua volta, e seus olhos cada vez menos rogavam por luz.
Ninguém sabe quanto tempo ele andou... vagou... por terras infinitas, mas, as sombras que formavam seu corpo lhe ensinaram a ver, não o reflexo da luz, mas o movimento da escuridão. Ele aprendeu a língua dos vazios, e a ouvir a voz do infinito.Assim como todas as outras vezes, em algum momento durante seu percurso, seu corpo perdeu o vago peso que havia sobrado, e sendo sugado em direção a uma luz que tinha acabado de surgir, abriu seus olhos, e estava de volta a sua cama, onde nem um minuto havia se passado.
Então, se levantou, e seguiu em frente, esperando o momento em que seria levado de novo.
Uma sombra, destinada a vagar por entre a escuridão, enquanto vigia seus movimentos.
Assim surgiu... o primeiro Vigilante.
~ Bem vindos de volta, caros leitores. Por favor votem e comentem se vocês gostaram. Esse conto é particularmente difícil de continuar, mas se vocês quiserem, eu dou meu jeito de fazer uma devida continuação.
Continuem ligados, que toda sexta tem mais.
Boa semana pra vocês! ~
ESTÁ A LER
A Taberna Dos Sussurros
Short StoryNem todas as histórias são guardadas. Algumas se perdem no tempo, outras somem com o vento... Algumas, até mesmo, são distorcidas pelas bocas de seus contadores. Elas perdem sua força, e suas vozes se tornam apenas sussurros. É aqui onde elas moram...