Capítulo 7

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*Alexandra

Estava a secar o meu soutien na casa de banho enquanto o Rúben lavava a loiça. Pouco depois ele bate à porta.

-Podes entrar.

-Como é que vai isso?

-Vai vem. Acho que vou para por agora, o maior já secou e deve estar bom para quando eu me for embora.

-Então e agora? Queres ir ver um filme?

Assenti e deixei o soutien pendurado no chuveiro. Segui o Rúben para fora da casa de banho e este deita-se na cama.

-Não tens uma televisão na sala?

-Tenho, mas aqui estamos mais confortáveis. ..

-Então vou só buscar o meu telemóvel.

-Já o trouxe.

Olhei para a mesa de cabeceira e lá estava ele. Sentei-me ao seu lado na cama e começámos a ver um filme qualquer.

A meio do filme, começo a sentir os meus olhos pesados. Encosto a cabeça ao ombro do Rúben e ele logo me abraça, acabando por ficar contra o seu peito. Ele dá-me um beijo na cabeça e aperta-me ligeiramente. Sinto as nossas respirações a sincronizarem, o que ainda me dá mais sono. 10 minutos depois estou apagada.

Acordo com a cabeça deitava em algo duro, duro mas agradável ao mesmo tempo. Abro os olhos e reparo que estou deitada em cima do tronco do Rúben, que ainda dormia pacificamente. Levanto-me e pego no telemóvel para ver as horas e quase que me dá uma coisinha má.

-Rúben, acorda - chamo, abanando-o.

Depois de algumas tentativas ele acaba mesmo por acordar.

-Bom dia para ti também.

Salto da cama e vou até à casa de banho lavar a cara e vestir o soutien.

-Estou atrasada. Eu entro daqui a meia hora, por favor leva-me lá.

Ele deve ter visto a minha cara de pânico, porque logo se levanta e começa a trocar de roupa ali à minha frente, não que eu não tenha gostado...

-Merda, a minha roupa ainda está molhada.

-Podes ir com essa, depois dás-ma.

Fiquei a ponderar as hipóteses. Eu nunca conseguiria ir a casa trocar de roupa e chegar a tempo ao trabalho. Assenti, peguei no meu telemóvel e saí do quarto.

O Rúben veio logo atrás de mim e deu-me uma maçã, tirando também outra para ele. Peguei na minha mala e fomos para a garagem .

Cheguei ao trabalho e ainda faltavam 5 minutos para as 8h, graças a Deus que não tínhamos apanhado trânsito.

-Obrigada Rúben! - dei-lhe um beijo na cara e saí do carro a correr.

Entrei no edifício e já lá se encontrava quase toda a gente. Vesti a minha bata, como se nada se passasse e peguei nas requisições para o dia de hoje e dirijo-me para a minha bancada.

-Foi boa a noite? - perguntou-me a Matilde, aproximando-se de mim.

-Porque perguntas isso?

-Primeiro, porque entraste a correr. Segundo, tens roupa de homem vestida.

Começo a corar e olho em redor para ver se alguém estava a olhar para nós.

-Não é nada disso que estás a pensar! Eu fui até casa dele e ele atirou-me à piscina. Depois acabei por vestir a roupa dele e adormeci lá. Não me julgues.

-Eu não estou - disse ela a ir - Só quero que tu tenhas cuidado.

-Eu tenho. Obrigada!

Ela sorriu-me e foi para a área de trabalho dela. Sorri também com a sua preocupação para comigo, visto que só me conhecia à uma semana. Suspiro e começo a trabalhar.

*Rúben

Chego ao Seixal antes da hora suposta, não só pelo facto de ter acordado mais cedo por causa da Alexandra, mas também porque queria falar com o Raúl a sós e sabia que ele vinha sempre mais cedo.

Fui para a cantina e comecei a tomar o pequeno almoço. Pouco depois oiço uma cadeira a arrastar ao meu lado e reparo que é o Raúl.

-Bom dia! Por aqui tão cedo?

-Bom dia. Sim, hoje madruguei.

-Há algum problema?

-Não, mas eu queria perguntar-te uma coisa...

-Se eu souber responder.

-Porque é que tu me convidaste no outro dia para ir jantar a tua casa e não convidaste o Grimaldo? Vocês dão-se melhor que nós os dois.

Ele baixou os olhos para o prato, pousou o garfo com que comia e suspirou.

-A verdade é que foi ideia da Daniela. Eu contei-lhe como ficaste depois da Susana e acho que ela ficou ressentida por ter sido ela a contar-te. Quando conhecemos a Alexandra, a Daniela achou que ela era uma boa rapariga para seguires em frente e achou que vocês iriam ficar bem juntos. Eu disse-lhe para não se meter, mas ela não me deu ouvidos.

Fiquei durante alguns segundos a assimilar a informação.

-Isso continua sem explicar o porquê de não o teres convidado. Se o tivesses feito não seria tão óbvio que nos queriam juntar.

-Pois, mas tu conheces o Alex. Ele é um parte corações. Eu não podia deixar que ele se atirasse sequer à Alexandra.

-Tens razão. Então parece-me que tenho que agradecer à Daniela, porque estou a começar a gostar da Alexandra.

-Eu sei puto, toda a gente sabe!

Começámos a rir e pouco a pouco foram chegando os nossos amigos e colegas de trabalho.

No final do treino, fui para casa e deitei-me em cima da cama. Estes primeiros treinos dão sempre cabo de mim. Pego no telemóvel e decido mandar uma mensagem à Alexandra, por isso peço ao Raúl o número dela, visto que ainda não lho tinha pedido a ela. Dois minutos depois estou a mandar-lhe uma mensagem.

#Olá my lady! O que pretendes fazer esta noite?

Segundos depois obtenho a minha resposta.

#Rúben?

#Sim

#Vou jantar com uma amiga. Deixa-me adivinhar, foi o Raúl que te deu o meu número.

#Afirmativo. Diverte-te com a tua amiga.

#Eu irei!

Pousei o telemóvel na mesa de cabeceira. Acabo por me levantar e decido ir fazer o jantar.

Não voltei a falar com a falar com a Alexandra durante o resto da semana, tirando a altura em que lhe disse que tinha a roupa dela lavada e ela disse para eu a guardar para a próxima vez que fosse a minha casa. Acho que é um bom presságio.

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Espero que tenham gostado!

Mónica

Um Novo Amanhã Where stories live. Discover now