Capítulo 17

1.1K 34 0
                                    

*Rúben

Tocamos à campainha e rapidamente a porta é aberta pelo meu pai que me abraça.

-Pai, esta é a Alexandra, a minha namorada.

-Muito prazer - diz a Alexandra, esticando a mão para cumpimentar o meu pai, mas ele logo a puxa para um abraço.

-Entrem! A tua mãe está na cozinha a acabar o jantar e o teu irmão ainda não chegou.

Dou a mão à Alexandra e entramos dentro de casa. Está tudo como da última vez. Fomos até à cozinha e dou outro abraço à minha mãe, dando-lhe o ramo de flores.

-Obrigada filho! Estás tão magro! Tens comido bem?

-Tenho mãe. Quero apresentar-te a minha namorada, a Alexandra.

Como da outra vez, a Alexandra estica a mão mas, desta vez, não há resposta.

-Então és tu que tens ocupado a mente  do meu filho.

Sinto a Alexandra a congelar ao meu lado e tento não rir. Ela queria dizer alguma coisa, mas as palavras não saíam. A minha mãe começou a sorrir e puxou-a para um abraço.

-Eu estava a brincar contigo! Estou tão  contente pelo Rúben ter arranjado uma rapariga decente - elas desfazem o abraço, mas a minha mãe continua com as mãos dadas à Alexandra - Eu nunca gostei muito da outra, quando ela veio aqui...

-Mãe - disse interrompendo-a -  Não vamos falar sobre ela.

-Okay filho! - ela largou as mãos da Alexandra e reparei que ela estava muito mais relaxada agora - Vai lhe mostrar a casa enquanto eu acabo o jantar.

-A Dona Bernardete quer que eu a ajude?

-Não querida, só falta temperar a salada.

Agarrei a mão da minha namorada e comecei a fazer um tour pela casa.

-E este é o meu quarto.

Entramos e reparo que nem aqui as coisas tinham mudado de lugar. Sento-me na cama e a Alexandra começa a ver as fotografias que eu tinha espalhadas pelo cómodo. Rimo-nos de algumas até ela encontrar uma que eu não queria.

-Quem é esta?

Suspirei e fui ter com ela. Peguei na fotografia e fiquei a olhar para ela.

-É a Susana. Tirámos esta foto na primeira vez que saímos juntos. Na altura ela ainda gostava de mim.

Pouso a fotografia e rapidamente os braços da Alexandra foram parar ao meu pescoço. Coloco os meus à volta da sua cintura e fico a olhar para ela.

-Desculpa ter perguntado, eu sei que tu gostavas muito dela.

-Gostava, mas agora gosto muito de ti.

Beijámo-nos e as minhas mãos começaram a percorrer o corpo dela, acabando no seu rabo, onde dei um pequeno apertão, recebendo uma mordidela no lábio como resposta.

A minha mãe chamou por nós e afastámo-nos ofegantes.

-Eu podia saltar o jantar e ficar contigo - digo voltando a agarrá-la.

-Acho que a tua mãe não ia gostar muito.

Ela afasta-se de mim e abre a porta do quarto, começando a sair. Vou atrás dela e vejo ao fundo das escadas o Ivan e vou a correr ter com ele. Abraçamo-nos e, como é óbvio, ele começa a gozar comigo.

-Então maninho! Estás mais gordo! Não te andas a exercitar o suficiente com a moça?

Rimo-nos e afastei-me para lhe apresentar a Alexandra.

-Não me tinhas dito que ela era tão bonita - diz para mim, virando-se de seguida para ela - Se ele não souber aproveitar, podes sempre vir ter comigo!

Ela riu-se e disse:

-Eu acho que ele vai saber aproveitar!

Ela abraça-me e dá-me um beijo. A minha mãe volta a chamar e vamos todos para a sala de jantar.

Foi um jantar super animado, com o Ivan a mandar as típicas bocas de irmão mais velho, o meu pai a dizer o quão imaturo eu era em criança e a minha mãe a contar histórias embaraçosas de quando eu era pequeno.

-Devias ter visto o quanto ele chorou quando ele trouxe aquela bola para casa! - disse a minha mãe.

Ela estava a referir-se a uma bola que eu tinha guardado da primeira vez que tinha sido apanha-bolas.

-Sem dúvida foi algo memorável... - comentou a meu irmão a rir-se.

-Onde é que está essa bola? - perguntou a Alexandra olhando para mim.

-Está no meu quarto dentro do guarda-fatos. Eu tinha o medo que alguém ma tirasse, por isso encondi-a, mas acho que hoje a vou levar para casa!

Rimo-nos e quando acabámos de jantar, as mulheres foram para a cozinha conversar e eu fiquei com o meu pai e irmão e fomos para a sala de estar.

-A Alexandra é boa rapariga, toma bem conta dela - comenta o meu pai.

-Eu sei pai. Vou fazer tudo ao meu alcance para que a nossa relação resulte.

-Espero que sim, porque deu para perceber na semana passada que vocês não estavam bem.

-Porque é que o pai diz isso?

-Porque eu não reconheci o meu filho a jogar.

Assenti com a cabeça e falámos sobre outros assuntos que não a minha relação com a Alexandra. Meia hora depois, levanto-me do sofá e vou à cozinha. Entro e dou de caras com a minha mãe e a Alexandra a rirem-se às gargalhadas. Perguntei o que se tinha passado mas nenhuma delas me respondeu. Regressámos os três à sala de estar e ficámos a tomar café e a ver televisão.

-Já são 11h, queres ir para casa?- pergunto à Alexandra.

-Sim, por favor. Amanhã vou fazer recolhas de sangue e tenho que dormir bem.

Fui buscar a bola, despedimo-nos dos meus pais e irmão e fomos para o carro.

-Gostei muito de conhecer a tua família. Foram todos muito simpáticos!

-Ainda bem que gostaste! Agora podes contar-me o que se passou naquela cozinha?

-Apenas assuntos de mulheres, nada que te possa interessar.

Não fiquei satisfeito com a resposta mas sabia que hoje não iria conseguir descobrir nada. Conduzi até casa da Alexandra e 20 minutos depois chegámos.

-Eu convidava-te a entrar, mas eu sei que tu depois não irias sair e eu preciso mesmo de dormir - diz-me ela e consigo perceber o quanto lhe estava a custar.

-Não problema, my lady, eu amanhã também quero ir mais cedo para o Seixal.

Ela puxa pelo meu pescoço e beija-me como se não o fizesse à uma semana. Quando nos separámos ofegantes, perguntei-lhe :

- Para que é que foi isso?

-Porque eu quis!

Ela ri-se, dá-me um bate-chapas e sai do carro. Fico a vê-la entrar no prédio e depois arranco para minha casa.

____

Espero que tenham gostado!

Mónica

Um Novo Amanhã Where stories live. Discover now