Capítulo 31

1K 36 0
                                    

*Rúben

Eram 18h e a Alexandra ainda não tinha chegado do trabalho, o que é estranho porque ontem quando foi fazer as recolhas de sangue ao Seixal chegou bastante cedo a casa. É impossível ela estar a demorar tanto tempo por causa da Academia do Sporting. Quando peguei no telemóvel para lhe mandar uma mensagem, ouvi a porta da entrada abrir e olhei para lá, vendo a Alexandra a entrar

-Olá mor! - disse-me ela.

-Olá! Demoraste tanto tempo a chegar a casa.

Ela senta-se ao meu lado no sofá e dá-me um rápido beijo na boca.

-Eu sei, mas uns jogadores do Sporting convidaram a mim e à Matilde para irmos tomar café e nós fomos.

Fiquei a olhar para ela de boca aberta. Eu não acredito que ela tenha sido capaz. Depois ela começou a rir às gargalhadas.

-Eu não acredito que acreditaste! Achas mesmo que eu iria?!

-Eu sei lá! Tu estavas a falar com tanta convicção! Por momentos deixaste-me preocupado...

-Desculpa...

Ela parou de rir e beijou-me, era impossível ficar chateado com ela quando ela fazia isto.

-Mas agora a sério, está tudo bem no trabalho?

-Está, eu e a Matilde é que fomos fazer umas compras de Natal.

Ela levantou-se toda animada e foi buscar os sacos nos quais eu ainda não tinha reparado.

-Como não sabia se tinhas, comprei umas luzes para colocarmos na casa, comprei umas velas e algumas decorações! Não comprei foi uma árvore....

Ela continuou a falar sobre o que comprara e eu apenas me conseguia concentrar nos seus olhos. Parecia que estavam mais abertos do que o normal e transmitiam um fascínio pelo aquilo que ela falava.

-E depois eu disse-lhe que os porcos voavam.

-Claro - respondi sem realmente ouvir o que ela tinha dito.

-Tu não ouviste nada do que eu disse, pois não?

-Claro que ouvi!

-A sério? E não tens nada a dizer sobre os porcos voarem?

-Desculpa, fiquei perdido nos teus olhos.

Ela começou a corar adoravelmente e deu-me um beijo na bochecha.

-Porcos a voar?

-Era para ver se estavas atento.

Ela riu-se e levantou-se do sofá, caminhando em direção ao quarto.

-O que me dizes de irmos comprar a árvore agora?

Ela pára de caminhar e olha para mim com um sorriso. Levanto-me do sofá e pego no casaco e no telemóvel e abro-lhe a porta da casa. Ela quase que vem a correr de tão contente.

Depois de passarmos quase 3 horas à procura de uma árvore e das respectivas decorações é que fomos jantar.

-Tu gostas muito do Natal, não gostas?

Ela olha para mim como se isso fosse óbvio.

-Adoro a forma como as pessoas se tornam mais amáveis e mais caridosas. Adoro as decorações de Natal, as luzes, o frio típico da Noite de Natal... Eu sei que pareço estranha, mas pronto.

-Não pareces nada estranha, pareces apaixonada... - agarrei-lhe a mão e ela sorriu envergonhada.

Acabámos de jantar, paguei a conta e fomos para o carro.

-Para onde é que estamos a ir? - perguntou-me a Alexandra, apercebendo-se que não estávamos a fazer o caminho de volta a casa.

-Já vais ver...

Continuei a dirigir até ao centro da cidade de Lisboa e senti a Alexandra inquieta ao meu lado. Coloquei a mão direita sob a sua perna e apertei levemente.

Ela só acalmou verdadeiramente quando começou a ver as decorações de Natal. Cresceu um sorriso na sua cara e ela parecia uma autêntica criança, foi impossível não achar a situação engraçada. Estacionei o carro e tirei o cinto de segurança.

-O que estás a fazer?

-Não queres ir tirar umas fotos?

Sorri-lhe e saí do carro, sendo logo seguida pela Alexandra. Agasalhámo-nos , demos as mãos e passámos a meia hora seguinte a vaguear pelas ruas, parando ocasionalmente para tirar fotos.

-Apaixonei-me por uma criança viciada em luzes - comentei a certa altura.

-Não gozes, todos nós temos que deixar a criança em nós vir ao de cima de vez enquando!

Beijei-a e ela sorriu contra os meus lábios.

-Eu amo-te - disse-me ela.

-Eu também te amo.

Voltámos a beijarmo-nos e voltámos para o carro. Meia hora depois estávamos já em casa com as compras espalhadas no meio da sala.

-Amanhã tratamos disto? - perguntei.

-Sim, agora vamos dormir que eu estou muito cansada.

Vestimos o pijama e deitámos-nos na cama. Fiquei deitado de barriga para cima e a Alexandra deitou-se de lado, colocando uma mão sobre o meu peito e eu um braço à volta do seu tronco.

-Obrigada... - murmurou ela instantes antes de adormecer.

Afaguei-lhe o cabelo, beijei-lhe a testa e acabei também por adormecer com um sorriso no rosto.

______

Espero que tenham gostado!

Mónica

Um Novo Amanhã Where stories live. Discover now