Running

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Caitriona estava pálida em meus braços, os olhos estavam fundos e ela não disse nada. Passei meus braços atrás de suas costas e joelhos e a ergui do chão a levando para cama. Os olhos verdes de Callie estavam arregalados, parada no canto. Dei as costas pra Balfe andando até a menina assustada no canto do quarto e me abaixei até ela. Toquei sei pequeno ombro e tentei sorrir. 

-Sua mãe está bem. - Olhei de volta pra cama e Caitriona ainda continuava em silêncio, quieta.

-Desde quando uma pessoa que desmaiou está bem? - Sua voz era sussurrada e sábia, dei risada concordando.

-Você tem que aprender a não contar mentirar à ela. - A voz veio da direção da cama  e bufei olhando de volta pra Callie. 

-Viu... eu disse; ela está bem. - Callie soltou um risinho e correu em direção da mãe se jogando em cima dela, achei que ela apenas iria abraçar a mãe, mas ficou ali deitada com Caitriona, e logo me senti um estranho. Como se fosse errado eu estar ali. Ouvi as duas conversando entre si, e então Callie passou por mim indo em direção a pequena sala que tinha na entrada do quarto e o som vindo de televisão encheu o ambiente. 

Coloquei minha mão dentro do bolso da bermuda e continuei a encarar a mulher a minha frente, ela se sentou e então levou as mãos até a têmpora voltando a me olhar.

-Você está bem? - Era obvio que não, e eu jurei a mim mesmo tentar não me importar, tentar não pensar nela, jurei gritar todas as verdades que estavam presa em minha garganta, mas nada saiu. -Vomitou não foi? 

-Você sabe que acontece quando eu fico muito nervosa...e sem comer. - Assenti e continuei onde estava. Caitriona estava horrível, pálida, seus olhos vermelhos por conta das lagrimas e as enormes bolsas em baixo dos olhos azuis claro estavam escuras. Ela não estavam bem, e mais uma vez nós mesmos eramos os culpados disso.

Me sentei na beirada da cama de costas para ela e encarei minhas mãos, encarei o chão e parei o olhar em meus sapatos. Queria fazer parar de doer, não queria continuar sentindo a dor de algo impossível de recuperar: o tempo. Quando virei para trás me assustei. Caitriona estavam com a mão na testa e escorria uma tira de sangue. Deixando um enorme contraste contra sua pele de porcelana.

-Mas o que...? - Me levantei indo até o banheiro e peguei a toalha de rosto molhando e voltei correndo para o quarto. 

-Acho que cortei na hora em que cai, só estava doendo, mas começou a sangrar agora... 

-Você tem um corte pequeno, mas vou precisar colocar um curativo. - Murmurei colocando o pano úmido na sua têmpora e segurei.

-Tem gazes e esparadrapo na bolsa da Callie, junto com antissepsia. 

-Ela se machuca muito? 

-Um pouco desastrada as vezes.  - Caminhei até a pequena mochila de joaninha e abri a lateral como Caitriona havia me falado. Peguei as coisas enquanto ela se sentava na beirada da cama. Ela não me olhava no rosto, seu olhar estava longe enquanto encarava o chão. Parei na frente dela e levei minha mão até queijo levantando sua cabeça. 

-Um dia você vai me perdoar será? - A voz rouca me cortava por dentro e não quis responder. Talvez pelo fato de que eu não tinha o que perdoar. Eu tinha ódio de mim mesmo, e falar que eu também a odiava era mais fácil do que tentar entender tudo e dizer que eu ainda a amava, mesmo depois de tudo. Era mais fácil dizer uma mentira do que dizer a verdade em alguns momentos, e eu me sentia um fraco por isso. 

Eu estava terminando de colar o esparadrapo nela quando ouvimos Callie dizer "Papai" em alto e nítido som. Virei minha cabeça e a imagem de Christian surgiu na porta do quarto,

Estilhaços do DestinoWhere stories live. Discover now