Verdades

895 35 17
                                    


  Caitriona estava no corredor discutindo com Christian em alto e bom som. Realmente tínhamos a confirmação de que Callie havia sumido quando não a encontramos em nenhum lugar escondida no quarto. Voltei para o corredor tentando pensar em algum lugar que ela poderia ter ido suspirei frustrado. Eu não a conhecia, não sabia do que ela gostava e isso se tornou uma tarefa difícil, frustante. .

-Vocês brigarem agora não vai adiantar em nada! – Falei mais alto que ambos e eles calaram a boca me olhando. –Tem algum lugar que ela poderia ir? – Me virei pra Caitriona tentando pensar em algo.

-Tirando o fato que estamos em outro País que ela não conhece nada, ah sim claro, há vários lugares em que ela escolheria ir! – Eu queria voar mais uma vez no pescoço de Christian, mas dessa vez me controlei.

-Ele tem razão. Podemos estar em outro País, mas ainda existem parques e bibliotecas ou até mesmo cinema! – Caitriona olhou feio para ele. –Não sei, ela pode ter simplesmente saído do hotel. E Deus! Ela nem mesmo fala bem espanhol!

-Vá até a recepção avisar a segurança que tem uma criança desaparecida! Peça pra ver as filmagens de segurança! – Ele assentiu e foi pedir o elevador. –Vamos nos separar e procura-la enquanto isso. – Ela assentiu pegando o celular e discando. O celular de Callie começou a tocar e o achamos em cima do sofá.

Não esperei Caitriona dizer nada, peguei o elevador e desci até a piscina, talvez ela tenha ido apenas nadar, crianças tem mania de sair sem avisar os Pais normalmente. Quando cheguei no deck a ideia dela não saber nadar me assustou, mas logo essa sensação desapareceu quando cheguei a grande piscina e não encontrei ninguém na mesma. Já era muito tarde e provavelmente a maioria dos hospedes deveriam estar dormindo. Olhei em volta tentando pensar em algum lugar que ela poderia ter ido, de noite. Ela não ia sair do hotel, isso eu acreditava.

-Vamos Callie, onde você está?! – Murmurei olhando em volta e então uma ideia se passou pela minha cabeça. Voltei no andar do nossos quartos e olhei a escadaria de emergência. Ela ia subir ou descer?

Abri então à porta que dava acesso a escadaria e decidi subir, se ela pretendia ficar sozinha, descer não era uma opção. Subi três lances de escada e senti meu corpo reclamar. Eu estava preocupado, se ela estava mesmo andando sozinha pelo hotel, na madrugada era perigoso. Não sabiamos que tipo de hospedes estavam vagando por esses corredores. Meu coração falhou quando a vi. Calli estava sentada em um dos degraus, seus braços compridos estavam em volta das pernas e sua cabeça estava apoiada nos joelhos.

-Sua mãe esta preocupada com você. – Peguei meu celular digitando rapidamente para Caitriona avisando que Callie estava comigo e não peguei o celular de volta quando o senti vibrar em resposta. –Oi. – tentei mais uma vez e então sua cabeça se levantou.

Segurei a risada, mas ela ficava igualzinha à mãe quando chorava. Os grandes olhos claros ficavam ainda mais claros, a pele de porcelana ficava vermelha e então o lábio inferior tremia quase imperceptível.

-Sou eu. Sam. – Me sentei ao lado dela sorrindo enquanto ela limpava os pequenos olhos verdes. Se fossem azuis eu iria jurar que Caitriona aos dez anos estava ao meu lado.

-Oi Sam. – Sua voz saiu murmurada. Suspirei tentando pensar em como se conversava com uma criança que estava chorando. – Está doendo? – Ela apontou para o meu nariz. – Eu vi vocês se socando sabe, não foi certo.

-Ainda bem que você sabe, as vezes não pensamos muito bem e fazemos coisas erradas. Está doendo um pouco sim, mas quem sabe eu aprendo. – Toquei meu nariz me perguntando se ele estava roxo e se eu devia me preocupar em procurar um médico.

Estilhaços do DestinoWhere stories live. Discover now