Capítulo 1

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O despertador tocara umas 5 vezes naquela manhã, mas eu estava decidida a o ignorar. Bufo irritada ao sentir a luz do sol me foçar a me acordar. Eu havia esquecido a janela aberta na noite passada. O que era definitivamente algo que ocorria com frequência. Sento na cama ainda confusa e me levanto rapidamente ao olhar relógio e constatar o que eu já imaginava.

Fecho os olhos desejando que tudo aquilo fosse apenas um pesadelo. Eu estava extremamente atrasada para o trabalho. Nina, a gerente, era uma ótima pessoa, mas ela já havia aguentado muitos de meus atrasos. Eu sabia que o meu estava na reta, e eu precisava mesmo do trabalho.

Quando mais nova, meus planos envolviam um estágio em uma grande empresa, e um bom apartamento. Mas o universo sempre agiu por si só. A realidade sempre fora diferente do que nós almejamos, eu só não esperava que se distinguisse dessa maneira.

Eu trabalhava em uma cafeteria e morava em um apartamento minúsculo na pior parte da cidade. Eu me enfurnara naquela cidade e me tornara apenas mais uma  suburbana, e me separara de todos os meus amigos de escola. Eu não os culpava, eles estavam vivendo suas próprias vidas. Eu estava sozinha.
E estava começando a ter alergia ao universo.

Corro rápido pelo apartamento tentando encontrar o meu típico tênis  de trabalho. Ando apressada em direção ao banheiro , escovando o dente o mais rápido que posso. Olho para o relógio em meu pulso e sinto meu estômago embrulhar ao perceber que eu estava extremamente atrasada, e com os dentes mal escovados. O dia seria extremamente longo e, ao julgar por como começou, estressante.



Ando apressadamente pela rua sem ao menos soltar o ar que eu guardara dês do momento que acordei.

-Me desculpa– grito ao esbarrar em uma mulher de terno e derrubar alguns de seus papéis. Posso ouvi-la gritar um palavrão enquanto corro em direção a cafeteria.

Contudo, eu não tinha tempo para ajudá-la. Suspiro aliviada ao avistar a cafeteria, e ando mais apressada sentindo minhas pernas doerem.

-Qual a desculpa dessa vez?– Nina pergunta assim que entro na cafeteria. Posso observar suas sobrancelhas arqueadas e encolho os ombros–Antes de responder, lembre-se que você já usou a desculpa do problema familiar 4 vezes essa semana, e hoje é terça-feira.
Abaixo a cabeça e fecho os olhos cansada. Eu já havia usado todas as desculpas possíveis.

-Você não acreditaria se eu contasse– murmuro jogando minha cabeça para trás e Nina arqueia as sobrancelhas– Eu passei a noite toda acordada e depois apaguei até quase agora. E aí o elevador estava quebrado e eu juro que eu preciso voltar pra academia, porque aquela escada acabou comigo. Depois eu esbarrei em uma senhora que, por acaso, compra café aqui. O dia só não começou bem, me desculpa.

Nina me encara por alguns segundos antes de gargalhar e eu a posso sentir meus ombros relaxarem.

-Você é como um furacão.– ela diz divertida e eu fecho os olhos assentindo.

Essa palavra sempre me definira bem.

-Eu sei– choramingo jogando minha cabeça pra trás e estalando meu pescoço–Eu acho que é algum tipo de karma, eu nem ao menos escovei os dentes direito.

-Da para perceber– Nina diz divertida e eu arregalo os olhos assustada enquanto verifico.

-Eu estou brincando.

-Ridícula– murmuro revirando os olhos–Então, como foi sua noite ontem?

-Você sabe...O de sempre–ela diz olhando nervosamente para as unhas e eu franzo as sobrancelhas.

-Você transou com algum ex seu?–Pergunto divertida e ela nega prontamente– Transou com algum ex meu?

Nina arregala os olhos e eu sinto meu humor se dissipar em questão de segundos.

-Sobre isso– ela diz coçando a nuca e eu a encaro– Você olhou a internet ontem?

-Não– murmuro confusa e sinto os olhos de Nina pesarem sobre mim– O que foi?

-Acho que você deveria ler isso– minha chefe diz retirando uma revista de dentro do balcão e eu franzo o senho.

Pego a revista e posso sentir meu estômago embrulhar com a machete.

-Estava em todas as revistas da banca– Nina murmura e eu assinto desconfortável enquanto mantenho meus olhos foçados na manchete estampada na revista.

Abro a resposta e folheio em busca da matéria. Sinto minhas mãos trêmulas, e me pergunto como essa revista ainda não havia caído no chão.

The Penetrators volta a sua terra natal após escândalo em Londres.

A banda formada por William, Christoffer, Adam e Julian volta a cidade natal para um show beneficente após o incidente em Londres.
Para você que não estava vivendo nesse mundo nas últimas semanas, Christoffer Schistad se meteu se meteu em uma briga em um dos bares mais famosos da Inglaterra. Fontes alegam que o mesmo encontrava-se sobre forte influência do álcool. O homem agredido ainda encontra-se hospitalizado. Contudo, a assessoria da banda anunciou que o guitarrista sente muito por todo ocorrido, e que oferecera toda a ajuda necessária para a família da vítima.

Sinto minha vista embaçar e minha pressão cair. Meu coração acelera de uma forma nunca antes conhecida por mim. Sento em uma cadeira próxima do balcão tentando fazer o ar entrar em meus pulmões. Eu era nova demais para passar por um ataque cardíaco.

-Eva– Nina diz se aproximando de mim o mais rápido o possível– Você quer um pouco de água com açúcar? Você está mais branca que o normal.

Nego trêmula e Nina mantém seu olhar preocupado. Mas eu sabia que era mais que isso.

Ela estava com pena de mim. 

Ele estava voltando. Eu passara anos me adaptando a uma vida sem ele. Todos os meus maiores medos não se equiparavam ao meu sentimento atual.
Eu estava apavorada.
E completamente frágil.
Não dava para ser diferente.
Ele sempre teria esse efeito sobre mim.

Nota da autora
Oi gente, como vocês estão? Eu sempre gostei de fic nesse estilo e então pensei "why not?". Me digam se devo continuar, eu não consegui botar da forma que queria pq nem ao menos eu sei o que queria não é mesmo?
Comentem, votem e sejam legais.
See you soon

Colisão(ChrisxEva)Where stories live. Discover now