Capítulo 6

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- Eu não acho que seja uma boa ideia – eu murmuro mal humorado e minha namorada revira os olhos me ignorando.

Nós estávamos na sala do meu novo apartamento. Cercados de caixas e móveis cobertos por lençóis.

- Não seja tão chato. – ela diz alegre e eu arqueio as sobrancelhas observando-a pôr jornais por todo o chão – Você sabe que nós não vamos nos ver com tanta frequência, então eu acho que nós realmente deveríamos criar memórias.

Bufo irritado sabendo exatamente o que ela estava fazendo. . Nós havíamos estabelecido que ela viria para New York apenas quando acabasse a escola. O que significava menos tempo juntos por um bom tempo. Ela estava usando toda essa merda emocional para me chantagear.

- Você pode me explicar como que isso se implica em toda essa coisa de "criar memórias"? – minha voz sai levemente afinada e ela me lança um olhar ameaçador e eu encolho os ombros. Ela desvia o olhar para as duas latas de tinta a sua frente e e grunho sabendo que ela não mudaria de ideia.

- Para de reclamar uma vez na vida. – ela diz andando pela sala e pegando alguns pincéis que estavam jogados dentro de uma das caixas.

- Você sabe... Agora que eu tenho um contrato com uma gravadora, eu poderia pagar alguém para fazer isso. – sussurro sugestivamente e ela joga um dos pincéis em minha direção – Eva, eu nunca pintei uma parede em toda a minha vida. Definitivamente não é uma das suas melhores ideias.

- Isso é porque você é um mimado. – minha namorada diz divertida e eu a encaro ofendido – E a ideia é maravilhosa. Tenha um pouco de fé em mim.

Jogo minha cabeça para trás cansado, e tento evitar o claro olhar de suborno presente no rosto de Eva. Ela me conhecia bem o suficiente para saber que a briga já estava ganha.

Como sempre.

- Cadê a tinta? – grunho me dando por vencido e observo-a dar um pulo comemorando a vitória.


30 minutos depois, nós dois estávamos sentados no chão, cansados demais para fazer qualquer coisa além de beber o líquido em nossas mãos.

- Eu te disse que não tinha um bom pressentimento sobre isso. – digo divertido encarando nossa obra de arte enquanto tento desgrudar alguns dos jornais que haviam colado em minha roupa com toda aquela tinta – Essa merda está horrível, Eva.

Ela revira os olhos enquanto descansa seu corpo no chão e eu suspiro quando ela apoia sua cabeça em meu colo.

- Nós realmente não somos bons nisso, não é? – ela diz fechando os olhos e eu rio divertido enquanto passo um de meus dedos pelo seu senho cansado.

- Nós definitivamente não somos. – murmuro bocejando

Nós poderíamos ser os piores pintores de todo o mundo, mas ela estava certa.

Nós tínhamos algo a lembrar.




- Então você encheu a cara? – a voz alterada de Noora preenche meu ouvido e eu distancio o telefone do mesmo.

Eu poderia agradecer à distância por não levar esse sermão pessoalmente. Pela primeira vez na vida, todas as decisões que eu tomara para chegar no momento atual, haviam me trago algum benefício.

O benefício de não morrer pelas mãos de Noora.

Pelo menos não dessa vez.

Eu sabia que William não resistiria em contar toda merda ocorrida pra a sua namorada. Assim como os tablóides me denunciaram milhares e milhares de vezes.

- Sim – grunho pondo as mãos nos olhos amaldiçoando toda a claridade advinda do dia.

- E o que aconteceu com toda a coisa de ser responsável? – ela berra novamente e eu prendo a respiração – "Noora, eu prometo. Você não precisa se preocupar"

- Minha voz não é assim. – digo baixo e ela grunhe irritada.

- Eu quero saber o que aconteceu com o " Noora, eu não vou perder o controle" – ela imita minha voz da forma mais estranha o possível e eu me pergunto se alguém poderia ser mais irritante.

- Me desculpa. – sussurro e, mesmo sem vê-la, eu sei que ela está revirando os olhos – Eu perdi o controle de tudo.

- Claro que perdeu. – ela diz debochadamente e eu juro que posso matar William a qualquer momento – Merda, Chris. O que eu faço com você ?

- Você me desculpa e me deixa descansar? – digo calmamente e Noora ri sem acreditar – Eu sei que eu tomo algumas atitudes...

- Babacas? Insensíveis? Sem noção? – ela completa e eu encaro o telefone completamente ofendido.

- Precipitadas. – murmuro e ela ri – Noora, eu sei que você está preocupada. E eu sinto muito por isso ser minha culpa. Mas honestamente, você esperava que eu agisse diferente?

O silêncio permanece por alguns segundos e eu posso ouvir Noora suspirar cansada.

- Não. – ela diz baixo – Você teve alguma noticia dela?

O riso mórbido escapa da minha garganta e eu sinto minha cabeça doer, assim como todo o meu corpo.

- Não. – digo estalando meu pescoço – Mas eu tenho esse pressentimento miserável de que toda essa merda está correndo em minha direção e eu simplesmente continuo paralisado.

Noora ri nasalado e eu fecho os olhos cansado sabendo exatamente sua opinião sobre toda essa porcaria que eu estava enfiado.

- Bem... Você fez a cama, agora deite-se nela.

Colisão(ChrisxEva)Where stories live. Discover now