Tree Hill sempre fora considerada uma cidade pequena. Contudo, 7 mil pessoas encheram a casa de shows após 30 minutos da entrada ser liberada.
Homens e mulheres corriam e gritavam, enquanto sacudiam cartazes e algumas peças íntimas. Eles já estavam acostumados com isso. Toda aquela atenção advinda de estranhos que por alguma razão desconhecida atiravam sutiãs, calcinhas e cuecas no palco.
Apenas mais um dia normal na vida de um Penetrator.
Julian balbuciava algo enquanto tocava alguns acordes em sua guitarra. William fazia gargarejo com algum tipo de líquido verde enquanto Adam arrumava o cabelo. Mesmo depois de trocentos shows, o nervosismo ainda estava presente. A ansiedade pré show ainda era a mesma.
- Alan deu algum sinal de vida? – murmuro dando um gole em minha cerveja e Julian ri nasalado.
- Não. – ele diz sem tirar seus olhos da guitarra em sua mão – Ele tomou um chá de sumiço depois daquele seu showzinho em Londres.
- Isso já é notícia velha. – digo entediado – As pessoas precisam parar de viver no passado.
William engasga com o líquido em sua boca e Adam gargalha.
- O cara só teve alta há dois dias atrás. – William diz e eu arqueio minhas sobrancelhas.
- Como eu disse... Passado. – digo erguendo a cerveja em minha mão – Eu já me desculpei, e paguei por todas as despesas. O que mais eu deveria fazer porra?
- Eu não sei, Christoffer. – Julian diz debochadamente e eu faço uma careta – Talvez parar de bater em paparazzis? Ou quem sabe evitar de sair em revistas pagando prostitutas, dirigindo bêbado e usando drogas?
- Não esquece da vez que ele acordou em um parque só de cueca. – Adam diz rindo e eu bufo – Foi apavorante ver minha irmã usar uma daquelas fotos como papel de parede.
- Isso tudo faz parte do meu charme. – digo me levantando e William gargalha – Toda banda precisa de um cara que não presta...
- Infelizmente nessa banda nós temos no mínimo dois caras que não prestam. – Julian diz cansado de toda aquela merda – Faça o que quiser com esse seu "chame", Christoffer. Só não seja preso de novo.
- Eu não vou. – murmuro estalando o pescoço – Noora me mataria.
Era verdade. Na última vez em que eu fui preso, Noora falara horas no meu ouvido sobre responsabilidades, imagens e tudo aquilo sobre pessoas que se inspiram em mim por alguma razão, enquanto jogava objetos em mim.
Eu definitivamente estaria evitando toda aquela coisa de prisão.
- Eu preciso de alguma coisa mais forte que isso. – murmuro jogando minha lata de cerveja vazia no lixo e me dirigindo a porta do camarim – Não façam nada que eu não faria.
Eu posso ouvir as risadas enquanto cambaleio pelos corredores sujos do Trick Hall. Algumas pessoas sorriem e acenam em minha direção e eu tento sorrir mas falho miseravelmente. Eu consigo ouvir os gritos do público que aguardavam o show.
- Whisky. – murmuro pra mulher a minha frente e ela assente.
Observo a bartender pegar uma garrafa no balcão atrás de si, e pôr um copo na minha frente.
- Então... – ela diz passando a língua no lábio inferior e eu bufo entediado. – Muito tempo fora da cidade?
Previsível.
Todas elas faziam isso: papo furado com uma cantada subentendida.
- Algo assim. – murmuro grosseiramente apoiando meus cotovelos no mármore gelado.
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Colisão(ChrisxEva)
Fanfiction"A maior parte da nossa vida é uma série de imagens. Elas passam pela gente como cidades numa estrada, mas algumas vezes, um momento se congela, e algo acontece. E nós sabemos que esse instante é mais do que uma imagem. Sabemos que esse momento, e t...
