Anorexígenos

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Local Desconhecido. XX:XX


Lá estavam elas, mais uma vez, reunidas em volta da mesa redonda, as doze cadeiras bem distribuídas e a mesma estátua de Odin pousada bem no centro da madeira. As expressões estavam calmas e as mulheres pareciam ponderar o próximo assunto da conversa, afinal de contas, haviam muitos pontos ainda para serem configurados.

— E os exates? — Uma delas finalmente perguntou, fazendo com que dez pares de olhos caíssem em cima da mulher que aparentava ser a mais velha do grupo.

— Encontramos um deles em exames de rotina do exército chinês.

— China? Estamos falando do novo cluster então?

— Sim. O grupo anterior... Ainda não conseguimos encontrar a sobrevivente. Mas também não é nosso foco. Esse novo grupo parece estar se alinhando pouco a pouco. Temos suspeita de mais um na frança, mas nada confirmado.

— Começaremos pelo chinês, então?

— Sim. Ele será a primeira peça a ser derrubada.



Marselha, França. 14:05


Os som chegava a quase ser ensurdecedor. As luzes coloridas piscavam de maneira psicodélicas enquanto vários corpos suavam se movimentando ao som da música agitada que tomava conta de todo recinto. O Kim estava num canto mais isolado, sentado em um puff tomando o que devia ser sua sexta ou sétima dose de vodka.

Não que estivesse bebendo para esquecer problemas, longe disso, apenas aproveitava mais uma das festas dadas por uma das revistas francesas mais famosas que sempre se encarregava de chamar as maiores celebridades da França. Era por isso que estava ali. Houvera um festejo inicial cordial e até mesmo formal, como sempre era, com fotos para todos lados e entrevistas. Depois, se tornava a bagunça completa, quase como um sala de encontro pra sexos, afinal de contas, os riquinhos franceses não podiam perder a oportunidade de terem seus ídolos na cama.

Balançou o copo enquanto o gelo batia no vidro, a visão levemente nublada pelo efeito do álcool, mas nada que fosse alarmante. Ainda que um bêbado chato, Jummyeon aguentava boas doses de bebida alcoólica antes de ficar fora de si e tirar a roupa em cima da mesa. Não que ele já tenha feito isso. De forma alguma.

Soltou um bocejo e percebeu que aquela era a hora de ir embora. Na verdade, o jogador nem queria estar ali, mas precisava pela sua imagem, se obrigando aguentar até mais do que devia daquela festa. Deixou o copo sobre o centro que havia em sua frente, rumando para as escadas que daria de encontro com a pista de dança.

Andou por entre os corpos dançantes e quando já conseguia visualizar a porta metálica, sentiu dois braços envolvendo sua cintura, puxando-o para a pista de dança escura. Fora automático levar as mãos aos braços fortes, querendo se ver solto daquele aperto, mas quando o corpo foi virado, a surpresa tomou conta de seus olhos.

— MinHo? — Quase gritou na mais genuína surpresa ao ver o sorriso torto do jogador do PSG.

— Te procurei a noite inteira — Ouviu o outro dizer meio grogue contra sua audição, coisa que fez o menor ficar totalmente arrepiado.

— Você 'tá bêbado — Constatou o óbvio e o outro apenas riu, voltando a se aproximar de sua orelha.

— Tô. Porque só o álcool vai me deixar fazer isso — Ditou ainda embolado antes de simplesmente pegar o rosto do outro com as mãos levemente calejadas e beija-lhe na boca.

ExateWhere stories live. Discover now