Glicina

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Marseille, França. 13:00

— O que o médico disse? — Fora a primeira coisa que Minho perguntou assim que a chamada de vídeo conectou fazendo Suho se limitar a revirar os olhos e soltar um resmungo de insatisfação.

— Boa tarde pra você também, meu amor. Como foi seu dia? Dormiu bem? Já comeu? Não deveria estar treinando e tomando conta da sua própria vida?

Retrucou debochado arrancando uma risada da Belli sentada ao seu lado e fazendo Choi Minho bufar.

— Me responde logo! Eu fiquei preocupado, foi uma entrada muito feia que aquele filho da puta te deu.

O Kim não conseguiu conter o sorriso de aparecer em seu rosto. Ainda achava surreal o fato que estava namorando seu crush de tantos anos e achava muito fofo a súbita preocupação excessiva que o Choi tinha consigo. Sempre lhe ligando nos intervalos dos treinos de ambos, sempre mandando mensagens, sempre marcando presença em sua vida.

— Foi apenas uma luxação, besteira. Irei ficar no banco no próximo jogo, daqui há algumas semanas fica bom. É só eu não fazer esforço.

Ditou inconscientemente passando a mão na coxa que ainda exibia as marcas das travas da chuteira de seu adversário. Tinha sido uma pancada violenta, que lhe causou até mesmo uma concussão com a força que sua cabeça bateu no gramado com a queda.

— Então quer dizer se por um acaso eu aparecer na sua casa hoje, a gente não vai poder fazer um sexo gostoso?

Minho sorriu lascivo afastando um pouco a câmera do rosto e mostrando seu dorso desnudo. Suho nem tivera tempo de reparar muito no namorado com o tapa que recebera no braço e o empurrão.

— MON DIEU! EU ESTOU BEM AQUI DO LADO SEUS FILHOS DA PUTA! QUE NOJO.

— Deixa de ser invejosa Belli — Suho retrucou a empurrando de leve com o braço e voltando sua atenção para no namorado que ria divertido — Como assim aparecer na minha casa? — Perguntou ao tempo que Minho afastava a câmera de seu rosto mais uma vez, mostrando toda a extensão de um quarto muito familiar, uma cama muito parecida com a sua — Você tá na minha casa! E seu treinamento?

— Pedi dispensa, eles estavam me devendo. Então, você não respondeu a minha pergunta.

O sorriso sacana no rosto bonito do Choi fez seu baixo ventre vibrar.

— Você vai ter que ser vanilla dessa vez.

— Não se preocupe, serei mais doce que açúcar.

.....

Do banco de reservas observou a bola rolar em campo e seus companheiros de time correrem guiando a redonda em direção a pequena área adversária. Se tinha uma coisa que o Kim achava estranho era assistir um jogo de futebol em um estádio e não estar participando. Podia contar nos dedos quantas vezes ficou de molho desde que se tornara jogador do time principal com dezessete anos. Nem mesmo em sua época de categoria de base ficara no banco. Jogar futebol era a única coisa que sabia fazer, era a única coisa que podia ter orgulho de dizer que fazia bem. Não havia sido eleito o melhor jogador da liga francesa três vezes consecutivas por nada.

Aquele era o pior jogo que assistia na sua vida. O RC Strasbourg parecia ter 50% de posse de bola e os jogadores do Olympique pareciam baratas tontas, errando passes e as poucas chances de chutes a gol. De onde estava conseguia ver a frustração do capitão do time e em como ela se estendia para seus companheiros no banco e seu treinador como equipe técnica.

O RC Strasbourg fez seu terceiro gol e parecia que seu time já havia desistido de reagir, o Olympique respirava por aparelhos. O jogo já ia para seus trinta minutos do segundo tempo. Era frustrante ver a bola rolando diante de si e não poder fazer nada. Suho se levantou e caminhou até o treinador que assistia o jogo da beirada do campo, ocasionalmente gritando para os jogadores palavras de estímulos e muitas das vezes reclamações.

ExateWhere stories live. Discover now