Adrenalina

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Não puderam dizer que o que fizeram fora um sucesso, mas pelo menos conseguiram sair ilesos e sem ninguém em seus encalços. Um grande ataque terrorista foi reportado pelas mídias e pelas autoridades policiais mundiais ao império farmacêutico Bifrost Company S/A. Os culpados não foram encontrados de imediato, porém o Estado Islâmico assumiu a culpa pelas mortes de funcionários e acionistas no grande desastre. E depois de dois anos vivendo novas vidas e camuflados puderam dizer que não existia mais Valquírias, seitas e nenhum outro exate fora desperto.

Berlim, Alemanha. 12:03

O ex-ruivo, agora de cabelos rosados, tinha o óculos redondinho caindo na ponte do nariz enquanto abraçava com firmeza a pasta de couro que guardava seu notebook. Os passos eram apressados enquanto atravessa o campus da faculdade completamente desconfiado. Uma vez o outra, virava o rosto, olhando para os lados e para trás. Seria mais simples se passasse pelo pátio do prédio de Direito, sendo assim chegando rápido à frente da faculdade, mas diante da situação, decidiu mudar de rota.

Entrou no prédio de Ciências Biológicas enquanto uma porção de alunos saiam, se camuflando no meio deles para entrar em outro corredor e descer as escadas da saída de emergência, saindo pela parte dos fundo da universidade. Olhou mais algumas vezes para trás e xingou baixinho quando viu ainda uma das figuras que lhe seguiam.

Decidiu correr, entrando no outro prédio que dava em anexo a biblioteca principal. Como teria que se desfazer da mochila - e por isso perderia tempo - apenas atravessou pelo lado externo, entrando no banheiro masculino. Agradeceu aos céus por estar vazio, subindo em cima da pia e assim, conseguindo apoio para passar o corpo pela janela minúscula, caindo com tudo na grama mas sem se machucar de fato. Correu por trás do prédio até chegar ao estacionamento.

Novamente olhou para trás e deu uma risada baixa e satisfeita ao ver que já não era mais seguido. Mas antes que pudesse verdadeiramente comemorar, acabou batendo com tudo em outro corpo. Espiou por cima do óculos e engoliu em seco, encolhendo-se instantaneamente, fechando os olhos já esperando o pior.

— Você sabe que está encrencado, não sabe? — A voz soou baixinha, coisa que arrepiou o garoto completamente, abrindo um dos olhos para espiar as feições bravas no rosto alheio.

— Se eu pedir desculpas, resolve? — Perguntou de uma forma quase manhosa, coisa que não mudou em nada da expressão do outro.

— Você não pode brincar de pega-pega com seus seguranças, Baekhyun! Isso os distrai e pode colocar você em reais problemas. Quantas vezes nós vamos discutir sobre isso, garoto? — O tom era irritado, os braços cruzados em frente ao seu peitoral.

— Quando você parar de colocar seguranças para me seguirem dentro da faculdade, lobinho possessivo! É muito chato, eu me sinto sufocado — Falara num muxoxo, um biquinho presente nos lábios rosados.

— Pela milésima vez. Você namora um traficante. Você é um alvo vivo constante para chegarem perto de mim, ou seja...

— Eu preciso ser protegido de forma que não possam chegar perto de mim. Porque eles não vão simplesmente me matar. Eles vão me torturar, abusar, tirar tudo de bom que há em mim para te atingir até que eu não sirva mais. Então, eu preciso ter babás de dois metros para todo o lugar que eu for, ser levado e trazido pelo meu namorado para minha faculdade em um carro blindado todos os dias e se eu por um acaso quiser ver o JongIn ou o Suho, eu tenho que andar um jato fretado exclusivo que precisa ser revistado várias vezes. Ah claro, não posso mais receber qualquer coisa pelo serviço de entrega, obrigatoriamente eu uso colete a prova de balas e tenho toque de recolher — Falou de uma maneira toda debochada, como uma criança birrenta que tinha algo lhe negado.

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