Eu nunca a pedi isso

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─ Para de me olhar assim.
─ Assim como? ─ Pergunto coçando o meu olho, nem eu sei como estava a encarando.
─ Desse jeito. ─ Falou apontando para o meu rosto.
─ Perrie, eu não tenho o poder de enxergar a minha própria cara.
─ Cara de quem gosta do que vê.
─ Não posso ter cara de quem gosta de ver você? ─ Ela balança a cabeça negação. Coloca sua caneca em cima do móvel e tira o cobertor de volta de sua cabeça me encarando.
─ Você nunca me olha assim.
─ E por que diabos um olhar ia fazer tanta diferença? ─ A questiono.
─ Porque somos melhores amigos, e não sei. Eu não quero me apaixonar por você entende?!
─ Eu só estava te olhando.
─ Zayn, mas que cacete... ─ brigava consigo mesma ou comigo, não sei.
─ Eu não disse pra se apaixonar por mim. ─ A respondo confuso.
─ Eu sei. Só... esquece, ignore isso. Sei que não vai se apaixonar por mim e que somos melhores amigos, eu sou sua melhor amiga! Apenas, não podemos ficar juntos.
─ Perrie, eu não disse para sermos mais do que isso. ─ Respondo rindo.
─ Eu só quero dizer que ontem não foi atuação, mas que não precisa se preocupar. Meu foco é o futuro noivo e você vai ser o meu padrinho, e...
─ ... E? ─ Pergunto sobre a continuação. Não sei porquê, mas a escuta-la falar sobre seu casamento me causava ânsia de vômito.
─ Eu só não quero deixar de ser Perrie e Zayn para ser Perrie e Zayn de um jeito diferente. ─ Coloco minha caneca ao lado da dela, me levanto e sento ao seu lado.
─ Não vamos deixar de ser Perrie e Zayn por causa de um beijo.
─ Está certo. ─ Ela apoia sua cabeça em meu ombro. Eu não conseguia desviar a atenção de todas as palavras e atos que eu evitei por hoje. Sinto que engoli todas as palavras que deveriam ser ditas no momento em que disse não ter sido atuação. De todos os beijos que me prendi a dar e ainda me prendo. Eu sou um prisioneiro essa noite e sinto que não vou me libertar. Como eu odeio ter uma faísca de algo por ela.
─ Não quero voltar as gravações amanhã.
─ Por que? ─ A olho.
─ Porque eu to cansada. Sabe o que é ficar passando a cada segundo em programa de fofoca da TMZ?
─ Sei porque eu também fico.
─ Esqueci disso. ─ Ela ri tirando a cabeça do meu ombro, pega a revista em cima da pequena mesa da centro passando as páginas como um leque. Seu cabelo curto voava para trás conforme o vento das páginas colidiam com os fios. Para em uma das páginas do meio, me perco entre 21 ou 25. Tanto faz. Aponta para a nossas fotos, uma em cada página.
─ É, realmente saíram boas.
─ Eu sei. ─ Me responde com firmeza na voz.
─ Posso arranca-las? ─ Pergunto.
─ Pra que?
─ Eu já tenho as outras, menos essa. Guardo de lembrança.
─ Até as do vômito? ─ Me retruca.
─ Sim. ─ Falo e arranco as páginas, e as dobro guardando no bolso em seguida. Ficamos em silêncio, o som da chuva era a única coisa em que escutavamos. E derrepente um raio cai enclareando toda a sala que antes escura. 
─ Eu deveria ter vindo de carro.
─ E ter trago um guarda chuva.
─ Verdade. ─ É ela estava certa. Eu deveria ter levado guarda-chuva, capa, ido de carro ou qualquer outra coisa que me mantesse seguro. Naquele dia caiu uma tempestade feita de amor, e eu me deixei ser banhado por ela.

Time to get MarriedWhere stories live. Discover now