• Capitulo 19 •

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Puxei Teresa e fui embora correndo pra casa, eu ia acabar vomitando. Eu não sabia de andava mais rápido ou de acudia Teresa que estava chorando. Chegamos lá e a mãe de Bruno estava sentada no sofá assistindo. Sentei no sofá junto e Teresa pegou uma cadeira pra sentar.

— OK, BELEZA! - eu disse e todas ficaram me olhando.

— O que foi menina? - Josefa desligou a TV e me olhou.

Contei pra ela, e ela ficou me olhando com uma cara de sempre, a cara dela que acalma qualquer um. Teresa acabou contando também sobre oque havia acontecido com ela e ela nos aconselhou.

— Você gosta dele? - Teresa me perguntou e logo eu neguei com a cabeça.

Abaixei minha cabeça e a porta foi aberta. Eu olhei e era Bruno e Guilherme juntos. Eu me levantei e fui subindo, Teresa veio vindo atrás. Apenas ouvi de dona Josefa.

— Você é um tonto mesmo em, parece seu pai. Dê valor moleque, DÊ VALOR! - ela disse e eu entrei no quarto junto com Teresa que soluçava com o choro.

Deitei na cama e fiquei pensando o que Teresa havia perguntado. Sei lá, muito rápido pra tudo isso, não sou desse jeito não. Aliás, não era. Deixei de viver aquela vida pra criar um filho de um traficante. Eu acabei aprendendo muito rápido aqui no morro, não me sinto a antiga Maria.

— Eu acho melhor eu ir embora Ma. - Teresa me disse enxugando as lágrimas e me fazendo sair dos meus pensamentos.

Eu me levantei e fui abraçar a Teresa. Saimos do quarto e descemos a escada, Guilherme ia vindo e Teresa foi me puxando com a cabeça baixa.

— Teresa a gente precisa conversa mano. - Guilherme veio vindo com uma cara de cachorro que caiu da mudança.

— Guilherme, eu deixei de viver do bom e do melhor pra vir aqui morar com você. Paixãozinha de 1 mês e eu já achei que você era o homem da minha vida, pra você pegar e me trair. Você tem noção do que eu fiz? Eu larguei minha mãe por causa de você, e você fez oque? Me trocou por outro e agora ela está grávida! Então não me toque, não me olhe e nem fale comigo. - Teresa respirou fundo e saiu me deixando lá sem palavras.

Eu abaixei a cabeça e fui atrás dela. Sai da casa e não a vi por perto. Fiquei olhando aquelas crianças correrem pela rua com um sorriso estampado no rosto. Fui até a calçada, e me sentei, fiquei vendo aquilo tudo até que veio um cara, negro, alto, com uma cara de uns 25 anos.

— Bruno te deu um pé na bunda? - ele disse sentando perto de mim e olhando pra frente.

Suspirei e ele me olhou.

— Não... A gente não tem nada. Apenas to grávida dele. - eu disse abaixando a cabeça.

— Ahhhh, tô ligado loira, cê é a Maria? - ele disse cossando a cabeça.

Eu assenti com a cabeça que sim e continuamos a olhar pra frente vendo aquelas crianças jogando futebol.
Não demorou muito ouvi uma voz grossa saindo de casa, eu já sabia quem era.

— Ê Jorginho, seu pau no cu. - Bruno disse com uma voz rindo.

— Ê parceiro, tudo na boa? - Jorginho disse comprimentando Bruno.

Eu olhei pra Bruno que me olhou com um olhar estranho, me virei de volta e bufei.

— Maria, nóis precisa bater um papo. - Bruno disse e eu revirei os olhos.

— iiih tô se mandando desse perreco em. Falow? Valeu! - Jorginho disse saindo.

Guilherme saiu de casa bufando e desceu a rua e virou o primeiro beco. Eu me levantei e me virei indo entrar em casa... Subi as escadas e fui direto pro banheiro, minha bexiga estava apertada. Tomei um banho e fui me trocar. Fui até o quarto que era do Bruno e acabei deitando e dormindo. Quando acordei já era 19:00, me levantei, eu estava meio enjoada, nada bem. Fui descendo as escadas, olhei para o sofá e Josefa estava penteando o seu cabelo, ela estava arrumada.

— Vai sair? - eu disse e ela me olhou sorrindo.

— Vou pra igreja. Quer ir? - ela me disse se levantando.

— Hoje não estou muito bem, mas na próxima eu vou sim viu?! - eu disse sorrindo a ela.

Ela sorriu pra mim, pegou a bolsa dela, despediu de mim e saiu de casa. Fui na cozinha procurar algo pra comer e não tinha nada. Procurei o que fazer, e fui fazer macarrão com carne moída. Terminei de fazer e eu ouvi a porta bater, não olhei pra trás e fui colocando a comida no meu prato.

— Como cê tá? - Bruno disse.

— To com enjôo, mas já já passa. - eu disse sem olhar pra ele.

Eu peguei um garfo e fui me sentando na mesa.

— Pô, porque tá assim comigo? - Bruno disse vindo até a mim.

— Posso comer sossegada? - eu disse olhando pra ele com uma cara brava.

— Cê é sexy brava em... - ele me disse com uma voz, que nossa.

Me levantei e ele pegou um prato e foi pra sala aonde eu já estava. Ficamos em silêncio comendo até ouvirmos a porta bater, Bruno levantou pra atender e era Jorginho com Guilherme.

— Eai parceiros, entrem ai... - Bruno disse sorrindo.

Guilherme e Jorginho entraram com a cabeça baixa. Jorginho tirou o boné e ficou com uma cara murcha pra Guilherme.

— Bruno, senta ai... - Jorginho disse com uma voz baixa.

— Qual é cara? - Bruno disse sem entender nada.

Ele sentou e eu contineu comendo, mas sem entender nada também.

— Sua mãe... - Guilherme disse mais baixo ainda.

— O que tem minha coroa caralho? - Bruno disse levantando.

A sala ficou em silêncio e um gelo deu em minha espinha, senti um enjôo maior e eu estava ficando nervosa.

— Ela foi atingida. - Jorginho disse chegando perto dele e abraçando.

O dono do morro e a patricinha ( REVISANDO)Where stories live. Discover now