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Ajeito o meu cachecol enquanto caminho com o André até ao Estádio do Dragão.
As nossa mãos estão entrelaçadas e sinto o seu aperto constante em mim. O seu semblante é carregado e sei que o seu mau humor ainda não passou, o que me faz prever que hoje ainda vai haver asneira, já que o moreno não se sabe controlar muito bem.

"Vamos ficar em que zona?" Pergunto animada e vejo o seu sorriso abrir com a minha excitação.

"Bancada poente, perto do relvado."

Sorrio e estico o meu pescoço, plantando um beijo na sua bochecha.

"Obrigada por isto."

Vejo-o assentir com a cabeça, ainda com o sorriso no rosto, e puxa-me mais para si quando começamos a chegar perto da multidão de adeptos junto do estádio.

Alguns adeptos reconhecem o André e chegam perto de nós para terem algum autógrafo ou fotografia dele.

"Não te afastes de mim." Pede quando me começo a afastar e não larga a minha mão quando as pessoas começam a falar com ele.

O seu corpo tapa o meu com cuidado e encolho-me contra o seu corpo quando sou empurrada.

"Eu guardo alguns minutos para vocês, mas peço que tenham cuidado e que se organizem. Não quero que ninguém se magoe." A sua voz é alta, mas calma, é agradeço-lhe mentalmente quando as pessoas se começam a organizar e se afastam um pouco de mim.

"Está ali um banco, vou sentar-me lá." Estico o meu corpo e falo ao seu ouvido.

A sua cabeça roda na minha direção e desvia o olhar à procura do local de que falei. Quando o vê volta e sua atenção para mim.

"Está tudo bem?"

Sinto vários olhares em mim e aceno com a cabeça, recebendo um beijo na testa enquanto ouço alguns comentários em relação a nós.

"Vou tentar despachar-me princesa."

Deposito um beijo na sua bochecha e aceno a alguns fãs que chamam pelo meu nome.
Caminho até ao banco de pedra e observo o meu namorado, sorridente com todo o carinho que está a receber dos adeptos do clube do seu coração.

Abro uma mensagem que tenho do Hugo e aproveito para lhe responder.

Baratinha ✌️: Falei com o Filipe sobre o assunto e ele aconselhou o mesmo que tu.

"Já falaste com a Mafalda?"

Baratinha ✌️: Não, mas vou tratar disso ainda hoje.
Obrigado por me apoiares nisto.

"Estou aqui para o que precisares, Huguinho."

Baratinha ✌️: 💙

"💙"

Bloqueio o telemóvel e olho na direção onde está o André, vendo-o já a caminhar na minha direção.
Levanto-me e junto-me ao moreno enquanto andamos até um dos portões do estádio.

"Desculpa este tempo." Fala quando já estamos a passar os bilhetes aos seguranças.

"Sem problema, fui eu que quis vir para o meio dos adeptos."

O seu sorriso abre e os nossos dedos entrelaçam quando começamos a andar já no interior do estádio. O seu aperto é constante e puxa-me para si com cuidado quando o ambiente fica muito agitado.

Quamdo encontramos os nossos lugares, incrivelmente bons, caio no banco e suspiro de cansaço. Logo tenho um par de olhos preocupados em cima de mim e sorrio, de forma a relaxa-lo.

Abro a minha pequena mochila e tiro os comprimidos que tenho que tomar agora.

Vejo os jogadores do Porto entrarem em campo para o aquecimento e sinto que o moreno falou da nossa presença, visto que todos acenaram na nossa direção.
Vejo o Otávio e o Felipe caminharem na nossa direção e fico envergonhada.

"Oi amigos." Falam sincronizados e rio com a situação.

Os dois brasileiros cumprimentam o André com uma aperto de mãos e um abraço enquanto me dão um beijo e um abraço, também.

"Entusiasmados para o jogo?" Pergunto animada e os dois assentem.

"Otávio, temos que falar desse cabelo." O meu namorado goza com o moreno agora loiro e ele resmunga.

"Mc Tavinho."

"É por isso que sua namorada é demais para você."

A expressão do moreno fica mais séria e rio, dando um beijo na sua bochecha.

"O André disse que ontem você não se estava sentindo bem. Espero que já esteja melhor." O Filipe mostra-se preocupado e agradeço a sua preocupação, dizendo que está tudo bem.

Ouvimos um dos dirigentes do Porto a chamar pelos dois e estes despedem-se, caminhando até junto dos outros jogadores.

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" Boa vitória rapazes. " Felicito-os de novo enquanto nos despedimos e caminho com o André até à saída do estádio.

Sinto-me feliz e leve enquanto saltito como uma criança, ao som das gargalhadas divertidas do moreno. A sua mão aperta a minha com cuidado e deposito alguns beijos nas suas bochechas.

"Estás muito feliz, bebé."

"Nós vamos ser campeões, é normal que esteja feliz." Falo animada e paro de repente à sua frente.

O seu corpo bate contra o meu e olho para cima, para o conseguir ver.

"Vais amanhã à noite, não é?"

Apanho-o de surpresa e vejo a sua atrapalhação para falar alguma coisa.

"Eu ouvi-te a falar com o Zé." Explico e a sua expressão suaviza um pouco.

Neste momento a nossa felicidade parece ter dissipado um pouco, mas sei que precisamos de falar sobre isso. Eu já me habituei à ideia de ele ir para longe, no entanto continua a custar tê-lo afastado de mim.

" Não te quero deixar." A sua voz é triste e sinto o meu coração apertar ao lembrar-me que vou ficar sem a sua presença ao meu lado.

"Eu também não quero que tu vás, mas é o teu futuro e tens que te esforçar o máximo que conseguires. Quero ver-te a erguer a taça daqui a uns meses."

Os seus braços puxam-me contra o seu corpo e fico nos seus braços, a aproveitar o tempo que ainda tenho com ele.

" Eu quero levar-te lá, para conheceres tudo. " Mexe no meu cabelo enquanto uma das duas mãos está colocada no fundo das minhas costas, sem me deixar afastar dele.

"Eu quero muito ir lá, talvez consiga no fim do campeonato."

"Eu ia adorar ter-te lá." Junto os nossos lábios e enrolo os meus braços à volta do seu pescoço.

Sinto o meu corpo ser levantado e agarro-me mais ao seu corpo quando ele nos gira no meio da rua.

Quando sou pousada no chão tenho um sorriso enorme nos lábios e o moreno não é exceção.

"Vamos para casa, quero enrolar-me no sofá contigo."

"O senhor é que manda."

Fazemos o nosso caminho até ao carro e a viagem é rápida até à sua casa. Está tudo em silêncio e tenho a certeza que o Afonso está enfiado no apartamento com os rapazes, provavelmente a jogar qualquer jogo estúpido.

"O que queres jantar?"

"Eu reparei num restaurante de comida indiana ao fundo da rua e sempre quis experimentar."

"Eu já tenho o número de lá, vou ligar e escolher as melhores coisas para tu provares." Sinto os seus lábios na minha testa e o seu corpo levantar-se do sofá onde estávamos sentados.

Vejo o seu corpo desaparecer na porta para a cozinha e suspiro ao pensar que amanhã já não o vou ter comigo à noite.

OPORTO- André Silva ✔️Where stories live. Discover now