Medos

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POV KARA

Kara gira o botão de seu chuveiro e ele quebra.
-“Oh Rao”- ela geme. Isso é ótimo, apenas ótimo.

Não é culpa dela que ela estivesse incrivelmente ligada. Ela não consegue usar a frase  humana para essa ocasião, considerando que ela não é humana de todo, mas quando Lena estava tão perto dela fez com que as coisas ficassem realmente difíceis para ela.

Kara termina de girar o botão e olha fixamente enquanto o fluxo da água começa a correr. Tomar banhos frios não ajuda muito, não quando o frio não a incomoda. Ela sabe uma coisa que poderia ajudar, porém, ela deve primeiro arrumar o chuveiro, para que ela não acabe aumentando sua conta de água.

O botão não pode ser fixado. Em vez disso, ela força a parte que ela não quebrou para fechar a água. Amanhã ela vai ter que arrumar isso e ela nem sequer precisa de um encanador. Não há nada que ela não possa consertar. Ok, não, isso é uma mentira gritante. Sua irmã vai consertar, ou ela poderia perguntar a Winn, ele sempre parece bastante útil. Winn é provavelmente uma opção melhor do que Alex, que pode fazer muitas perguntas.

Ela tem esperança de que ela possa ficar com Lena novamente porque sua ex disse que elas poderiam tentar ir devagar e isso é bom. A faísca de esperança que ela sente só continua a crescer. Ela está distraída de seus pensamentos quando ouve a janela de seu apartamento quebrar.

Kara sai correndo do banheiro para a sala de estar. -"Astra?"- Ela pergunta, vendo sua tia parada.

-“Sua janela não estava aberta”- responde Astra. -"Eu pensei que estava."

-"Eu meio que... tenho uma porta"- Kara diz, apontando para ela. -"Você sabe, você poderia ter... batido na minha porta."- Ela suspira e decide que da próxima vez ela não vai fechar a janela, mas é um pouco de um hábito para fechá-lo no caso de sua irmã vir, de noite tende ficar frio se sua janela está aberta.

Astra assente e limpa os cacos de vidro do chão. -"Eu substituirei sua janela"- ela promete.

-"Está tudo bem, você não precisa”- Kara responde, acenando uma mão. "Alguém vai vir arrumar meu chuveiro amanhã de qualquer forma, pode muito bem consertar minha janela também"- diz ela calmamente.

Astra franze a testa e se pergunta o que há de errado com o chuveiro de sua sobrinha.

-"Eu poderia dar uma olhada"- ela oferece.

-"Eu... não" Kara diz rapidamente, preocupada que sua tia veria que ela quebrou o botão. Não que necessariamente significa algo estranho, mas ainda assim, ela geralmente não é descuidada com sua força.

-"Você parece nervosa, pequena"- diz Astra, sem saber se algo está errado.

-"Tive um longo dia"- Kara responde, embora seja uma desculpa, não deixa de ser verdade. -"Você acha que talvez pudéssemos conversar?"- Ela pergunta, considerando que sua tia compreende a cultura em que cresceu durante treze anos.

-“Sim”- responde Astra, seguindo Kara para o sofá. –“O que te preocupa, minha querida sobrinha?”

Kara sorri quando sua tia acaricia sua bochecha, que sempre parece ser a assinatura de Astra para oferecer conforto.

-"Lena e eu não estamos casadas porque há seis anos atrás eu a deixei, sem saber que ela estava grávida"- ela explica, torcendo as mãos. -"Recentemente nos encontrámos de novo e para mim é como se estivéssemos divorciadas, embora nunca tivéssemos sido cortejadas em primeiro lugar. É estranho ter filhos sem casamento ".

-"A terra é diferente"- sussurra Astra, tendo aprendido os costumes peculiares. –“Você deseja ser cortejada?”

-"Bem, eu a amo, eu sempre a amei"- Kara responde, colocando as mãos em seu colo. -"Cortejar é um grande passo, e como você disse, a terra é diferente. Acho que algum dia eu realmente adoraria. Parece estranho ter filhos sem namoro. Nós não nos planejamos para crianças,  aoenas aconteceu. Não me interprete mal, mas eu realmente amo Lyra e Larissa. "

-"Essas crianças são especiais"- responde Astra, sorrindo para sua sobrinha. –“Não te incomoda não ser cortejada na situação em que você esta?”

-"Sim, um pouco"- admite Kara. -"Eu não estou acostumada com isso, porque mesmo que eu estive na terra por quase a mesma quantidade de tempo que vivi em Krypton, minhas raízes estão em Krypton. Eu serei sempre Kryptoniana. Sei que no dia em que ela me cortejar, nunca aceitaria um divórcio, porque isso seria um crime "- diz ela, sentindo-se presa em alguns dos caminhos de Krypton. -"Eu literalmente concordei com Lena em levar as coisas com calma, então eu estaria pressionando ela completamente se eu pedisse a ela para me cortejar, você sabe?"

-“Eu entendo”- responde Astra, sentindo a luta interna de sua sobrinha. -"Você está apaixonado por uma humana, que foi criada sob diferentes leis e costumes. É bom para você não ser cortejada. Independentemente do modo como Lena e você foram criadas, o que importa é como você se sente e o que ambas desejam, separadamente e como um só ".

Kara não tem certeza de como Lena se sentiria sobre a idéia de casamento e não é como se ela pudesse dizer a ela que se elas nunca se casaren, eles não podem se divorciar, porque no seu planeta o divórcio é praticamente o mesmo que crime onde as pessoas são assassinadas. A maior fé de amor e compromisso que ela poderia eventualmente dar a Lena é através de um namoro, considerando que as ligaria permanentemente.

-"Estou feliz por você estar viva"- sussurra Kara, aliviada por ainda ter sua tia. -"Eu fui enviada para proteger Kal-El, mas cheguei mais tarde do que ele e ele já era um adulto, embora isso não diminua que eu fui enviada aqui com o propósito de mantê-lo seguro. Ele foi morto bem na minha frente e eu não pude fazer nada. Eu falhei com meu propósito e então eu me tornei Supergirl, o que me deu um novo propósito. "

-"Você não falhou, pequena"- diz Astra suavemente, pegando uma das mãos de Kara. -"Sua morte não foi seu erro. Ele foi assassinado nas mãos de um humano por ódio. Sua mãe não desejaria que você se culpasse por sua infeliz morte.”

-"Lex disse coisas horríveis enquanto ele estava matando Kal-El,"- Kara diz, tensa com as lembranças. -"Não consigo repetir"- ela sussurra, sua língua de repente se sentindo muito pesada em sua boca. -"Eu... eu não quero ficar sozinha esta noite”- ela sussurra, olhando para sua tia com olhos chorosos.

Astra envolve seus braços ao redor de Kara e acaricia seus cabelos.

-“Estou aqui minha querida sobrinha”- ela sussurra, segurando a sobrinha ainda mais forte. -"Você nunca estará sozinha."

POV LENA

-"Ei"- sussurra Lucy quando Lena abre a porta, assumindo que as gêmeas estão dormindo dado que é tarde. –“Vim pra cá assim que pude.”

-"Eu agradeço, Lucy”- Lena responde, aliviada que sua amiga não se importa de vir, embora esteja ficando muito tarde.

-"A qualquer hora Le"- diz Lucy, sempre pronta para estar lá para uma amiga. -"Você está bem?"

-"Eu estou bem”’ Lena responde, deixando Lucy entrar. -"Kara quer reavivar o que uma vez tivemos."

Lucy está feliz em saber que Kara quer fazer isso, especialmente porque as gêmeas têm tentado reunir suas mães, querendo que ambas as colocariam para dormir de noite e tomariam café da manhã com elas. Lyra e Larissa ouviram bem as dicas que ela deu a elas e é bom que Kara quer voltar com Lena.

-"Eu entendo"- sussurra Lucy, balançando a cabeça. -"E como você se sente sobre isso?"

-"Honestamente? Com medo”- Lena responde com sinceridade. -"Eu disse a ela que poderíamos tentar ir devagar. Tudo o que ela disse foi bastante bonito e ela até me fez rir por um segundo quando ela disse que apenas um burro comete o mesmo erro duas vezes. Suas palavras eram bastante convincentes, mas isso não tira o quanto estou preocupada em acabar quebrada de novo, só pior, porque se ela fosse partir novamente, doeria muito mais do que da primeira vez.”

-"Está tudo bem ficar com medo"- responde Lucy, sentindo que seria estranho se Lena não estivesse assustada. -"Você já se machucou antes, então é compreensível que você esteja se protegendo. Você nunca parou de sentir algo por ela e é bom que seja mútuo. Tente não se concentrar muito no que poderia dar errado. Tome um dia de cada vez e veja onde as coisas levam. "

-"Toda vez que eu fecho meus olhos, eu estou lá novamente, de volta ao dia em que ela me deixou há seis anos atras”- Lena sussurra, lutando com essa memória. -"Eu muitas vezes continuo pensando, e se eu tivesse tentado agarrar seu pulso para detê-la? E se eu tivesse dito coisas para tentar mudar de idéia? Eu não tenho certeza se isso teria feito a diferença, mas nunca vou saber porque eu não tentei. "

-"Ela partii há seis anos e você a libertou”- Lucy diz calmamente. -"Dizem que quando você ama alguém, você os liberta e se eles voltarem, isso significa que era pra ser. Você está se machucando mais que o suficiente. Não se torture com o que poderia ter sido. Em vez de olhar para o que você tem agora."

-"É tão fácil voltar para ela de novo, quero dizer, como eu não voltaria?"- Lena medita com um pequeno sorriso persistente. -"Ela ainda é adorável e bonita. Se as coisas correrem mal de novo eu odiaria que Lyra e Larissa fossem pegas no meio disso. Agora estamos em boas condições, mas se tudo isso ficar ruim, então acho que ainda não estaríamos em boas condições"- sussurra tristemente. -"Kara significa muito para mim, embora se ela fosse quebrar meu coração novamente eu não acho que eu seria capaz de olhá-la nos olhos novamente."

Lucy passa o polegar pela mandíbula de Lena e olha para ela.

-"Você está pensando demais e muito analisando tudo isso"- ela sussurra, ouvindo sua amiga suspirar calmamente. "Você sente algo por ela e ela sente algo por você. Vocês estão nisso juntas. Se você deixar seu medo te segurar você só vai acabar quebrando seu próprio coração.”- Ela decide não mencionar o quanto as gêmeas querem suas mães juntas, porque ela não quer que a decisão de Lena seja influenciada.

-"Eu beijei a bochecha dela esta noite e eu demorei muito"- Lena sussurra, sentindo o formigamento desse beijo em seus lábios. -"Quando eu beijei sua bochecha, eu queria apenas beijá-la e eu quase fiz, mas eu sabia que se eu fizesse isso eu iria me perder no sentimento dela e eu iria desistir de tentar as coisas devagar"- ela confessa. -"Você estaria bem em dormir aqui esta noite?"- Ela pergunta, ligeiramente inquieta perguntando quando ela já tinha feito Lucy vir aqui tão tarde.

Lucy pode ouvir que Lena é cabeça dura e que Kara é doce. Ela tem a sensação de que vai dar certo, mas se a garota de aço ferir a sua amiga, ela terá outra coisa para se preocupar.

-"Eu estou bem em ficar”- ela responde.- "Tudo o que você pprecisa Le"- ela diz.

-"Eu não quero ficar sozinha esta noite”- Lena sussurra rouca. Sua mente está girando com memórias. O ar está rapidamente se tornando muito pesado e seus pulmões muito pequenos. Ela ofega agarra sua garganta como se houvesse uma corda, embora não haja.

Lucy segura a mão de Lena e a puxa para o banheiro, onde ela liga a água o mais quente que puder, enchendo o banheiro com vapor para abrir os pulmões de sua amiga.

-"Respire devagar, vai ficar tudo bem”- ela sussurra, esfregando as costas de Lena de forma amigável e paciente.

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Eu não ia postar hoje gente mas... a jauremorgado me convenceu a isso. Obrigado a ela e a todos que estão curtindo a fic e estão me incentivando.  Jauremorgado  pode mandar mais mensagem que isso me incentiva muito. Obrigado

Love Only - SupercorpWhere stories live. Discover now