Capítulo IX - Deriva

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Alô Alô, menines!

O watt tá uma coisinha oh, maravilhosa! To tentando incansavelmente postar o ovacionado encontro desses dois, mas tá difícil, vish.

Dificuldades à parte, tenho duas perguntas importantíssimas pra mim, ao final do cap. Peço que, se tiverem um tempinho/ânimo, respondam, por favor. 

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[Gabriel White]

Estava atônito, ainda não conseguia acreditar em tudo o que aconteceu nas últimas vinte e quatro horas. Seu estômago dava voltas e a percepção do mundo estava alterada. Aos poucos a lancha chegava à praia, extremidade da ilha onde se encontrava o CRS, o que fazia seu coração apertar no peito. Tudo o que almejava era ser reconhecido, aceito na Academia de Artes de Pinoa, mas nem isso conseguiu. Se sentia frustrado. Horrível. Um artista de rodapé, sem valor, sem reconhecimento.

O dia chegava ao fim, com o sol majestoso e imponente brilhando ao longe, lançando seus últimos raios quentes e brilhosos; o som das ondas quebrando, trazendo o vento e cheiro da maresia ao seu nariz, se familiarizando com o odor, como o baque que sentia por suas atitudes irresponsáveis; os pássaros cantando, enquanto voavam e se escondiam por entre as árvores, indiferentes com toda a apreensão presente naqueles jovens que acabaram de atracar à ilha.

Parecia um pesadelo, só podia ser. Precisava acordar, tinha que acordar!

E assim, como o reflexo de um lampejo aos céus, seus olhos acinzentados se prostraram, arregalados. Demorando longos segundos para reconhecer onde estava. Com a sensação de estranheza em sua expressão, assimilava tudo o que acontecera consigo. Infelizmente não era um pesadelo, o amargor na boca se fez notável assim como a amarga realidade. Estava mesmo sendo penalizado por praticar sua arte, sua essência.

Injustiçado!

O sono se foi, sumiu, desapareceu, assim como sua vontade de permanecer parado. Não sabia exatamente quais eram as normas do local, ninguém o havia integrado às mesmas. Todas as informações seriam dadas pela manhã, era isso que Gabriel lembrava de ter ouvido de algum funcionário do lugar. Ao longe, o som abafado pelas paredes das ondas quebrando na praia invadia-lhe a mente, o atraindo.

A gélida sensação percorreu por todo seu corpo quando os pés tocaram o chão. Percebeu que havia alguém na cama acima da sua, mas pela baixa luminosidade não conseguiu ver a pessoa. Tentava reconhecer o local, ainda que escuro, se perguntou onde estavam seus pertences, mas sequer lembrava-se dos mesmos. Estava em inércia, cego pela frustração. E como se estivesse em transe, seguiu descalço, tateando as paredes do local, tentando se encontrar. Ao deparar-se frente a porta, se surpreendeu: ela não estava trancada.

Com toda cautela que havia em si, ainda que não fosse muita, tentou abri-la sem causar ruídos maiores, e lentamente, com um baixo ranger, ela foi liberando espaço, quando havia o suficiente para ele passar, saiu, encostando por fim, a porta, com cuidado. Não sabia para que lado ir, nem o que estava fazendo, teve de ser guiado pelo som do quebrar das ondas na costa. Algo dizia-lhe, como um sussurro ao longe, murmurando para ele voltar, deitar e dormir. Poderia se meter em confusão sem mesmo querer.

Mas assim como a brisa, os sussurros se foram, passaram. Ele não os deu ouvido, seguia em transe, cada vez mais o som do mar se fazia presente. A maresia era sentida, seus pés descalços sendo cada vez mais sujos de areia. Ele não se importava com mais nada. Nada! Gabriel estava destruído, nunca pensou que seus atos inconsequentes lhe renderiam tantos problemas, nunca pensou que por praticar sua arte ele seria penalizado de tal modo. Restou-lhe aceitar as circunstâncias, não havia nada que pudesse fazer para reverter ou apaziguar sua atual situação.

Delitos (Romance Gay)Where stories live. Discover now