Capítulo XVIII - Sentimentos Desapercebidos

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Alô alô.

Capítulo não revisado, desculpem qualquer erro.

Boa Leitura :3


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[Tyler Devon]

Seus cabelos negros reluziam a umidade em que se encontravam, a pele pálida havia ganhado uma tonalidade rosada nas bochechas. A respiração vinha ofegante, como quando se sai de alguma atividade e entra-se em repouso.

Tyler estava sentado na areia da praia, descansando após banhar-se no mar, em um final de atividade. Conhecia suas limitações, então sabia que seu máximo era quando a água atingisse a altura de sua cintura. Ali, naquele lugar, ele idealizou em pensamentos o que outrora sentia: aquele dia estava estranho. Ele não sabia exatamente o real motivo, se era algo concreto ou apenas de sua cabeça. Esse era o mal da mente pensante em demasia: existia uma linha tênue entre a realidade e a paranoia que nunca era lida ou compreendida.

Talvez, apenas talvez, o dia estivesse assim, estranho, porque Gabriel também estava. Meio ausente, avoado. Distante. Após ter tal pensamento rondando sua mente, ele arregalou sutilmente os olhos. O que o garoto dos cabelos loiros arrepiados e sorriso travesso tinha a ver com a percepção de seu dia?

Suspirou...

Queria enganar quem? Estava começando a ficar evidente para Tyler que sua mente andava pensando demais em Gabriel, em diversos momentos do dia. Talvez fosse pelas atitudes do garoto para consigo, desde que haviam chegado à ilha, Gabriel era quase o anjo da guarda do moreno. Talvez fosse por andarem sempre juntos, ou por terem compartilhado momentos íntimos — e alguns um tanto quanto dolorosos — de suas vidas. Eram tantas dúvidas e poucas assertivas. E por mais que ele negasse à si mesmo, sabia o que aquilo significava. Bem em seu íntimo, ele sabia. Bem como sabia que aquele sentimento referente a suposta estranheza do garoto loiro poderia ser apenas uma impressão sua, e que Gabriel nem estivesse estranho.

Levantou-se. Sacudindo o excesso de areia da bermuda encharcada. Precisava tomar um banho.

...

Olhava seu reflexo no pequeno espelho atrás da porta do dormitório. Analisava bem seu rosto, estava incomodado com todo aquele tempo sem cuidar de si mesmo. Na verdade, nenhuma medida de depilação era oferecida aos internos, ao menos nenhuma que o garoto soubesse.

Seu cabelo que, ao chegar na ilha, se encontrava beirando a nuca, agora quase alcançava os ombros. Alguns pelos despontavam em seu queixo e busso, formando um bigode com cavanhaque mal preenchido; as sobrancelhas estavam quase se unindo.

Tyler não era muito vaidoso, mas não gostava de pelos, muito menos ter uma monocelha, por isso, pedia para sua mãe tirar os excessos uma vez por semana. Agora estava há mais de três meses sem fazer. Era certo que mais cedo ou mais tarde aquela pelugem ganharia vida.

Distraído, seguiu encarando-se, vez ou outra levava as mãos ao rosto, para tirar um ou outro cravinho que encontrava. Por sorte, nunca teve problemas sérios com acne.

Assim, não percebeu quando a porta se abriu abruptamente e veio em sua direção, atingindo-lhe em toda a lateral de seu corpo, até em seu rosto ela bateu.

— Ai! — reclamou, levando a mão até o rosto, massageando a lateral esquerda da testa — tsc, mas que...

— Argh... desculpe — desculpou-se Gabriel, após dar-se conta do que havia feito — machucou? — tentou aproximar-se e tirar a mão de Tyler do próprio rosto, mas foi afastado pelo garoto.

Delitos (Romance Gay)Where stories live. Discover now