Capítulo XVI - Solidão Ilusória

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Olá minha gente, turubown? Quanto tempo né? Finalmente voltei. Li apenas uma vez o capítulo, então me desculpem e notifiquem qualquer errinho <3

**Peço que, por favor, leiam as notas finais**

Boa leitura!

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[Gabriel White]

As semanas foram se passando, enquanto os dias acabavam em um piscar de olhos. Tudo para deixar Gabriel mais ansioso. Aquele fatídico dia finalmente havia chegado.

Onze de Abril. Seu Aniversário. Seus dezoito anos.

Seu olhar cansado piscava lentamente, com olheiras em contraste. Estava há três dias sem dormir direito, cada vez que fechava seus olhos, os sons perturbavam-lhe a mente, confusos, agudos e graves, ensurdecedores. Era a reprise daquele dia, maldito dia. A prata gélida tocava a pele que mexia com o pulsar do coração dentro do peito, coração este que batia no mesmo ritmo do sino, que soava ao longe, indicando-lhe que deveria levantar; porém apenas se ajeitou na cama, sentando-se. Até encarar as costas com sardas salpicadas de Tyler que, abaixado, procurava pelo uniforme esportivo. Levou uma das mãos até o pingente, apertando-o em seguida, sua última recordação física de sua mãe biológica.

Gabriel coçou os olhos com as mãos fechadas, soltando um bocejo audível, atraindo a atenção do outro habitante do dormitório, que há dias havia notado algo diferente com o garoto que sempre que questionado, negava com a cabeça e mudava de assunto. Mas agora não dava para fugir, as lembranças invadiam-lhe a mente, perturbando-lhe-a. Confundindo.

Balançando a cabeça, Gabriel levantou-se, não costumava tomar banho naquele horário justamente por não terem muitos minutos, mas ele sentia necessidade de aquecer seu corpo, acalentar seu coração, então, apenas murmurando uma resposta ao saudoso bom dia de Tyler, de cabeça baixa, ele deixou o dormitório.

Deveria ser breve para não se atrasar, então, sem enrolar mais, adentrou no box apertado, de uma vez, em um banho vulcânico, com o vapor misturando-se por entre a água, deixando sua pele avermelhada. Enquanto ensaboava-se, sentia o pesar daquele pingente; o objeto de prata esfriava a pele que tocava, como se quisesse lembrar o garoto de que ele estava ali. O deixando desolado. Incomodado. Frio.

A cada piscar de olhos um mantra de que não iria chorar se formava, tentando o deixar firme.

Céus, como eu precisava do Jake agora...

Recordava que, com toda a sensibilidade do amigo, seus onze de abril eram regados a atividades, deixando sua mente fora de questão, sem pensar naquilo tudo, embora, em alguns momentos do dia se entristecesse. Mas, sem o garoto ali e isolado em uma ilha, acabava por ser refém de sua consciência.

Voltou a si quando ouviu o chamado de Tyler do lado de fora do cubículo, o apressando.

— Gabe... vamos?

— Tô saindo — disse ao fechar o registro, saindo por entre o vapor, após se secar e enrolar a toalha no quadril.

— Precisamos nos apressar, temos só dez minutos pra tomar café.

— Você pode ir sem mim, já, já tô indo — Sentou-se no banco que havia no meio do ambiente, vestindo a bermuda.

Na verdade, não havia razão para Tyler estar ali, ele poderia já ter se alimentado, mas, ao notar o olhar vago de Gabriel ao deixar o dormitório, sentiu necessidade de segui-lo, afim de averiguar se estava tudo bem. E após o encarar por um momento, enquanto Gabriel vestia-se, indiferente, sem saber ser alvo do olhar alheio; Tyler percebeu que deveria ficar próximo do garoto, como muita das vezes ele havia ficado por si. Era esse o nível daquela estranha relação de amizade de dois meses.

Delitos (Romance Gay)Where stories live. Discover now