Capítulo XII - Decorrência

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Alô, alô, menines. Vim mais cedo desta vez.

Peguei pesado com o Tyler, já digo de antemão, ele tava merecendo yasuhaus.

Espero que gostem, votem e comentem; ao final, deixarei uma nota muito importante, espero que leiam para melhor entendimento de tudo o que está acontecendo em Delitos. Boa leitura!

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[Em Pinoa]

O sol estava dando adeus àquele dia, com seus últimos raios, seu manto alaranjado ia diminuindo ao horizonte. O banco do parque parecia grande demais para ocupar-lhe com seus pensamentos. A luz do sol lembrava tanto os cabelos claros e revoltos dele. Jake estava com saudade de seu amigo. Era isso.

Com Pietro ao seu lado, mexendo em seu celular, e Picasso deitado ao chão, Jake segurava sua coleira, focado ao pôr do sol. Antes de ir ao CRS, Gabriel o fez prometer que tomaria conta de seu cão, e ele seguiu isso à risca, o adotando temporariamente até o respectivo dono voltar. Sua rotina ainda estava em fase de adaptação: ir à escola sozinho, ninguém mais para interromper seu sono da tarde, os programas noturnos baseavam-se em ver um filme ou dormir mais cedo, nada de aventuras na calada da noite. Havia tanta monotonia ali.

Pietro tentava ajudar da maneira que podia, gostava muito de Gabriel, mas os laços de sua amizade não eram tão fortes como os de Jake. Afinal, foi ideia de Pietro levar Picasso ao parque, junto com Jake, obviamente. Seria bom, pegar um ar, sair um pouco de casa. Seria bom, senão fatídico.

Então, o sol despediu-se majestosamente deles, em sua real humildade de permitir os demais astros a brilharem, imponentes. As estrelas, cintilantes, iluminavam as íris do garoto, ofuscadas. Ao longe, um barulho de rolamento aproximava-se, focou então sua audição à isso, esse som tão... conhecido? E lá estava ele, despreocupado e sem saber que estava sendo encarado, Yan seguia em ziguezagues em cima de seu skate. O cabelo cor de fogo oculto por um boné virado para trás, a feição vazia, parecia não estar realmente ali, com sua mente vagando desolada em outro lugar.

Jake o encarava, de longe, vendo as habilidades do garoto em cima daquele pedaço de madeira sobre rodas. Pietro mantinha-se indiferente, mexendo em seu celular, vez ou outra falando alguma coisa com o amigo, mas em suma, respeitava o desejo de silêncio que o outro exalava querer.

Yan seguiu seu caminho, voltando para a calçada principal de pedras justapostas do parque, em direção ao garoto que o observava.

Até que os olhares se encontraram, fixados. O pé usado como freio, o fez descer de seu skate, caminhando vagarosamente até seu conhecido, sentado ao banco.

— Jake? Olá... — o cumprimentou, olhando Pietro em seguida, acenando em um cumprimento.

— É...oi — sorriu Jake, sem ânimo — tudo certo?

— Normal — omitiu — e ai?

Então Jake fraquejou, desviando o olhar do garoto, abaixando-o até focar Picasso, indiferente à tudo aquilo. Yan entendeu que algo estava errado com ele.

— Eu...posso sentar? — apontou para o banco.

— Ah, claro — Jake aproximou-se de Pietro, deixando espaço para Yan sentar.

Com o skate posto entre suas pernas, ele tomou assento. O cão o olhou, pondo sua língua para fora, em seguida, levantando-se. Com o rabo alongado e peludo indo de um lado ao outro, ele cheirou Yan, aumentando a frequência que sua língua entrava e saía de sua boca. Esfregou sua cabeça na perna do garoto, que o acariciou a cabeça, sorrindo ameno, verdadeiramente. A sensibilidade do animal o tocou.

Delitos (Romance Gay)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora