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Um dia fodidamente cansativo

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Um dia fodidamente cansativo. Aquela frase, em especial, era capaz de descrever muito bem a rotina de Maya, desde que embarcou no avião e suas próximas horas seguidas.

Após algumas horas cansativas voando, a caloura havia precisado pegar mais alguns minutos de um ônibus lotado pois não tinha encontrado nenhum táxis e agora, depois de passar em uma lanchonete e beber um mísero café com leite, caminhava pelo Campus, sentido o ar frio do outono soprando ao seu redor, fazendo jus às palavras de sua mãe, que havia pedido que levasse um casado em mãos, mas em teimosia, Maya apenas negou, enfiando tudo na mala.

— Ei, você usando usando um vestido marrom! — um garoto um tanto alto e com madeixas pintadas de um preto azulado surgiu ao seu lado, assustando-a. — Você é a novata?

Maya soltou um palavrão mental, fitando-o, desconfiada. Deveria dizer que sim? Ela não tinha muita certeza, pois haviam assistidos filmes americanos o suficiente ao ponto de saber sobre os trotes que existiam no início das aulas. E que os calouros como ela sempre se ferraram neles.

Além do mais, de onde diabos ele havia surgido? Estava escondido atrás de uma árvore, apenas esperando a oportunidade perfeita? Ou tinha saído de uma passagem subterrânea embaixo do chão? Talvez fosse por causa do cansaço, jet lag e seu corpo inteiro doendo, mas não tinha sentido a presença dele próximo a ela antes dele ter falado aquilo.

Encarando as malas, tentou mostrar que não estava intimidada e que a resposta era sim, então voltou a caminhar, com esperanças que o ato fosse o suficiente para fazê-lo ir embora. E, se tudo desse errado, ela correria.

Entretanto, ao invés de deixá-la em paz, o garoto desconhecido começou a caminhar lado a lado com ela, como se fossem dois conhecidos.

Não queria ser mal educada, mas seu humor não era um dos melhores no momento.

E talvez fosse por ter passado sua vida inteira em um país onde as pessoas eram mais introvertidas, mas não gostou nenhum pouco daquilo. A sensação era como se alguém estivesse tentando invadir seu espaço, forçando uma aproximação que sequer existia.

Ainda assim, no momento atual, esse não era seu maior problema. Maya apenas desejava ficar um pouco sozinha. Desejava ir para o seu quarto e descansar.

— Ei, por acaso, não me ouviu? — ele tentou outra vez.

— Sim, ouvi.

— Então por que não respondeu?

— Eu apontei para minha mala.

— Isso não é muito bem uma resposta.

— Bom, que pena.

Maya se manteve caminhando pelo gramado verde, a presença do jovem a seguindo por aquele ambiente tranquilo, até que ela parou, ao notar que ele, realmente, não a deixaria em paz.

— Certo, sou eu — ela disse, encarando-o. — O que você quer?

Seus olhos também pareciam analisar Maya, porém, de forma divertida. E os braços estavam cruzados, escondidos por um moletom verde escuro, com as iniciais da universidade.

Enemies ❄ GOT7Where stories live. Discover now