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Lim Jaebeom ousou dar mais três últimas voltas na enorme quadra de esportes de sua Universidade

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Lim Jaebeom ousou dar mais três últimas voltas na enorme quadra de esportes de sua Universidade. Apesar do horário tardio, ainda estava muito nervoso. E sabia que se não se acalmasse, faria alguma besteira qual se arrependeria depois.

Tinha que respirar fundo. Ignorar a porra do encontro com Jackson Wang e sua tentativa furtiva de roubar todos seus novos moradores, iludindo-os com palavras e os convencendo a mudarem de república.

Aquilo o frustrou. Para caralho. E então, aquele sentimento incômodo, logo deu origem a ódio, o fazendo perder o controle mais cedo.

Como ele poderia ser tão filho da puta assim? Tão trapaceiro? Ir atrás das pessoas que, aos poucos, Jaebeom queria ser capaz de confiar de olhos fechados...

— Talvez o filho da puta seja eu, por ser tão idiota — falou para si mesmo, voltando para o próprio dormitório, completamente suado e ofegante.

Sempre tentava o seu máximo para ignorar a rivalidade idiota que existia entre os prédios, entre todo aquele lugar, e em alguns momentos, ele até que conseguia. Até que a realidade lhe dava um tapa bem no meio da sua cara e ele voltava a si. E isso acontecia todas as vezes que alguém que ele achava ser leal, passava para o outro lado.

Não deveria ser diferente? Eles não deveriam ser honrados?

Era o que pensava, mas, ao invés disso, tudo o que faziam era dar as costas para seus colegas, seus bons conhecidos, tornando-se malditos rivais.

— O que está fazendo acordado em um horário tão tarde, Lim Jaebeom? — uma voz conhecida e um tanto rouca indagou, quando o líder do dormitório preto tocou a maçaneta metálica, prestes a entrar.

Forçando o maxilar, a raiva voltou a surgir, antes de encará-lo com rispidez, encostado em uma das árvores do local, com os braços cruzados, sorrindo em vitória pelo que aconteceu mais cedo.

Jaebeom queria muito socá-lo. Acabar com seu rosto até não sobrar mais nada. Então recordou-se das palavras daquela garota. Maya Mabel, a caloura de psicologia.

"Você precisa respirar", ela disse. Bem, ele estava tentando.

— Não acho que seja da sua conta, Jackson — foi tudo o que disse.

— Ainda está puto com o que aconteceu? Sabe que não os obriguei a nada, Jaebeom. E também, não é o fim do mundo. O que há de tão ruim assim em visitar ares novos? Deveria estar feliz por eles. Quer dizer, mais ou menos. Pense pelo lado bom: menos pessoas falsas ao seu redor.

O veterano se forçou a sorrir, porque sabia que Jackson odiava vê-lo contente. Não, ele não cairia naquele maldito joguinho de gato e rato.

— É, talvez tenha razão.

— Está vendo só? Eu sei disso, estou sempre certo.

— Mas ainda assim, tenho um pouco de pena.

— Pena? — Jackson ergueu sua sobrancelha. — Por que?

— Porque vão se arrepender em poucas semanas. E então, voltarão rastejando para mim outra vez, porque ninguém aguenta ficar na porra do seu lado por muito tempo.

— Que estranho, cara. Achei que estivesse falando de si mesmo. Pelo que sei, não são os meus amigos que estão me abandonando, não é mesmo?

— Abandono... — murmurou o mais velho, inerte em sua própria linha de raciocínio. — Acha mesmo que eu me importo com essa merda? É a falsa lealdade que me deixa puto. Assim como o fato de você jogar tão sujo, somente para me irritar. Mas eu tenho princípios, Jackson Wang. Por isso, fique longe da porra do meu caminho antes que eu acabe com você.

— Sinto lhe informar, mas seus princípios não vão servir de muita coisa, quando você precisar de indicação no mercado de trabalho.

Os olhos de Jackson demonstraram certo deboche. Ambos os garotos eram muito sagazes, como se estivessem preparados para pularem de um princípio a qualquer como e se sentir normal com isso, se isso significasse manter a droga da sua honra. A droga do seu ego.

Mas, a forma como as órbitas castanhas de Jackson pareciam se divertir com a situação, fez uma fúria explosiva acender dentro de Jaebum, que se aproximou dele, impulsivamente.

Sorrindo, Jaebeom apertou as mãos, olhando-o de queixo alto, antes de dizer, o corpo tenso:

— Existem várias formas de destruir alguém, veterano.

— Por acaso, isso é uma ameaça?

— Se sentiu assustado somente com algumas poucas palavras?

— Conheço bem você.

— Fique tranquilo, líder do dormitório verde. Eu não irei fazer nada hoje. Só não pense que as coisas que você fez irão ficar impunes, pois não irão. Terá volta. Sempre terá volta.

— Certo, então é uma ameaça — concluiu Jackson.

— Não. É revanche, filho da puta. Tem diferença.

O mais novo sorriu. Tinha noção do quanto Jaebum era impulso, assim como Jaebum tinha noção que ele era esperto.

— Certo, então — Jackson disse, olhando para dentro do dormitório do mais velho. — Boa sorte na sua prova amanhã, cara. Acho que vai precisar.

— Vai se foder.

Então o garoto se afastou, indo para o seu próprio dormitório também. Longe o suficiente, foi quando Jaebeom se permitiu respirar fundo, voltando a caminhar em direção a porta de seu lar.

Quando as coisas haviam ficado tão complicadas assim como Jackson? Quando sua rivalidade havia conhecido tanto? Ele ainda tinha lembranças antigas de quando eram crianças, brincando juntos no parquinho, sempre unidos. Mas não era mais assim. Tinha que entender e aceitar.

Prestes a entrar e tomar um banho quente, Jaebeom escutou o barulho de galhos se quebrando entre as árvores. Ele se virou no mesmo segundo, analisando ao redor, desconfiado.

Os prédios ficavam dentro do campus para facilitar a locomoção dos alunos, eram um pouco afastados da parte principal do prédio e salas de aula, o que deixava o lugar um pouco estranho à noite, por causa das florestas que existiam ao redor e atrás da universidade.

Ele manteve os olhos fixos naquele barulho. Esperou um, dois, três minutos, e não foi capaz de ouvir mais nada. Nenhum barulho, nenhuma voz, não havia ninguém.

Então disse, resolvendo entrar de uma vez no prédio:

— Só posso estar ficando louco mesmo. 

Enemies ❄ GOT7Onde histórias criam vida. Descubra agora