"Em uma universidade onde a rivalidade é notável, Maya, uma caloura um tanto excêntrica e com ideais diferentes, tenta se acostumar lentamente com o caos do lugar cujo passará seus próximos quatro anos."
CAPA FEITA POR: @yugyewom
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Enquanto aguardava Jackson retornar, com seja lá o que ele estivesse planejando para o almoço de ambos, sentada naquela enorme mesa solitária e ouvindo murmúrios nas mesas ao lado, pessoas já familiarizadas entre si, Maya ficou pensando sobre as palavras de Yugyeom.
Não as que disse hoje pela manhã, pedindo que ela mantivesse distância, mas as de ontem, quando contou-lhe tudo sobre os três dormitórios.
E por mais que tentasse esquecer, dizendo a si mesma que poderia viver sem ser leal a um lado somente, que poderia ser amiga de todos, ser aceita por todos, as palavras firmes de Bambam repetiam-se em sua mente, como flashbacks que nunca iriam embora.
"Sei o que está pensando agora. Consigo ver pela expressão em seus olhos. Deseja ficar no meio do muro, não é? Pode parecer a opção mais sábia no momento, Maya Mabel, mas digo por experiência própria: essa linha de pensamento não durará muito. Porque se escolher um lado, ao menos, saberá quem são as pessoas que protegerão você. Mas se não, então estará perdida. E isso significa que todos vão foder com você, tornando cinco anos suportáveis, em cinco anos infernais."
Apenas repetir isso em sua mente tirava totalmente o seu apetite, causando um desconforto bem no meio do seu estômago e a deixando receosa.
Será que tinha errado ao vir para cá? Era melhor voltar para Osaka?
De repente, Mabel voltou à realidade. O corpo agitado e confuso ao ouvir o esrondo brusco de uma bandeja vermelha caindo em cima da mesa, bem na sua frente, e logo em seguida, alguém se sentando.
Maya subiu o olhar com cautela, surpreendo-se ao se deparar com aquelas órbitas raivosas a encarando em silêncio. Os lábios se abriram para murmurar algo, mas Jaebeom foi mais rápido, soltando, como se lesse os pensamentos da menina:
— Não precisa me olhar assim.
— Assim como?
— Como se estivesse vendo um fantasma bem na sua frente.
— Está dizendo que eu não deveria ser cautelosa com você?
— Eu não mordo, Maya Mabel.
— Talvez não, mas a primeira impressão é sempre a que fica.
Ele ergueu a sobrancelha, olhando-a com certa curiosidade.
— O que, exatamente, você quer dizer com isso? — perguntou.
— Aquele seu showzinho. O ataque de raiva.
— Incomodou você?
— Imagina — ela negou, com certa ironia em seu tom de voz, antes de continuar: — Um desconhecido senta na mesa que eu estou, puto de raiva, e ameaça matar alguém. Beleza, tranquilo. Então de bônus, apesar de eu tentar ajudar, recebo um olhar detestável que quase diz "pare de falar merda", e depois disso, esse mesmo desconhecido vai embora, simplesmente. É claro que não. Isso não me incomodaria. Nadinha mesmo.
