Capitulo 68

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Eu acaricio as suas mãos com meu polegar, Colin olha para mim com carinho. Uma pergunta aparece de repente em minha cabeça.


FLAVIA: Colin, você disse que a empresa para a qual eu trabalho destruiu você... O que aconteceu?

COLIN: Ah... hm... eu disse isso...? O que eu quis dizer... é que eles acabam com tudo e todos. É o que eu sei.


Colin parece incomodado com a minha pergunta, ele ficou estranho. Eu insisto, curiosa.


FLAVIA: Tem certeza que não há mais nada?

COLIN: Eu garanto a você, minha depressão veio por outro motivo... Mas enfim, voltando à história... Eu abri este restaurante para me recuperar, eu queria me sentir útil, ajudar as pessoas. Trazer um senso de comunidade para a minha vida. E sabe, você também é esse tipo de pessoa.

FLAVIA: Uma pessoa altruísta e generosa?

COLIN: Você é o tipo de pessoa que pode ajudar os outros. Você ainda não foi totalmente corrompida pelos paradoxos desta cidade.


Eu sorrio timidamente.


COLIN: Você poderia se dedicar a um projecto melhor. Eu sinto que nosso encontro não foi uma coincidência, você precisava ver tudo o que vimos hoje, com seus próprios olhos. Eu sei que você também sentiu isso, você se preocupa com as pessoas..

FLAVIA: Você provavelmente está certo, Colin.

COLIN: Eu sinto dentro de mim, Flavia, você é uma pessoa incrível. Na vida, há escolhas a serem feitas, há pessoas que mudam as nossas vidas diariamente. Outras aparecem em determinadas ocasiões.

FLAVIA: Tenho medo de perder meu emprego, se eu não conseguir bons resultados...

COLIN: A pessoa pode ser brilhante, como você é, e ao mesmo tempo justa. Não deixe que eles façam você acreditar que precisa escolher uma coisa ou outra.


Colin acaricia minha mão suavemente, ele me olha discretamente nos olhos. Seus olhos me admiram com atenção.


COLIN: Apenas faça o que parecer certo para você e para as pessoas que você gosta.


Continuamos comendo e conversando pelo resto da tarde.

Quando a noite cai, Colin me pede para segui-lo.

Eu chego ao escritório a meio da manhã, o espaço aberto está totalmente cheio. As primeiras horas do dia são sempre intensas.

Eu gosto dessa atmosfera, é estimulante. Eu mando um e-mail ao Matt, pedindo que ele venha ao meu escritório. Precisamos conversar sobre o Queens.


MATT: Você queria me ver?

FLAVIA: Eu precisava falar com você sobre o contrato.


Eu preciso saber mais sobre o destino dos moradores do Queens.


MATT: Sim, claro... por onde você quer começar?

FLAVIA: Você já falou com o cliente?

MATT: Sim, na verdade...


Matt pára por um momento, eu espero ele continuar.


MATT: Eu estava ao telefone com o prefeito de Nova York. Sim, eu sei, isso é tudo. Ele queria falar com você, como você não estava aqui, eu o atendi.

FLAVIA: O que ele queria?

MATT: Ele queria nos agradecer pelo excelente trabalho. E disse que está se preparando para começar a trabalhar no Queens...

FLAVIA: Espera, espera, o quê?

MATT: Eles vão começar a demolir na próxima semana. Em suma, ele quer a nossa presença lá. Uma participação simbólica, sabe...

FLAVIA: Eles vão realojar os moradores, certo?

MATT: Acho que ele não está muito preocupado com isso...

Amor no TrabalhoWhere stories live. Discover now