Chapter X - Golden Dices

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18/07/2017 – Terça-Feira

Louis acordou com o despertador de seu celular ecoando por todo o quarto. Estendeu a mão para desliga-lo e colocou sua cabeça sobre o travesseiro, soltando um longo suspiro antes de levantar-se. Lavou seu rosto e escovou os dentes, penteando os cabelos embaraçados com os dedos e trocando de roupa.

Por conta do vento gélido que sentiu quando abriu sua janela, pegou um sweater azul marinho e colocou uma calça jeans simples preta. Olhou para sua cama novamente, olhando amorosamente o gatinho que dormia tranquilamente envolto em seu próprio corpo. Louis fez um leve carinho no topo de sua cabeça e encheu sua vasilha com água fresca, caso ele acordasse enquanto Louis estivesse fora e sentisse sede.

A passos silenciosos, Louis atravessou a sala torcendo para não acordar sua irmã, eram 8h30 da manhã ainda. Sua mãe havia saído há aproximadamente 40 minutos, deixando a louça suja de seu café da manhã em cima da pia. O garoto chamou um táxi pelo seu celular e logo entrou no veículo que chegou rapidamente.

O motorista era um homem jovem de no máximo 30 anos e tinha um sorriso simpático nos lábios a medida que Louis ia entrando. O caminho foi silencioso, principalmente após a revelação do destino. O motorista já não sorria e Louis estava satisfeito em apenas olhar pela janela, realmente não queria forçar uma conversa naquele momento.

Louis estendeu o dinheiro para o motorista, sorrindo agradecido e saindo do carro. O garoto enfiou as mãos dentro dos bolsos da calça, encarando longamente o portão do cemitério. Não era seu lugar favorito e ele não gostaria de estar ali tão cedo. Não queria ter uma pessoa ali tão cedo. Mas, como tinha, ele andou um pouco pela rua, parando em uma pequena banca de flores. Um senhor o cumprimentou sorrindo.

"O senhor tem lírios?" Perguntou Louis, tocando em uma rosa vermelha exposta ali.

"Sim, sim! Que cor, jovem? Tenho laranja, azul e branca." O simpático senhor pegou uma flor de cada cor, mostrando-as para Louis.

Os olhos azuis correram pelas três plantas bonitas e tentou lembrar do significado da cor de cada uma, porque tinha certeza que Adam tinha lhe ensinado em algum momento.

Segurança.

"A azul, por favor." Louis pediu, tirando sua carteira do bolso e pagando por uma dúzia de lírios azuis.

O garoto caminhou para dentro do cemitério, sentindo calafrios correrem pelo seu corpo enquanto ele andava no meio de tantas lápides. Surpreendentemente, ele sabia o caminho. Em algum lugar de sua mente bagunçada, havia gravado o caminho para a lápide de Adam. Louis nunca se sentiu tão estranho quanto naquele momento, andando até o túmulo de seu amigo falecido como se fosse o caminho de sua casa.

A lápide de Adam estava debaixo de uma árvore grande, como May, sua mãe, havia exigido. Era um lugar bonito considerando que estava em um cemitério. Em passos lentos, caminhou até a lápide e encarou o nome ali escrito.

Adam Michael Plen 1999-2017

Amado filho e amigo

Com um suspiro longo, Louis sentou-se ao lado da lápide, encarando por longos segundos o nome de Adam, lembrando-se de quando finalmente descobriu qual seu nome do meio era. Adam simplesmente odiava ter o nome Michael e por esse motivo, para irritá-lo, Louis eventualmente o chamava de Mike.

"Eu realmente não gostaria de estar aqui." Louis disse por fim. "Mas você não me deu outra escolha, Mike." Ele riu nasalmente. "Você sempre me surpreendeu, até mesmo com isso."

Louis umedeceu os lábios, sentindo seus olhos arderem e tentou se convencer de que era apenas o vento incomodando. Mas a verdade era que ele estava conversando com o nada, mas se sentia estranhamente confortável.

Let It All Go - L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora