Odeio como me toca.
Mamãe e papai chegariam dali a dois dias e por mais incrível do que parecesse, eu não queria que esse dia chegasse. Sei o que devem estar pensando: "Mas, Dominique, você não queria tanto que eles voltassem para se livrar do seu primo James?". Pois é, queria do verbo passado, porque eu acho que estamos nos acertando e tornando-se amigos novamente. Pode ser que mais do que amigos, ou isso se passa apenas na minha mente.
Acontece que James mudou um bocado e eu gostei bastante dessa mudança. Mas, eu não quero me precipitar criando esperanças para que depois que esses dias aqui n'A Toca acabarem ele volte a me ignorar e me tratar mal novamente.
— Em que está pensando Domi? — Rose me perguntou.
Ainda estávamos em nosso quarto com preguiça demais para levantar e ir tomar café da manhã, e eu estava sentada encostada na cabeceira da minha cama abraçada a um travesseiro olhando fixamente para o nada.
— Pensando em como esses oito dias passaram tão rápido. — omiti a parte do James.
— Rápido? Achei que diria devagar, afinal você e James... Ah! — parou de repente assustando-me — Já entendi o motivo. — fiz cara de preocupada, e pensei em protestar, no entanto fui impedida pela ruiva a minha frente — Não adianta negar, você e James se acertaram e tornaram-se amigos novamente... Quem sabe até mais do que amigos.
— Não seja ridícula Rose Weasley! — protestei fazendo uma careta e agarrando-me ainda mais ao travesseiro.
— Tudo bem, Domi. Não precisa mentir para mim, sabe que sou sua amiga e não irei contar a ninguém. — me tranquilizou sentando-se ao pé da minha cama e pegando em minha mão. — Afinal, eu tenho reparado nos dois. — nesse momento não pude evitar corar o que resultou em risos da minha querida e amada prima. — Vamos, temos que descer.
Levantei e sem mudar de roupa desci ainda de pijama para a cozinha, onde havia uma mesa cheia a não ser por dois lugares vagos, um perto da Victoire e outro ao lado de James. E é claro que Rose tinha que se sentar ao lado da minha irmã, para me obrigar a sentar ao lado dele.
A fuzilei com o olhar e sentei no único lugar que me restara.
— Bom dia Nique. — disse James assim que me sentei ao seu lado.
— Já disse que odeio que me chame assim.
— E esse odeio significa amar, mas tudo bem eu paro de te chamar assim. — sorriu cinicamente — Por enquanto.
Como sempre, a mesa estava farta, havia bolo, frutas, pães, sucos de dois sabores... Eu nunca sabia por onde começar e hoje não foi diferente. Mas, James percebeu como estava perdida e colocou um pedaço de bolo de chocolate em meu prato e disse:
— Começe pelo bolo, está maravilhoso. Melhor do que nunca.
— Obrigada. — sorri em agradecimento.
Como sempre, o café da manhã prosseguiu com uma conversa totalmente confusa, daquelas que para entender algo precisaria de muita concentração, o que eu nunca me preocupava em fazer já que eram conversas sobre sonhos e acontecimentos durante a noite, ou até menos os meninos contando mentiras apenas para deixar a pequena Lily com medo.
— Incrível como é sempre a mesma coisa? — James despertou-me de meus pensamentos.
— É verdade. Não importa quanto tempo passe sempre será a meeeeeeeeesma coisa. — prolonguei a palavra para dar ênfase.
— Pior que é verdade. — riu James.
Ri mais um pouco com ele e logo voltei ao meu café da manhã, que logo terminei e, pedindo licença, levantei-me e fui para o meu quarto terminar de me arrumar, ou melhor, começar a me arrumar.
Tirei meu pijama e coloquei um short jeans com uma regatinha rosa com glitter, fui até o banheiro e escovei meus dentes, penteei meus cabelos e os prendi em um belo rabo, deixando minha franja para o lado. E voilà! Estava perfeita. Essa era a vantagem de ser meia veela.
TOC TOC
— Pode entrar. — disse indo para o quarto.
— Olá Nique. — James aparece com um belo sorriso no rosto. — Eu vim trazer a sua pulseira que ficou caída na escada.
— Nossa! Eu nem percebi. — confessei olhando meu pulso nu, que desde que me conheço por gente estava "vestido" com aquela pulseira de prata com meu nome escrito. — Muito obrigada.
— Eu sei o quanto essa pulseira é importante para você, então... — deixou a frase se perder no ar.
— Tem razão. Coloca para mim? — pedi estendendo o braço esquerdo para ele.
— Claro. — ele prendeu a pulseira no meu pulso e passou o polegar pela minha pele, afagando-a, levantei os olhos para ele e ele encontrou os meus sorrindo em seguida.
Sua mão em meu braço subiu para a minha franja caída e a colocou atrás de minha orelha, aproveitando e afagando, desta vez, a minha bochecha delicadamente e o gesto me fez suspirar quase que imperceptivelmente.
— Nique, você é tão linda. — confessou sussurrando, o que me faz fechar os olhos e sorrir.
— James eu... — comecei, e ele tocou meus lábios, a sensação que sentia me fez perder a linha de raciocínio.
— Sim? — perguntou.
Demorei um pouco para lembrar o que eu ia dizer, e como não lembrei eu disse, ainda de olhos fechados:
— Odeio como me toca.
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10 coisas que eu odeio em você
FanfictionDominique e James vivem em um completo pé de guerra. James a provoca de todas as maneiras possíveis o que a deixa revoltada. E ela passa a odiá-lo. Existem dez coisas que Dominique odeia em James, coisas que impedem que o ódio que ela sente por el...